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REFLEXÕES SOBRE OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO FRENTE AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVISTAS

Keila Marta é membro-efetivo da Academia Poética Brasileira/MA

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln Fonte: Keila Marta
27/02/2025 às 11h11
REFLEXÕES SOBRE OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO FRENTE AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVISTAS
Keila Marta e seu Pêmio Expertise, por atingir mais de 2 mil acessos com este texto.

*Keila Marta (APB/MA)

 

Sabendo o quão importante é o papel da escola para a sociedade, o presente artigo tem o objetivo, de falar sobre diferentes conhecimentos que muito contribuem na formação e preparo do pedagogo para os desafios de um ensino verdadeiramente inclusivo, a começar pela disciplina Pedagogia em Espaços Escolares e Não Escolares, que aponta a inclusão para além das deficiências e a educação para além dos muros da escola, a partir das diferenças e peculiaridades socioculturais existentes.

Assim, o ensino de Tecnologias em Educação, envolve fundamentação teórica acerca das tecnologias aplicadas no processo ensino-aprendizagem, por meio de questionamentos, como também da escolha de recursos que facilitam a integração e a aprendizagem dos alunos através do uso de aportes tecnológicos. Dessa forma, o estudo sobre Educação Inclusiva e Língua Brasileira de Sinais proporciona uma reflexão e propicia conhecimentos sobre a educação especial e práticas inclusivas. Por conseguinte, a disciplina cidadania e diversidade: relações étnico-raciais explica a inclusão numa perspectiva cultural de integração socioeducacional, considerando a diversidade e a pluralidade humana e a educação intercultural.

Vale ressaltar a relevância que o pedagogo tem para o desenvolvimento das práticas inclusivas no contexto escolar e não-escolar e por isso precisa ter conhecimento amplo, teórico e sistemático dos aspectos observados numa visão inclusiva nas escolas, a fim de construir e trabalhar as informações contidas no projeto político pedagógico e pôr em prática o que orientam as adaptações curriculares nacionais para educação básica.

Nesse sentido, a percepção crítica de vontade e interesse da equipe pedagógica, bem como dos professores se faz necessário para corrigir o que está faltando para tornar a escola um ambiente que agrega valores sociais. Isto é fundamental para que a escola assuma uma postura de fato democrática.

 

As contribuições de Diferentes Disciplinas para os Desafios Enfrentados pelo Pedagogo Escolar na Construção de Uma Escola Inclusiva

 

 

O processo de inclusão nas escolas regulares de ensino tem sido estudado e oferecido nos cursos de formação de professores tanto iniciais quanto continuada, seja nos cursos de pedagogia e demais licenciaturas, porém trata-se ainda de um assunto novo que gera uma série de questionamentos, pois como se sabe o professor e o pedagogo na função de coordenador ou supervisor pedagógico necessitam de conhecimentos científicos para que tenham uma prática profissional bem fundamentada, por isso a disciplina Pedagogia em espaços escolares e não-Escolares traz grandes contribuições para que o pedagogo escolar enfrente os diferentes desafios na construção de uma escola inclusiva, uma vez que a mesma aponta a necessidade de ampliar o conceito de inclusão educacional.

 

Dessa forma, a formação docente no Curso de Pedagogia no Brasil possui o importante papel de formar os Pedagogos para atuarem com a diversidade cultural presente no contexto brasileiro. Para que o Pedagogo esteja preparado para considerar a diversidade cultural presente no determinado contexto regional e reelaborar os currículos em base a uma orientação traçada a partir da diversidade cultural presente no contexto local. Enquanto que, a educação escolar, possibilita a preservação da diversidade cultural e a sala de aula é o lugar onde os estudos sobre as diferentes culturas, podem fazer a diferença, para educar o ser humano para conviver com a diversidade e superar a discriminação. Por isso, a formação intercultural nos cursos de Pedagogia tem e terá, nesta perspectiva, um papel central para criar condições para o encontro e o diálogo de culturas, como complementação benéfica para todos, superando a hierarquização e a valorização unilateral. (KADLUBITSKI; JUNQUEIRA, 2009, p. 322)

 

Dessa forma, o conceito de inclusão se torna mais abrangente, quando se engloba os alunos que apresentam algum tipo de necessidade especial e aqueles que de certa forma estão à margem da sociedade, seja pelo baixo poder aquisitivo, por questões que geram baixa autoestima e sobretudo por apresentarem rendimento escolar desfavorável, como por exemplo terem o nome exposto no quadro de reprovação. Além do mais, cabe ao pedagogo buscar forma de despertar nos demais profissionais da escola a importância de se valorizar e aceitar a contribuição de cada pessoa, para realização do trabalho coletivo nos espaços educacionais.

 

A escola é a instituição responsável pela passagem da vida familiar da criança para o domínio público, ou seja, o conhecimento nela produzido deve ser revestido de valores morais, éticos, políticos e mesmo que exerça um papel mais liberal através de sua gestão, ela não deixa de expressar sua função social independente de ser uma escola comum ou especial. (GOMES, 2008, P. 5)

 

É válido salientar, que as diferenças observadas em uma situação comparativa de relação ente duas ou mais culturas, pois muitas vezes já se inicia marcada por conflitos, deixando explícitas questões ligadas ao racismo, outros tipos de preconceitos, discriminação, que resultam em fracasso e numa consequente evasão ou reprovação.

