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A luta da campanha “Volta Pra Casa, Mãe D'água”, liderada pelo performista e amante de São Luís, artista Uimar Junior

Esta matéria mostra a força coletiva da sociedade artística em prol da justiça. Vale muito à pena.

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln Fonte: Mhario Lincoln/Uimar Junior
17/04/2025 às 12h14 Atualizada em 17/04/2025 às 16h20
A luta da campanha “Volta Pra Casa, Mãe D'água”, liderada pelo performista e amante de São Luís, artista Uimar Junior
À esquerda, Uimar Jr. caracterizado de Mãe D'água, encontra a escultura nos fundos do Museu Histórico.

 

* Mhario Lincoln, é jornalista, poeta e editor-sênior da Plataforma Nacional do Facetubes.

  

Há alguns anos, o performista Uimar Junior protagonizou uma das mais emocionantes campanhas de resistência cultural em São Luís, erguendo sua voz contra uma ação do Poder Público que muitos ludovicenses viram como predatória. Seu objetivo era simples, mas de imensa força simbólica: resgatar a escultura em tamanho natural da Mãe D’água, peça central que ornamentava a Fonte Luminosa da Praça D. Pedro II e que jamais deveria ter saído de seu lugar de honra.

 

Movido por um amor profundo à memória arquitetônica da cidade, Uimar conquistou o apoio de diversos artistas locais — pintores, poetas, músicos — e transformou indignação em arte e poesia pelas ruas históricas. A população, tomada por um sentimento quase romântico de devoção às suas esculturas, ocupou praças e avenidas numa demonstração de carinho e orgulho, declamando versos e entoando cânticos que ecoaram entre os corações ludovicenses.

 

Quando, enfim, a Mãe D’água retornou ao seu pedestal, o que se viu foi mais do que a restauração de um monumento: foi a celebração da união entre povo e patrimônio. Sob aplausos e emoção, ficou claro que a verdadeira beleza de São Luís reside na alma de quem a habita — e que, com determinação e afeto, é possível manter viva a história esculpida em pedra.

 

Nessa hora é que entra a “Mulher Babaçu”, personagem criativa de Uimar Junior, que tomou as rédeas e lançou às ruas de São Luís a vibrante campanha “VOLTA PARA CASA, MÃE D’ÁGUA”. Era a Mulher Babaçu quem, sob indumentária de mitológica guardiã, convocava a cidade a resgatar a obra em bronze que, esquecida em um recanto do jardim do Museu do Maranhão, clamava por retorno ao seu trono de pedra na Praça D. Pedro II. “Passei dias buscando seu paradeiro”, revela Uimar Junior, “até a encontrei escondida sob a névoa de poeira e descaso nos fundos do Museu. Gritei, reuni artistas e admiradores — e ela veio para casa”.

 

Reerguida ao seu lugar, a Mãe D’Água brilhou novamente sob o olhar emocionado dos ludovicenses, que viram, naquele gesto, mais que uma vitória cultural: um ato de amor coletivo. A escultura, última obra do mestre Newton Sá — "primeiro escultor maranhense a conquistar reconhecimento nacional e agraciado com Medalha de Prata no Salão Nacional de Belas Artes" (FSP). — ressurgiu eminente, não apenas como arte monumental, mas como símbolo de resistência e carinho pelo patrimônio histórico.

 

No vídeo abaixo fiz a minha participação, onde prestei homenagem a esse trabalho elogiável de Uimar Junior e dos artistas maranhenses empenhados em preservar nossa história. Neste poema, composto na viagem que fiz na época, entre Curitiba-Brasília-São Luís, retratei essa imagem que se entrelaça a uma luta necessária onde nossa alma grita por respeito maior ao nosso patrimônio histórico e artístico, reforçando essa nossa paixão pelo berço e pela honra de onde nascemos.

 

VÍDEO-BÔNUS/A CAMPANHA VITORIOSA

 

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Luis AmadeuHá 4 semanas São Luís MaParabéns Uimar e toda a galera que apostou nessa ideia. Viva a RESISTÊNCIA!
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