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“A Era de Aquário”. A emocionante mensagem de JOANA ROLIM

Um dos grupos de teatro mais longevos da história do País.

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln Fonte: MHL/Joana Rolim
12/03/2025 às 11h55 Atualizada em 12/03/2025 às 20h04
“A Era de Aquário”. A emocionante mensagem de JOANA ROLIM
Grandes atores-heróis

Caro Mhario Lincoln, editor do FACETUBES.COM.BR

Com prazer e feliz me dirijo a você.

Reviver um passado de nosso Grupo de Teatro e a peça A Era de Aquário, 20 anos depois, é magia.

É incrível como você trata o autor, a autora, a obra literária, dando-lhes vida no meio social, despertando sua atenção, sua opinião, seu comentário e divulgação. Mais de 500 acessos, em poucos dias, significa mais de 500 pessoas que o leem, compartilham-no, comentam-no ou curtem esta matéria aqui publicada.

Para mim e para o Grupo, significa palmas e aceitação de um público que nos prestigiou e uma surpresa indescritível pela sua volta, no tempo, 20 anos atrás, data de sua última apresentação.

Você trouxe do passado o inesperado, transformou seus atores em protagonistas de um “teatro” em  importante evento, proporcionado pela Ordem Rosacruz em 1982, em sua Convenção, no Teatro Guaíra, pondo em evidência a chama que iluminou o sorriso de cada um de nós ao aceitarmos montá-la, com entusiasmo, surpresa, felizes com nosso trabalho.

De repente, sua chama iluminou todo um momento no passado (de 1982 a 2.000)  a primeira chama de cada cena até a última, vivido por “pessoas comuns”, personagens da peça, com uma mensagem: Amor na Era de Aquário.

 Nossos parabéns pelo carinho com que você exerce sua presença no meio literário e no social, levando-lhes a “Literatura Brasileira a um público que apoia a arte literária e teatral.

O elenco está surpreso pela homenagem que você nos prestou, divulgando nosso trabalho  artístico, recebendo parabéns de sua família, amigos, enfim, de uma plateia que leu seu artigo: A Era de Aquário.

E dizem que o passado não volta...?

Palmas para o Mhário Lincoln! Autor aplaudido de “A Bula dos Sete Pecados!”. Você está em nosso coração. Somos seus fãs. Lemos seus artigos. Nosso respeito por sua profissão... por sua “Atividade Literária”, e por seu desempenho na área artística. Que o sucesso esteja sempre presente em sua escolha: “Literatura Brasileira em notícia”. Palmas para você. Abraços.

 Em nome do “Grupo Aquarius Teatro”. Tem gene que ainda se vê, se fala e se reúne no WhatsApp.

 

NE: Minha cara amiga, emérita roteirista, poeta e escritora Joana Rolim. Não tenho palavras para agradecer essa bela homenagem que recebi, diante do nosso trabalho diuturno que realizamos 'a pro’ Literatura, Arte e Música, brasileiras. Sinto-me muito feliz em ter resgatado um estrondoso sucesso de teatro. Essa peça "A Era de Aquário", sem dúvida, já está assentada à pedra universal dessa arte, em razão do poderoso texto e da impecável interpretação de todo o elenco, cujos fatores, alavancam o teatro real e imaginário deste país, levando, em raríssimas ocasiões, o espectador a refletir sobre o 'status quo' do mundo onde vive. Quem tem que agradecer sou eu, em toda a plenitude da verdade. Este trabalho virou um ícone e estou torcendo para que o ator e diretor Olinto Simões (integrante do elenco, no segundo ano) consiga remontá-lo. Parabéns a todos, pois essa peça tem algo organicamente inexplicável que permanece no lúmen do Planeta. (Mhario Lincoln, editor-geral do FACETUBES.COM.BR)

 

A matéria original

EXCLUSIVO:

NOTA DO EDITOR: Caros amigos leitores. Esse era um sonho meu, pessoal, antigo, de retratar aqui, mesmo que em apenas 4 laudas, a história da peça ‘A Era de Aquário’ (e outras), nesse texto-pensamento de Joana Rolim, uma das autoras teatrais mais aplaudidas neste país e fora dele, que eu tive o imenso prazer de conhecer e amá-la através das mãos do ator, diretor e dramaturgo Olinto Simões. Ela é autora dessa obra magnífica, uma das mais longevas da história do teatro brasileiro. E o foi por razão incomensurável. A qualidade do textos e a interpretação dos atores, junto com o clima indescritível que envolve a todos, a cada nota do piano inebriante, desde o momento em que as luzes estão apagadas para inflamar o espírito da Caverna de Platão, até o resplandecer tumultuado do protagonista em meio à multidão de uma cidade moderna, passando, nesse ínterim, por inúmeras visitações a pensadores extraordinários que a história presentou a Humanidade. Estou por demais feliz em publicar o texto de Joana Rolim. Com certeza, ficará na história, através das nuvens virtuais, podendo servir de base para a construção da verdadeira era de aquário. Aliás, diz a autora:

- ‘A Era de Aquário’ nasceu num momento para um momento: a Convenção Rosacruz de 1982. É o produto de uma longa estruturação de aprendizado, dentro de uma filosofia que oferece ao estudante o instrumental para o domínio da vida.  

