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Deveria haver o rigor ÉTICO quando se trata de resultados coletivos com base em Filosofia, Astrologia, Tarô ou outras atividades afins?

A consultora de Astrologia da Plataforma Nacional do Facetubes, dra. Sarah Sheran, dá sua opinião sobre o tema.

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln Fonte: Sarah Sheran
07/05/2025 às 13h34 Atualizada em 07/05/2025 às 14h36
Deveria haver o rigor ÉTICO quando se trata de resultados coletivos com base em Filosofia, Astrologia, Tarô ou outras atividades afins?
Sarah Sheran é astrológa opinativa do Facetubes

(Ou): a Ética e Moral entre o Universo Filosófico, Astrológico e a Trama Psíquica

 

Por: Sarah Sheran

Tradução livre de Mhario Lincoln, jornalista. 

Neste texto, a consultora de Astrologia da Plataforma Nacional do Facetubes, dra. Sarah Sheran, enfoca nesse interessante  texto, alguns momentos de reflexão sobre Ética & Moral, na Astrologia e em outras ciências afins.

 

"A distinção entre ética e moral não é apenas uma questão semântica, mas sim uma estrutura de pensamento que define civilizações, regula consciências e orienta práticas individuais. Nas palavras de Immanuel Kant, "a moralidade não é propriamente a doutrina de como nos tornarmos felizes, mas de como nos tornarmos dignos da felicidade". Nesta perspectiva, tais fatos à luz da filosofia moral e da psiquiatria contemporânea", diz ela neste texto com tradução livre do meditor Mhario LIncoln.

 

A definição de Ética como "obediência ao que não é obrigatório" sugere um conceito kantiano: "a ação ética é aquela que se realiza por dever, não por medo da sanção". Trata-se do imperativo categórico: agir segundo máximas que possam valer como lei universal. A ética é o esforço de transcendência do ego em favor da coletividade — um movimento análogo ao processo de individuação descrito por Carl Jung, onde o sujeito busca integrar os opostos e se alinhar com valores arquetípicos universais.

 

E a Moral, por outro lado, é relativa à cultura, ao tempo e ao espaço. O exemplo da poligamia na Arábia Saudita nos lembra que o certo e o errado são pactos sociais, historicamente construídos. Michel Foucault nos ensina que os sistemas morais são, muitas vezes, dispositivos de poder, mecanismos de controle e disciplina dos corpos e desejos. A moral é convenção; a ética é convicção. 

 

E sobre pessoas com distúrbios mentais? Como podem ser éticos ou morais? Na clínica psiquiátrica, a ausência de ética pode se manifestar como transtornos de personalidade antissocial, onde o indivíduo age impulsivamente, sem considerar o bem coletivo. Já os conflitos morais — por exemplo, culpa ou vergonha oriundas de quebra de normas culturais — aparecem com frequência em transtornos depressivos e ansiosos. A internalização da moral é parte do superego, conforme proposto por Freud, e seu desequilíbrio pode produzir intensa angústia psíquica.

 

"Quanto maior o número de leis, menor é a ética daquele povo". Os americanos se orgulham de sua Constituição em razão disso. Mas, na verdade, essa frase é bem antiga, remonta ao pensamento de Montesquieu, para quem a liberdade verdadeira é aquela regulamentada por leis justas. Mas a ética, quando internalizada, torna a lei quase desnecessária; ou seja: não parar em vagas para idosos, respeitando o idoso que poderá ocupara vaga a qualquer momento. Ou seja, ainda: uma sociedade Ética vive pela consciência; uma sociedade apenas Moral vive pela coerção.

 

Arte: Ginai/MHL

E quando trazemos a Ética para dentro da Astrologia, por exemplo? Ela pode, sim, coexistir com a Astrologia, desde que esta seja praticada com responsabilidade, respeito e consciência de suas limitações. Diversos astrólogos e pensadores já abordaram a necessidade de uma conduta ética na prática astrológica, reconhecendo a influência que suas interpretações podem ter sobre os consulentes. Já o  psicólogo Carl Gustav Jung via a Astrologia como uma ferramenta simbólica para compreender a psique humana. Ele acreditava que a astrologia é a soma de todo o conhecimento psicológico da Antiguidade, traduzida a símbolos. Essa perspectiva sugere que a astrologia, quando usada com consciência e responsabilidade, pode ser uma ferramenta ética de autoconhecimento.

 

Por isso, a Associação Brasileira de Astrologia (ABA) estabeleceu um Código de Ética Profissional para astrólogos, que visa orientar a conduta desses profissionais em relação à sociedade, aos consulentes e à própria classe. Esse código enfatiza a importância de conservar e dignificar a profissão, tendo sempre em vista a elevação moral e profissional da classe, patenteada através de seus atos. 


No mais, astrólogos contemporâneos discutem dilemas éticos comuns na prática, como a necessidade de manter a confidencialidade, evitar previsões alarmistas e respeitar as crenças culturais dos consulentes. Esses profissionais destacam a importância de desenvolver um código de ética claro, que inclua autenticidade nas interpretações, consentimento informado e priorização do bem-estar do consulente. 

 

Destarte, a Ética é universal, atemporal, e exige do sujeito um nível superior de consciência e responsabilidade. Já a moral é adaptativa, refletindo os costumes locais. Compreender essa distinção é essencial para cultivar uma convivência mais justa, e para entender a psiquê humana em suas camadas mais profundas. Como disse Viktor Frankl: "Entre o estímulo e a resposta há um espaço. Nesse espaço está o nosso poder de escolher nossa resposta. E na nossa resposta reside o nosso crescimento e a nossa liberdade."

 

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alcina maria silva azevedoHá 5 dias Campinas -SPÉ interessante esse Código de ética profissional para astrólogos, com base em filosofia, astrologia, tarô etc. Nem sempre esses profissionais conseguem se utilizar da ética e da moral, qdo fazem o seu trabalho. As leis obrigam e, a ética é a dignidade que cada um tem sem ser obrigado. Eu gostaria muito de poder me consultar, com astrólogos e tarólogos responsáveis, mas infelizmente não conheço nenhum que use a empatia e, realmente conheça e estude o que faz, pois falta a ética profissional.
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