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As mais atuais matérias de Literatura, Arte e Inovação Tecnológica

Diário do Facetubes/Curadoria: Mhario LIncoln

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln Fonte: Mhario Lincoln/GINai
03/06/2025 às 07h26 Atualizada em 03/06/2025 às 11h05
As mais atuais matérias de Literatura, Arte e Inovação Tecnológica
Inscrições abertas até 25 de junho

 

Editorial – DIÁRIO DO FACETUBES

Realidade virtual nos museus: um novo elo entre o visível e o invisível da cultura

Por Mhario Lincoln/Plataforma Nacional do Facetubes/GINai

 

Em um mundo cada vez mais moldado pela tecnologia, os museus enfrentam um dilema profundo: como preservar o silêncio solene de seus salões sem perder a relevância diante de uma geração imersa em telas, interações digitais e narrativas imersivas? A resposta parece estar justamente onde muitos temiam a descaracterização do passado: na Realidade Virtual (RV).

Mais do que um recurso tecnológico, a RV emerge como um mediador simbólico entre o tangível e o intangível, entre a pedra esculpida e o sopro ancestral que lhe deu forma. De acordo com artigo publicado no repositório científico arXiv, a aplicação da Realidade Virtual em espaços museológicos não apenas enriquece a experiência do visitante, mas ressignifica o papel do museu como espaço de reconstrução de identidades culturais e afetivas.

O estudo, aplicado ao contexto do Museu Português de Miranda do Douro, propõe um modelo conceitual onde a observação de um artefato deixa de ser um fim em si mesma para tornar-se portal. A cada escultura, pintura ou objeto de cerâmica ancestral, adiciona-se uma camada digital imersiva capaz de transportar o visitante à época, à cultura e às tradições que o originaram. Não é apenas uma visita: é um reencontro com a própria raiz civilizacional.

“Observar um artefato sem contexto é como ler um poema com metade dos versos apagados”, afirma o museólogo português Carlos Fiolhais, defensor da imersão sensorial como instrumento pedagógico. “A Realidade Virtual nos permite recuperar os silêncios da história, transformando-os em aprendizado vivo.”

No Brasil, iniciativas semelhantes começam a ganhar fôlego. O Museu do Amanhã (RJ), por exemplo, já experimenta narrativas interativas que envolvem visitantes em viagens pelo tempo geológico da Terra, enquanto museus comunitários no Nordeste começam a documentar oralidades e tradições populares em ambientes 3D, criando pontes entre gerações.

Mais do que um modismo high-tech, a virtualização da experiência museológica representa, em essência, uma pedagogia da empatia. Ao dar corpo às ausências e voz ao invisível, a RV torna-se cúmplice do visitante na tarefa de interpretar o mundo — como se, por meio dos óculos digitais, também enxergássemos melhor com os olhos do espírito.


DIÁRIO DO FACETUBES – Plataforma Nacional do Facetubes
Cultura, inovação e identidade: todos os dias, em todas as formas.
???? Curadoria: Mhario Lincoln

Estudo revela como IA impacta empregos

(*) Um estudo publicado em 2 de junho de 2025 pelo Valor Econômico mostra que, após o lançamento de ferramentas avançadas de IA como o ChatGPT, ocorreu uma queda geral nas contratações em diversos setores. A pesquisa analisou dados de contratação de mais de 20 mil empresas em 2024 e identificou que cargos com tarefas repetitivas e processos padronizados – como atendimento ao cliente e análise de dados pré-formatados – são os mais expostos ao impacto da automação. A pesquisa também destaca que cargos com maior grau de criatividade, empatia ou tomada de decisão complexa, como desenvolvedores de software, profissionais de saúde e diretores estratégicos, mantiveram taxas de contratação estáveis ou levemente superiores ao ano anterior.

Além disso, o estudo aponta que empresas de tecnologia lideraram a adoção de IA, representando 45% das contratações realizadas em 2024, mas também respondendo por 60% das demissões motivadas pela automação de processos internos. Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que a tendência é de realocação de profissionais: aqueles que investem em competências analíticas avançadas, pensamento crítico e habilidades interpessoais tendem a migrar para funções onde o trabalho em parceria com sistemas de IA se torna um diferencial competitivo. Empresas de recrutamento passam a priorizar currículos que demonstrem fluência em ferramentas de IA e experiência em projetos híbridos humano-máquina. (Original: Valor Econômico).