Perfeito, Joana Rolim. Seja bem-vinda. Obrigado por acreditar em nosso trabalho e nesta plataforma Facetubes.com.br.

 

A ERA DE AQUÁRIO

Joana Rolim

Existem textos que marcam profundamente a realidade de uma vida, transformados em prontas respostas para perguntas vitais.

            Fui convidada a participar da Ordem Rosacruz. Aceitei. Uma visão diferente dos meus conceitos de vida. Outra maneira de vê-la. E as atividades começaram.  Participei de uma cena mística no Templo, de um curso de Oratória (falar alto, com correção, gesticulação e direção do olhar). E o convite para participar de uma peça teatral, como atriz, no palco da Ordem. Após, de outra peça (como diretora de teatro), a ser apresentada no Teatro Guaíra, na Convenção Nacional. Procurei um texto adequado à situação. Não o encontrei. Soror Ruth Éboli me deu um livro:  Os Mistérios de Elêusis: “Adapte-o”, disse ela.” Fiz a adaptação. Formamos um grupo teatral. Apresentamos o texto no palco da Ordem Rosacruz. Foi um sucesso. Reapresentamos a peça no Teatro Guaíra, na Convenção Nacional Rosacruz, outubro de 1982.  E depois, na outra Convenção...

Tive o convite para apresentar outra peça: essa eu a escrevi: A Era de Aquário. E conheci o Lineu Portela, diretor profissional de teatro. Lembro bem. Após o término de uma convocação, já na calçada, alguém me chamou: Joana! Ele se apresentou. Viera oferecer seu trabalho de diretor teatral. Dirigia o Grupo de Teatro Amador da Universidade Católica do Paraná. Trouxe seu Grupo para trabalhar conosco. Aceitou minha direção. Apresentamos ‘A Era Aquário’ no Teatro Guaíra. A plateia nos aplaudiu de pé!

 

Cenas da peça.

Formamos o Grupo Aquarius de Teatro. Nós a apresentamos nos teatros desde o Rio Grande do Sul à Paraíba. Durante 21 anos. Após a morte trágica de Lineu Portela, Raquel Mohtadi, o substituiu. Estamos juntos até este momento.         

A Era de Aquário nasceu num momento para um momento: a Convenção Rosacruz de 1982. É o produto de uma longa estruturação de aprendizado, dentro de uma filosofia que oferece ao estudante o instrumental para o domínio da vida.

Aceitei a proposta principal. A mudança principal em meus conceitos foi encarar a vida como um processo, não um destino. E brotou a semente da Era de Aquário, num poema que escrevi.  

 

Drama

 

Se te resignas a um destino, assistes ao espetáculo do existir

disfarçado de esmoleiro

refugiado na piedade.

Compões as emboscadas

Em que tu mesmo te envolves

Numa postura vulgar.

Diante de lendas poéticas, vais girando, arriscando, calando teus.

Motivos.

Crê. Ninguém te impele,

Nada te guia.

Tuas raízes desconhecem

Os jardins em que passeias.

A incógnita do jogo da vida

Exige apenas perícia.

                     

(Joana Rolim)

 

 

 

Cenas da Peça.

Conversei, através de livros, com místicos, poetas, filósofos, avatares. ‘A Era de Aquário’ é esta conversa. Seu tema é a consciência de duas realidades. Uma em que os limites de uma vida são estabelecidos pelos preconceitos, que acabam por moldá-la como uma personagem estereotipada, tendo a ansiedade como obstáculo à sua felicidade.

A outra realidade convida o ser humano a vivenciar suas próprias experiências, desenvolvendo-lhes a confiança, com que cada um pode se tornar independente, seguro no interior de si mesmo, permitindo, assim, a compreensão do universo e do outro ser.

 Esta é a proposta da ‘Era de Aquário’, um jogo de vida na plenitude imensa do Cosmos, onde as sábias palavras de seres alcançados pela iluminação Cósmica, pronunciaram a Palavra que abre os caminhos da eternidade criadora. Amor – Amor na Era de Aquário.

O Grupo Aquarius é uma riqueza espontânea de pessoas, que se propuseram a estender a conversa da ‘Era de Aquário’ para o público.

