A palavra "mãe" tem raízes profundas e antigas que atravessam milênios de história linguística. Este artigo explora as principais etapas linguísticas que levaram à formação da palavra "mãe" no português moderno, com base no vídeo "Origem de MÃE".
Há cerca de 6.500 anos, na região hoje conhecida como Ucrânia, falava-se uma língua ancestral chamada protoindo-europeu. Nela, a palavra equivalente a "mãe" seria algo como merter.
Com o tempo, o protoindo-europeu se dividiu em diversas línguas. Uma dessas ramificações foi o proto-itálico, falado na região central da Europa. Neste idioma, a palavra evoluiu para maté.
O latim, surgido na Península Itálica, herdou o termo maté do proto-itálico. No latim, a forma mantinha semelhança com a original e se consolidou como base para várias línguas românicas.
No processo de desenvolvimento das línguas românicas na Península Ibérica, a palavra se transformou em diferentes formas:
Mãe no português
Nai e mai no galego
Essas variações refletem a adaptação fonética e cultural da palavra original ao longo dos séculos.
A palavra "mãe" carrega consigo uma herança linguística que atravessa continentes e milênios. Sua origem no protoindo-europeu e sua evolução através do proto-itálico, latim e línguas ibéricas revelam não apenas transformações linguísticas, mas também a importância universal da figura materna.
Apesar das diferenças linguísticas, a maioria das palavras para "mãe" ao redor do mundo compartilham sons semelhantes — uma possível herança comum da linguagem ancestral. Quem explica tudo isso melhor é o professor Marco Neves, direto de Lisboa PT.
VÍDEO BÔNUS
O meu nome é Marco Neves e, às vezes, digo que tenho sete ofícios, todos virados para as línguas: tradutor, revisor, professor, leitor, conversador e autor. Não são sete? Falta este: sou também pai, com o ofício de contar histórias. Para lá das profissões, os amigos sempre me reconheceram a pancada das línguas.
Nasci em Peniche e vivo em Lisboa. Sou professor na NOVA FCSH e investigador no CETAPS. Em 2006, fui fundador do escritório de Lisboa da Eurologos. Mantenho uma coluna no Sapo 24 e tenho uma rubrica diária sobre línguas na TVI.
Já escrevi mais de 15 livros, incluindo Gramática para Todos e Atlas Histórico da Escrita.