Esmeralda Costa
Antonio Marcos Bandeira nasceu em Fortaleza, Ceará, no dia 16 de agosto de 1973, e faleceu em 16 de junho de 2025, deixando um legado que ultrapassa as fronteiras da literatura. Poeta, cordelista, escritor, ator, diretor teatral e professor de Artes e Língua Portuguesa, foi um verdadeiro guardião da cultura. Membro da Academia Cearense de Literatura de Cordel (ACLC), ocupava com orgulho a Cadeira nº 6, tendo como patrono o eterno Patativa do Assaré, poeta que tanto o inspirou. Bandeira dedicou sua vida à poesia, à cultura popular e à formação de leitores, alunos e plateias por onde passou. Seu amor pela poesia era visível em cada gesto, em cada palavra declamada, em cada projeto cultural que abraçava. Bandeira respirava cultura. Seu olhar era de quem via poesia no cotidiano, nos becos de Fortaleza, nas vozes do povo, nas lutas sociais e nas histórias esquecidas. Esse sentimento de amor profundo pela arte o levou a publicar importantes obras em cordel, como “A dama e o palhaço”, uma história de lirismo e sensibilidade, e “A luta dos catadores de lixo do Jangurussú”, uma narrativa de denúncia social e valorização da dignidade humana. Ao lado de sua esposa, a também apaixonada pela cultura Lourdinha, mulher a quem ele sempre dedicou palavras de carinho e admiração, organizou inúmeras antologias literárias, reunindo poetas de diferentes gerações. Juntos, criaram pontes entre escritores, abriram espaço para novos talentos e fortaleceram o cenário da poesia popular e da literatura de cordel.
Antonio Marcos também foi um colaborador ativo da Revista Literária de Sergipe, escrevendo artigos sobre a literatura sergipana, e contribuiu com o jornal Vida Brasil, de Houston-Texas (EUA), além de atuar como representante da Cultura Popular Brasil/Suíça, divulgando a arte do cordel em outras terras, com a mesma paixão com que fazia nas feiras, escolas e teatros do Ceará. Sua trajetória inclui participações marcantes em eventos como o IV Congresso de Escritores, Poetas e Autores do Estado do Ceará (2014) e a III Feira Brasileira do Cordel na Caixa Cultural (2017). Na Bienal Internacional do Livro do Ceará, era figura sempre presente, muitas vezes vestido de palhaço, alegrando crianças e adultos com a leveza que só quem ama a vida sabe oferecer.
Antonio Marcos Bandeira era um homem com coração de menino, que fez da poesia uma missão de vida. Seu sorriso largo, sua generosidade, seu compromisso com a cultura e sua eterna parceria com Lourdinha continuam vivos nas páginas dos livros, nas rimas do cordel e na memória de todos que tiveram a felicidade de conhecê-lo. Hoje, sua voz permanece ecoando nas praças, nas escolas, nos palcos e nas feiras. Sua obra e sua história são um convite permanente à celebração da cultura popular, da poesia e, acima de tudo, do amor pela vida.
Confrades e confreiras membros da Academia Cearense de Literatura de Cordel lhe rendem homenagem:
Marcos Bandeira
Era um poeta palhaço,
Muito alegre divertido,
Amante do seu amor,
Lurdinha, amor querido,
Um defensor da cultura,
Cordel e literatura,
Acelesista aguerrido.
Joabnascimento/Camocim-CE
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Na nossa A C L C
Vagou mais uma cadeira
Partiu deixando saudade
Antonio Marcos Bandeira
Que eternizou seu sorriso
E foi versar no paraiso
Com Abelardo Nogueira
Pedro Cavalcante/Campos Sales-CE
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Foi no dia dezesseis
Que o mundo se despediu
De Antônio Marcos Bandeira
Que para a luz já seguiu
Palhaço, ator, cordelista
Um verdadeiro artista
Que fez sorrir e sorriu
Já no dia dezessete
É vez da sua matéria
O corpo volta a origem
Como fez a forma etérea
E Antônio Marcos Bandeira
Faz da cena derradeira
A sua arte mais séria
Lucivânio Correia
Juazeiro do Norte-CE
Marcos Bandeira partiu
Mas antes mostrou quem é
Sua obra e seu legado
Continuará de pé
Agora deixou o trono
Foi contemplar seu patrono
Patativa do Assaré.
José Gonçalves de Souza./ Fortaleza-CE
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MARCOS personificou
A BANDEIRA da alegria
Com o seu verso enfeitou
Seu mundo de poesia
Seu abraço foi abrigo
Acolhendo cada amigo
Risos da Palhaçaria.
Pedro Sampaio/Fortaleza-CE
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Marcos foi a poesia
E o riso em cada estação
Foi verso, palhaço e luz
Brilhou com dedicação
No cordel fez moradia
E hoje pra nossa alegria
Vive em nosso coração.
Esmeralda Costa/Campos Sales-CE
Em eventos cordelistas
Conheci Marcos Bandeira
E sempre enxerguei nele
Um artista de primeira,
Um palhaço especial,
Poeta fenomenal
Que brilhou a vida inteira.
Pequeno Poeta/Siupé
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Conhecê-lo, foi prazer
Que meu coração sentiu
Foi um grande amigo que
Na minha vida surgiu
Eu pensei, é fictícia,
Mas foi verdade a noticia:
"Marcos Bandeira partiu".