Elenco: Adão Araujo, Hamid Mohtadi, Giovani Mocelin, Inara Koch, Inês Bonkoski, Ione Azevedo, Márcia Filpo, Marcos Filpo, Inara Koch, Joana Rolim, Paulo Alves, Rosana Ifigênio. Alguns vieram do teatro amador da Universidade Católica-PR, dirigido por Lineu Portela: 'Ta na hora' e do Grupo Eco. Ocívio Sant´Anna – 1º narrador, piano; Lázaro David Wenger, Luiz Antônio (Luizão).

Participaram também, ao longo dos anos, do elenco, Olinto Simões, Iosodara Jaqueline Pucci, Sirley SIlveira Pinto, Thaís Oliveira, Terezinha Galvão, Paulo Ales. Marcos Traple, Rosane Izê, Alcides Ignácio Júnior, Isabela Torres.

Éramos amadores, nascemos com o Grupo. O Lineu era profissional, Diretor de Teatro dos dois grupos acima citados, com um currículo que o eleva ao nível dos melhores profissionais do Paraná. O Lázaro é o pianista profissional, formado no Conservatório Manuel Falla, em Buenos Aires – é a energia da peça.

Iluminação. A criação: Lineu Portela. Operador: Luiz Antônio Morais.

 Eu apresentei um texto, os atores o fizeram seu. E juntos, criamos esta peça. Eloy, teve apoio decisivo. Fomos mais longe do que pensamos. A harmoniosa integração íntima do desejo de servir os ideais da evolução individual dimensionaram a felicidade em suas vidas.

(Agradecimentos: João Mansur, Zanelli Ramos, Gilberto P. Silva, Ruth Éboli, Eloy Eros, que muito contribuíram para a montagem, nesses 21 anos de apresentação. Foram dezenas. Obrigada a todos. Este é meu agradecimento pessoal.

As músicas foram selecionadas por Lázaro Wenger e por ele interpretadas ao piano, no palco. Os participantes são 11, um apresentador, que caracteriza as Eras (Ocívio Sant’Anna), o pianista e nove personagens. Oito se apresentam em trajes iguais – blusão e calça de algodão cru; elástico nos pulsos e na barra da calça. Decote fechado. Sapatilhas. Uma personagem, o Coringa, Lineu Portela, com o traje em cor diferente, lilás. São as personagens do dia-a-dia.

Não há cenário. De fundo, o ciclorama. A iluminação foi criada por Lineu Portela. Nenhum adereço em cena.

 

Estrutura da peça:

Primeira parte: Mostrar a periodicidade das Eras (Apresentação de um zodíaco, que porá em destaque as Eras, com efeitos de iluminação ou slides das Eras.

Um apresentador, Ocívio SantÀnna caracteriza cada Era.

 

Segunda Parte: “O Mito da Caverna”, de Platão. (Adaptação). Encenação

No ciclorama é projetada uma caverna.  Homens acorrentados, de costas para a plateia. Imóveis. Luz amarela dentro da caverna. Diálogo de “Glauco” e “Sócrates”: (Giovani Mocelin e Marcos Filpo).

Glauco: Quadro singular e não menos singulares, Sócrates.

Sócrates: Pois são nossa imagem perfeita.

 

Ao som dos primeiros acordes do “Coro dos Escravos Hebreus”, da Ópera “Nabuco”, entram as personagens, com posturas de escravos acorrentados. Sentam-se de costas para a plateia. Duas personagens farão Glauco e Sócrates, no proscênio. Música: A morte de Ase, da Suite n° 1 “Peer Gynt. A personagem principal - o Coringa, descontraída, amável.

Terceira Parte: Instantaneamente projeta-se no ciclorama, um filme – cena de rua. Música: Feitiço da Vila. Cessa o filme e os personagens entram em cena como saídos da rua, andando apressados (duas ou três vezes), sem sair de cena. Imobilizam-se. Iluminação no Coringa, que se dirige à plateia:

- “Pessoas comuns! Diferentes, talvez, no seu contanto social... (Luz Geral - foco no Coringa.). Falas agressivas dos personagens:

- Quer conversar?

- Falar do meu isolamento...

Há um diálogo entre o Coringa (Lineu Portela) e as outras personagens. Assuntos mundanos.

Até que o “Coringa” diz:

- Vejo-os numa caverna imensa, pouco iluminada, acorrentados por elos invisíveis, cujo espaço está demarcado em suas próprias consciências...      

Coringa os convida a fazer uma imagem. Cenas da sociedade.

Quatro quadros: cenas da sociedade.

