Foto: Sem dúvida, Antonio Oliveira é um dos baluartes da pesquisa no Maranhão e já produziu livros indispensáveis. A. Oliveira é colunista do Facetubes e membro da Academia Poética Brasileira.
DIA MUNDIAL DO LIVRO E DOS DIREITOS DO AUTOR
Nesse dia mundial do livro e do editor, faço uma retrospectiva de minha infância até os dias atuais. Inicialmente gosto de citar os cinco maiores clássicos da literatura universal: Ilíada, Odisseia (Homero), Eneida (Virgílio), Divina Comédia (Dante Alighieri), Os Lusíadas (Camões). Lembro que durante meus verdes anos, lia William Shakespeare, Miguel Cervantes e Inca Garcilaso de la Vega, Alexandre Dumas (pai e filho), Júlio Verne, Lord Byron, Victor Hugo, Eça de Queiroz, Machado de Assis, Gonçalves Dias, Gregório de Matos Guerra, Álvares de Azevedo, Viriato Correa, Maranhão Sobrinho, Coelho Neto, Aluísio de Azevedo, Josué Montello, dentre outros.
Minha avó materna, Laura Oliveira Guimarães, era escritora, poeta, e me conduziu, em grande parte, ao prazeroso caminho da leitura, sendo fundamental para torna-me hoje o ser que sou. Como é bom lembrar da minha aconchegante casa de infância. Lembro de uma pequena biblioteca, contudo, grande em serventia. Havia coleções de livros comprados por meu pai, sempre que viajava aqui para a capital - São Luis. Os autores não poderiam ser melhores. Machado de Assis - a coleção completa; Monteiro Lobato, um dos mais criativos escritores, além de também ser um excelente editor. Certa vez escreveu: "quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele”. Graças a Deus fui influenciado por pessoas que viam além da época em que viviam. Coloco no mesmo patamar a minha avó, meu pai e esses dois notáveis escritores, além dos outros já citados acima.
Hoje, autor de vários livros, como: O Algodão no Mearim; O Parto da Insônia; Artigos Diversos; O Arquivista Acidental; A Fuga do Perfume; São Luís: Memória e Tempo; Algodão: Ouro Branco; Estação Ecológica Sítio do Rangedor: uma proposta educacional; São Luís em Cartões Postais e Álbuns de Lembranças; Pregoeiros & Casarões; Becos e Telhados; Pêndulos & Fiéis; Adagas & Punhais, várias antologias ( República do Texto, Um tributo a Tom Jobim, 500 anos de Camões, Guerreiras Literárias, Nas Nuvens, Herança literária, Que seja infinita enquanto dure, O Cangaço em Perspectiva - O Sertão em Lutas), todos editados por importantes Academias e seus editores. Publiquei artigos, crônicas e editoriais nos diversos jornais que circulavam ou circulam no Maranhão, sendo impressos ou virtuais: Folha do Maranhão, Tribuna do Nordeste, Jornal Pequeno, Jornal Extra, Jornal O Imparcial, Jornal O Estado do Maranhão, Gazeta do Povo, Plataforma Nacional do Facetubes e outros.
Tenho um círculo de amizade, com inúmeros escritores, e integro importantes círculos acadêmicos: Academia Poética Brasileira, Academia Brasileira de Estudos do Sertão Nordestino, Academia Maranhense Maçônica de Letras, Academia de Letras e Artes Maçônicas, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Associação Maranhense dos Escritores Independentes e membro correspondente em outras grandes instituições literárias do Brasil e outras plagas. Saúdo a todos que, como eu, têm para com os livros, apreço, satisfação em produzí-los e lê-los. Folhear um livro e dele apreender algo, abstrair e sentir cheiro de letras é imensuravelmente prazeroso.
Atualmente, questiona-se a importância dos livros, alguns críticos e estudiosos interrogam-se: será se na era dos computadores, aparelhos celulares, inteligência artificial e outras mídias, o livro ainda terá espaço? Ora, respondo: claro e evidente, que sim, pois quem irá produzir o conhecimento, necessário para os inúmeros segmentos e variados de leitores? É certo, o mundo atual vive uma transformação (uma nova realidade), onde profissões, ofícios e materiais, acabaram ou estão próximos disso. Isso me torna inquieto ao ponto de eu perguntar: será se ocorrerá o mesmo com o livro? Acredito que não. Pois ainda hoje, em sala de aula, alunos ficam abismados - curiosos, quando falo que escrevo livros. O livro sempre será a maior fonte de conhecimento, daí a admiração deles...
Eu, por minha vez, ouço de um ou de outro, que nunca leram um livro. O que vejo, nesse momento, são leitores sem norte, pois não mostramos o caminho, não lhes garantindo o conhecimento, pelo contrário, dificulta. Que nossos passos ou pegadas, no planeta Terra, deixem livros, pois são expressões da verdade e contradições. Trata-se da nossa dignidade enquanto seres humanos - estáveis ou instáveis, vitoriosos ou derrotados. Acredito, porém, que o bem sempre vence, pois, a força da vida está com os que nunca desistem de tentar.
No dia do livro e do editor, saúdo os escritores, leitores, contadores de historias e editores. Uma saudade indescritível me consome nesse momento. Sinto saudade dos livros que li, dos autores que os produziram, e é claro, um sentimento de gratidão impagável para com meus entes queridos que tão bem cumpriram seus papéis e partiram. Refiro-me ao meu pai e minha avó. Não tenho como descrever o que sinto agora, nesse momento, além dessa gratidão sem preço... Um forte abraço!
ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA - 23.04.2023 - SÃO LUÍS-MA).
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