 

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2 - O futuro sombrio dos corais em um mundo superaquecido

(*) Uma reportagem da AFP, publicada no UOL em 2 de junho de 2025, alerta para a mortandade em massa de recifes de corais causada pelo aquecimento global. De acordo com cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), se a temperatura média da Terra alcançar +1,5 °C em relação ao período pré-industrial, estima-se que 70% a 90% dos recifes desaparecerão; com +2 °C, essa proporção chega a 99%. Pesquisadores entrevistados afirmam que já há indícios claros de colapso em diversas áreas tropicais, inclusive no Caribe e no Pacífico Sul.

O texto destaca que, mesmo com esforços de conservação em curso, muitos corais só poderão sobreviver se ocorresse uma redução dramática nas emissões de gases de efeito estufa até 2030. Projeções de longo prazo indicam que os ecossistemas marinhos poderão sofrer mudanças irreversíveis, afetando a biodiversidade e as comunidades humanas que dependem das pescas e do turismo. Especialistas ressaltam que, além de ações de mitigação climática, será preciso investir em laboratórios que cultivem corais mais resistentes ao calor, mas que tais iniciativas ainda não são suficientes para impedir o cenário catastrófico projetado (UOL Notícias).

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3 - Claudia Nina: ‘A solidão é o grande tema da vida. Somos assombrados pelo abandono’

Claudia Nina (Divulgação).

Em tempo: Claudia Nina, com 20 anos de carreira, transita por muitos campos da literatura: escreve histórias para as mais diversas faixas etárias, atua como editora, tem uma respeitada carreira acadêmica e publica críticas e resenhas em importantes veículos literários.  O trabalho como escritora lhe rendeu ser finalista do Prêmio Rio de Literatura, recebeu elogios de grandes nomes da ficção brasileira e acaba de publicar duas obras: a nova edição do romance Paisagem de porcelana (Maralto) e o infantojuvenil O guardador do tempo (Centopeia). 

 

(*) Numa entrevista conduzida por Bruno Inácio no site Brasil de Fato Diplomatique, uma conversa com a escritora Claudia Nina, que completa 20 anos de carreira lançando livros que transitam entre a memória, a crítica literária e a ficção. Nina reflete sobre como a solidão permeia sua obra, definindo-a como “tema central da existência”, e comenta como o processo criativo se alimenta tanto de experiências pessoais quanto do contexto social de marginalização. 

Durante a entrevista, a autora discorre sobre sua trajetória acadêmica, atuando também como crítica literária, e destaca a importância de revisitar o passado para entender nosso presente. Ela aborda a relação entre literatura e identidade, afirmando que “cada livro é um espelho onde refletimos nossas perdas e conquistas”. Nina também comenta sobre o papel da editora e do mercado literário, enfatizando a necessidade de democratizar o acesso a obras que fujam ao cânone tradicional, promovendo vozes plurais, sobretudo de escritoras negras e periféricas. Para ler a íntegra: (Le Monde Diplomatique).

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4 - Abertas inscrições até 25 de junho para o 2º Prêmio Candango de Literatura

No site da EBC Rádio, em 2 de junho de 2025, foi divulgado que as inscrições para o 2º Prêmio Candango de Literatura seguem abertas até 25 de junho. A premiação oferece R$ 195 mil em prêmios distribuídos entre sete categorias, estimulando a produção literária em romance, poesia, contos, crônicas e projetos gráficos. A organização enfatiza a gratuidade das inscrições e a valorização de obras que reflitam a diversidade cultural brasileira. 

Segundo a coordenadora do prêmio, Maurício de Mello Júnior, a iniciativa visa não apenas reconhecer talentos, mas também fomentar a leitura e a visibilidade de novos autores no Centro-Oeste. A premiação é dividida entre autoras(os) residentes em Brasília e demais regiões, com menções especiais a projetos que abordem temas socioambientais e memória cultural. Os vencedores receberão publicação garantida e convite para participar de feiras literárias regionais e nacionais, contribuindo para a articulação entre autores e mercado editorial. (EBC Rádios).

 

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