Há uma colagem de textos teatralmente interpretadas (Problemas, preconceitos... Termina com E agora, José, de Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira, “Mas para que tanto sofrimento...”

Sai a luz no ciclorama e palco. Apenas foco central. Personagens saem de cena, vão para a plateia, se expressam como se fosse o público.

- Eu tenho medo! Medo do outro, de mim. Medo de viver. Tenho medo de mostrar o meu medo... Vários outros temas são desenvolvidos, solidão, incerteza...

Outra cena é a sabedoria do passado. Se os atores estiverem na plateia, voltam ao palco. Versos (poucos) do Livro dos Mortos, Budismo, Jesus de Nazaré, Maomé. Num Mercado persa ...  Luz de velas: Concerto para um verão (André Morisod).

Uma personagem diz um texto: Qual meu objetivo na vida... terminando com O que procuro? Ser o que realmente se é!

Coringa se aproxima do proscênio (luz branca) e diz um texto: ... o Mundo ideal... em cada gesto, olhar...

Personagens entram uma a uma, interpretando versos do poema: E´ urgente o amor, de Eugênio de Andrade. Formam uma imagem:  um ao lado do outro.

Foco no coringa. Esta imagem tem um significado?  Convida as pessoas a subirem no palco... Final: Personagens e espectadores de mãos dadas, cantando Aquarius, J. Rado e G. Ragni, G MacDermot: “Quando a lua, na sétima casa... E as mentes se libertando, Em Aquário (Versão: Lázaro Wenger). 

Se ninguém subir...  deve ter alguém preparado: “Não quero modificar esta imagem, quero juntar-me a ela”.  

Fim

 

Depoimentos:

Raquel Mohatadi: O Grupo Aquarius simboliza um presente que vivo dentro de uma rota para o futuro. Alterou minha vida. Lembro da voz embargada da criadora do texto ao dramatizar a fala...

Maurício Portela: Uma experiência que ultrapassou as barreiras do palco.... Foram tantos os aplausos... Um texto e uma peça teatral que teve a pretensão de transmitir uma forma de vida baseada no amor. Foram tantos aplausos regados por um sentimento não de apreço ao ídolo, mas de uma proposta de vida com mais paz e amor entre as pessoas...

Márcia Filpo: Era divino sermos veículos daqueles profundos conhecimentos. Lembro de nós, sentadas no bosque da Ordem Rosacruz. Aquela familiaridade de ideais... Maktub. Estava escrito. A Era de Aquário me acompanha nos treinamentos que executo na tentativa de ajudar as pessoas a saírem da caverna, como na Alegoria do “Mito das Cavernas” de Platão. “Somos espelhos postos face a face, cada um reflete plenamente o outro.”

Rosana Izé: Um grupo formado por pessoas que buscavam se ver no outro, como o texto da Era de Aquário fala. Pra mim os ensaios eram sempre uma festa, tínhamos um repertório de piadas e brincadeiras que hoje, a cada encontro, falta tempo para recordar. A criatividade brotava. Pra mim foi um divisor de águas, conviver com pessoas tão diferentes e, ao mesmo tempo, olhando para o mesmo objetivo.

Joana Rolim: Não há mistério maior que a vida. Não existem respostas para três perguntas: de onde viemos, por que estamos aqui e para onde vamos. Discute-se sobre a origem do Universo, da Criação, sobre a consciência. E continuará sendo discutido, pois nossa consciência tem um limite, tem leis, faz parte do mistério.

Olinto Simões: Sou bastante questionador sobre a vida como um todo – Socratianamente – e muito consciente que estou entre duas realidades – Platonicamente. Creio que ao sair da caverna, questionei o sol!

 

 

EM TEMPO: A autora ainda informa o seguinte: na Ordem Rosacruz, formamos o Grupo Aquarius de Teatro. E apresentamos "Noite Negra". (Autora e Diretora). Na Universidade Federal Tecnológica do Paraná, onde era professora de Língua e Literatura Brasileira, assumi a Direção do Teatro TECEFET. De minha autoria, apresentamos as peças: "A importância da Maçã na Revolução Sexual das Minhocas", "Pare a História que Eu Quero Viver", "Filhos de Cena", "Agenda Destino", "Hada- Passageiro do Tempo". É autora da obra "O Sorriso do Gato Sedutor", livro de poemas e mais: "O Sensual de uma Forma Só Nossa, crônicas". 

Autora: Joana Rolim. Texto exclusivo para as plataformas FACETUBES.COM.BR/Rádio e TV.

Direitos autorais da peça A ERA DE AQUÁRIO: Esta peça só poderá ser apresentada, no todo ou em parte, seja por que processo for, mediante autorização expressa da Sociedade brasileira de Autores Teatrais (SBAT).

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