Equipe de redação do Facetubes
A ruptura da amizade entre Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa é um episódio marcante na literatura latino-americana, envolvendo dois dos maiores escritores do século XX. Eles se conheceram por correspondência e, ao se encontrarem pessoalmente, rapidamente se tornaram amigos íntimos, representando a face mais visível do "boom" da narrativa hispano-americana nos anos 60*. Compartilhavam uma ambição literária ilimitada e um compromisso com a esquerda, além de uma simpatia pela Revolução Cubana*
O incidente que levou ao fim da amizade ocorreu em 1976, quando Vargas Llosa agrediu García Márquez com um soco no rosto durante uma exibição de cinema. A agressão foi o ápice de uma série de eventos desencadeados por um escândalo romântico envolvendo Vargas Llosa, sua esposa Patricia e García Márquez. Vargas Llosa, conhecido por suas aventuras amorosas, havia se apaixonado por outra mulher durante uma viagem, deixando sua esposa Patricia. Quando ela voltou a Barcelona, García Márquez e sua esposa Mercedes, amigos do casal, a visitaram em solidariedade**
As versões sobre o que aconteceu a seguir divergem. García Márquez afirmou que não fez investidas em Patricia, mas, segundo um amigo, teria sugerido que ela deixasse Vargas Llosa. Após Vargas Llosa e Patricia reatarem, ela insinuou que García Márquez havia se interessado por ela. Então, quando se encontraram novamente, Vargas Llosa agrediu García Márquez, acreditando que ele tivesse tentado seduzir sua esposa.**
Esse episódio foi o fim de uma amizade que já apresentava sinais de desgaste. As visões políticas de ambos estavam se distanciando, com Vargas Llosa inclinando-se mais à direita. A agressão foi apenas a culminação de um crescente mal-estar mútuo.**
Apesar do fim dramático de sua amizade, a contribuição literária de ambos os autores permanece inestimável, e esse episódio é lembrado como um momento intrigante na história da literatura latino-americana.
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* (La Vanguardia)
** (Literary Hub).
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