A disciplina Educação e Tecnologias traz no seu conteúdo orientações acerca das várias possibilidades por meio dos recursos tecnológicos, bem como do mundo virtual para que o pedagogo desenvolva práticas inclusivistas voltadas para o desenvolvimento cognitivo e social dos alunos, uma vez que o uso das TICs nas escolas permite que o aluno não só tenha acesso a ambientes virtuais, mas que saiba utilizá-las como fonte de produção de conhecimento, Martorelli (2014, p.101),

 

por “cultura pedagógica” referimo-nos aqui às práticas cotidianas que regulam a dinâmica da sala de aula e o próprio modo de viver o ensino e a aprendizagem. Ponto importante é percebermos que estas novas ferramentas tecnológicas que constituem a “sociedade da informação” não devem ser vistas como meros meios que trabalham para tornar mais ágil o fluxo de dados já prontos. De forma muito mais interessante, elas podem ser percebidas como trazendo consigo possibilidades de interação, de diálogo e da própria construção de uma voz por parte do educando, à medida que este comece a criar narrativas mais próprias, mais autorais.

 

Diante disso, é importante que o pedagogo tenha suporte teórico e prático de como usar os recursos tecnológicos disponíveis e softwares educativos e que ele saiba encontrar estratégias de ensino que possa envolver todos os alunos, principalmente possibilitar que aqueles com necessidades educacionais especiais, estudem e aprendam junto com os demais educandos. E utilizando as tecnologias como aliadas e de forma ressignificada, o pedagogo tenha compressão de que tecnologias sempre acompanharam o desenvolvimento humano e por isso não faz sentido a escola não acompanhar a evolução cibernética que ocorre a cada dia.

 Se faz necessário que os profissionais da educação, bem como o pedagogo saibam ler e entender os conteúdos virtuais e que saibam inter-relacioná-los, que sejam capazes de refletir a nossa cultura e com isso sejam mediadores de um mundo melhor e mais humano. Que os pedagogos em conjunto com os professores, devem saber incorporar o uso das tecnologias numa dimensão sociocultural.

Sabendo que o pedagogo é uma peça-chave no ambiente escolar, que precisa conhecer e ter base teórica, o ensino de Educação Inclusiva e Língua Brasileira de Sinais aponta um norte a este profissional, para que seja desenvolvido o trabalho de inclusão da melhor forma possível. Conhecendo os aspectos históricos e noções básicas sobre as deficiências intelectual, visual e auditiva, como também acerca do processo de aprendizagem num ambiente inclusivo, sobre cidadania e direitos humanos, integração e políticas públicas para a inclusão na escola.

Nessa cadeira do curso de pedagogia, o futuro pedagogo encontra suporte básico e necessário, a fim de conhecer e se preparar para os obstáculos que surgirão ao longo da sua trajetória de educador, pois a carreira na área pedagógica é desafiadora, podendo encontrar entraves ao longo do caminho que poderão dificultar as boas ideias.

Os conhecimentos de Educação, Cidadania e Diversidade: Relações étnico-raciais é de grande valia para o pedagogo uma vez que esta tem a finalidade de orientar acerca da inclusão para além das deficiências, e o quanto é desafiador incluir, que seja trabalhado com atenção as diferenças existentes em sala de aula, para que seja orientado aos professores que não se pode atribuir juízo de valor aos alunos, julgá-los pelas características físicas e até comportamentais que não medem a capacidade de aprendizagem que os mesmos possuem.

É importante que os profissionais da educação entendam o quanto é importante a diversidade existente na espécie humana, que as diferenças de ideias são fundamentais, porque cada realidade ganha significados diferentes de acordo com o olhar de quem ver. O pedagogo deve ter seu olhar pedagógico aguçado, que observe as crianças como futuros cidadãos.

É imensurável a representatividade da educação formal para a sociedade e as transformações que ocorrem na vida de uma pessoa em detrimento dela, então o pedagogo é e deve ser um agente de integração entre alunos e demais profissionais, com toda a comunidade escolar, formando assim a consciência do quanto a participação daqueles que fazem parte da realidade dos alunos impacta na construção de uma escola democrática.

 Ter na formação superior disciplinas que contemplem as práticas inclusivas é de grande valia para o educador, pois tais conhecimentos só ampliam a visão que se tem de inclusão no ambiente educacional. Sabe-se que lidar com as diferenças existentes em sala de aula nunca foram fáceis, pois muito se fala em incluir, mas o que se ver é uma prática que pouco acontece e mesmo nos locais onde se trabalha com essa responsabilidade inclusiva, se arrasta para se estabilizar, sempre surgem fortes desafios, por que são inúmeras as diferenças, de sexo, raça, estilo, classe social, gosto musical e muitos outros.

Ter os conceitos básicos e bem fundamentados é mais que necessário e o pedagogo deve desenvolver práticas educativas que prezem pelo uso das novas tecnologias em favor de aulas significativas e que não fujão das adaptações curriculares.

                        Enfim a construção de uma escola inclusiva deve acontecer por meio da revisão de práticas por aqueles que estão na ativa, pelos novos pedagogos e pelos que estão se formando colocarem em prática o que a universidade ensina e a partir desses conhecimentos possam ir em busca de outros que ampliem os conceitos e a visão que se tem de agregar, de envolver todos nos processos envolvidos nos atos de ensinar e aprender.

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REFERÊNCIAS

 GOMES, Ana Lúcia Mazeto. INCLUSÃO SOCIAL E EDUCACIONAL: REALIDADES X PERSPECTIVAS. Califórnia, 2008.

KADLUBITSKI, Lidia;JUNQUEIRA, Sergio. DIVERSIDADE CULTURAL NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO. VIDYA, v. 30, n. 1, p. 25-41, jan./jun., 2010 - Santa Maria, 2010.

MARTORELLI, Bárbara Cristina Paulucci Cordeiro. O USO DAS TECNOLOGIA NUMA PERSPECTIVA INCLUSIVA. Revista EDUC-Faculdade Duque de Caxias. Vol.01-Nº2/Jul/Dez 2014.

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