Editoria de Literatura e Arte da Plataforma Nacional do Facetubes
O BOI, RIQUEZA VERBAL DO POETA LUIS AUGUSTO CASSAS, DESFILA NA PLATAFORMA NACIONAL DO FACETUBES, CELEBRANDO A ÉPOCA JUNINA EM QUE O BUMBA-BOI CANTA NOS TERREIROS DO MARANHÃO E DO BRASIL. EH BOI!
A antropologia mítica da temática do bumba-boi, rica festa popular que embala os folguedos do mês de junho, expressão elementar da alma do povo, principalmente no Norte e Nordeste, incluindo São Luis do Maranhão, minha terra natal – recebe agora a infusão lírica, banhada na efusão da espiritualidade crística, alçando o personagem central e o nosso povo, a novas alturas e configurações.
Trata-se do poema O Boi, do poeta Luis Augusto Cassas(*), ludovicense que incorporou em sua poética, além da ampla diversificação de conteúdos que hoje ultrapassa trinta títulos, a celebração da memória popular de sua terra, trazendo o dna dos seus costumes, paisagens, a poesia interior, de sua terra e sua gente.
Se a influência do bumba-boi floresce no teatro dos festejos amazonenses, incorporando a mitologia egípcia, enriquecendo seu calendário em novos mitos e ritos, também universais, o Maranhão,nosso torrão, mergulha na mística cristã, afinando céu e terra, divino e sagrado, como se pode observar no bailado verbal de O BOI, do poeta Luis Augusto Cassas. Ei-lo,em sua riqueza transcendente: “contra o bezerro de ouro/ ergue-se o boi nosso tesouro/ é o berro do céu no chão/ é o reino do pobre em ação/ é cristo em ressurreição/ é a estrela do maranhão”.
O compositor Josias Sobrinho compôs bela melodia, para o poema de Cassas. Que a canção, poesia e música, saiam cantando para todos, para alegria do Maranhão, nestes tempos de alegria,dança e cantoria. Eh boi!
O BOI
Luis Augusto Cassas(*)
na índia e no maranhão
o boi é um animal sagrado
não fere o povo os costados
nem come o bife ou a língua
comer-lhe a carne é pecado
aqui a fome é quem vinga
mas quando o boi dança e requebra
expulsa a dor e a miséria
e o esquelético novilho
transmuta-se em mártir e guia
o povo baba e se ajoelha
lambendo com dengo a cria
contra o bezerro de ouro
ergue-se o boi nosso tesouro
é o berro do céu no chão
é o reino do pobre em ação
é cristo em ressurreição
é a estrela do maranhão
*****
O AUTOR E SUA OBRA
(*) Luís Augusto Cassas nasceu em 1953, em São Luís do Maranhão e reside em São Paulo.
Buscador e não-buscador, sua jornada lírica tem sido progressivamente restaurar com os materiais da vida, trazidos à poesia, a circulação do bem, do belo, da verdade, da justiça, construindo de maneira integradora a essência do nome de Deus, Iod+ He+ Vav + He, na travessia da consciência do humano.
Aos trinta anos, travou conhecimento com a obra de Carl Jung, I Ching, taoísmo, que lhe ampliaram a compreensão da vida e do mundo. À busca do transcendente, desenvolveu uma ampla experimentação, assim como a incorporação e a dissolução de códigos, com os quais vestiu seu azul.
A partir de 1981, data de sua estreia, publicou trinta livros de poemas. A saber: República dos Becos; A Paixão Segundo Alcântara e novos Poemas; Rosebud; O Retorno da Aura; Liturgia da Paixão, Ópera Barroca; O Shopping de Deus & a Alma do Negócio; Titanic – Boulogne: A Canção de Ana e Antônio; Bhagavad-Brita: A Canção do Beco; Deus Mix: Salmos Energético de Açaí c/ Guaraná e Cassis; O Vampiro da Praia Grande; Em Nome do Filho: Advento de Aquário; Tao à Milanesa; Evangelho dos Peixes para a Ceia de Aquário; Poemas para Iluminar o Trópico de Câncer; A Mulher que Matou Ana Paula Usher; O Filho Pródigo ; Bacuri-Sushi: A Estética do Calor; A Ceia Sagrada de Míriam; O Livro, compreendendo: Livro I – O Sentido (Relatos da Fumaça do Incenso), Livro II – O Paraíso Reencontrado; enfeixados em A Poesia Sou Eu; Poesia Reunida, dois volumes encadernados (Imago Editora, RJ, 2012).
São obras mais recentes A Pequena Voz Interior & Outros Comícios do Vento; Maria, a Fortaleza Sutil que Vence toda Força; Paralelo 17; Quatrocentona: Código de Posturas e Imposturas Líricas de São Luis do Maranhão; Uma Bota para Netuno; Cotidiano, o Sagrado; República dos Becos e Novos Poemas, Meio Amargo; Os Polifenóis do Sol: Rua das Hortas & Tempos de Meias Moradas e Trilha de Rosas a um Amor sem Nome. Os livros Titanic-Boulogne: A Canção de Ana e Antônio e O Retorno da Aura, tiveram novas edições recentes pela Editora 2x4, de Santa Catarina, que o vem editando.
A poesia, como afirma, tem sido o seu bunker, templo, cinema, psicoterapia.