Poeta Charles Melo/Groaíras-CE
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Marcos Bandeira partiu
Mas escreveu sua história
Aqui no plano terreno
Teve passagem notória
Este Poeta imortal
Foi ao Pai Celestial
Cobrir-se de honra e glória.
João Rodrigues/Reriutaba - CE
Antônio Marcos Bandeira
Set'sílabas tem seu nome
Ah se fosse sete vidas!
No poeta de izunome
Meu coração entristeceu
Quando Bandeira morreu
O cidadão de renome.
Antônio Hélio/Araripe-CE.
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O palhaço, que, em silêncio,
Arrancou tantos sorrisos
Foi-se embora sem prenúncio
Deixou-nos sem sobreavisos
Do Projeto Geleitura
Leitura e Literatura
Tirava acordes precisos
Marcos Antônio Bandeira
Com esse afazer cabal
De tirar da geladeira
A cura do grande mal
Da ignorância queria
E alimentou de poesia
A população geral
Deve, agora, estar cantando
Sua poesia de cordel
Com os anjinhos escutando
Dentro dos portais do céu
Conviva do dia a dia
Imortal da Academia
Salve Antônio, o Menestrel!
Lucas Carneiro/Boa Viagem-CE
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Falar em Marcos Bandeira
E dizer sobre um artista
Simples, famoso, querido
Da poesia um ativista
Já concluiu sua meta
A terra perde um poeta
O céu ganha um cordelista.
Luiz Gonzaga Maia/Limoeiro do Norte-CE
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É duro dizer "adeus!"
A alguém desta maneira...
Ser humano iluminado,
Um artista de primeira.
Um amigo de verdade,
Que hoje deixa saudade...
Querido Marcos Bandeira!
Seu sorriso e alegria,
Performances especiais,
Nas mil apresentações
E diversos festivais,
Já viraram tradição
De Fortaleza ao Sertão
E nas grandes bienais.
Com carisma singular
Cumpriste aqui teu papel.
És referência precisa,
Um palhaço menestrel
Que com a sua partida
Deixa a rima "enlutecida",
Faz chorar nosso cordel!
Godofrêdo Solon/ Maracanaú-CE
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Foi morar no andar de cima
*Antônio Marcos Bandeira*
Sua bandeira era o cordel
Nessa vida passageira
Mas antes do adeus dos seus
Marcos foi morar com Deus
Pra viver a vida inteira.
Nosso poeta guerreiro
Deixou Lourdes, sua amada
E a família ACLC
Também ficou consternada
Mas ordem vem pra ficar,
Deus sem usar celular,
Te chamou pra sua morada.
Paulo Filho/ São João do Jaguaribe-CE
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Poeta, Marcos Bandeira
Foi morar no firmamento.
Deixou saudade e a poesia,
Água boa, o alimento.
Partiu num veloz corcel,
Hoje faz versos no céu
Vive em nosso pensamento.
Luís Távora Furtado Ribeiro / Fortaleza - CE.
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A existência de cada
Apresenta uma maneira
A sua deixa saudades
Até hora derradeira.
Foi tão bom viver contigo!
Digo: Até logo amigo,
Antônio Marcos Bandeira!
Auri Lopes / Fortaleza, CE
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Deus sabe todas as coisas
Não sabemos explicar
Quando parte um amigo
Um poeta popular
Era alegria e brincadeira
O amigo Marcos Bandeira
Está com Deus a Brilhar
Juarez Cordel/ Caucaia-CE
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Foi poeta, foi amigo
Foi palhaço e escritor
Antônio Marcos Bandeira
Do cordel foi defensor
Hoje só resta a saudade
E no livro da eternidade
Ele é um anjo do Senhor.
Lindicássia Nascimento/ Barbalha-CE
Marcos Bandeira adentrou
No universo da arte
Equipado de talento
Fez muito bem sua parte
Missionário da alegria
Arauto da poesia
Da cultura, um baluarte.
Partiu e agora reparte
Seu brilho na eternidade
Sua espontânea alegria
Faz falta, deixou saudade
Mas sua história bonita
Ficou para sempre escrita
No caderno da amizade.
Josenir Lacerda/Crato-CE
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Marcos foi nossa Bandeira
Da cultura popular
Cordelista de primeira
Um mestre no versejar
Deus o chamou pro seu lado
Pra fazer verso rimado
No céu foi poetisar
Araquem Vasconcelos/ Alvaçã / Santana do Acaraú CE
Antônio Marcos Bandeira
Notado vate Poeta
Travou uma luta inteira
Onde a Vitória é Seleta
No Riso do Coração
Indo em Acorde e canção
Onde só vai que tem Meta.
(Acróstico com Antonio)/Nailson Anselmo/ Salitre-CE
Mestre da arte e do riso,
Alegrava muita gente,
Rimando versos de luz,
Caminhava alegremente
Orgulhou a Academia,
Seu saber tão eloquente.
Acróstico com Marcos/Esmeralda Costa/ Campos Sales-CE
Boa gente, o palhaço fez poesia.
Alegre, foi Antônio Marcos Bandeira.
Navegando com Lourdinha, estrela guia
Dessa vida que nos leva, tão ligeira.
Esse artista, menestrel da alegria
Indo e vindo, uma amizade verdadeira.
Raro talento, foi amado e amoroso.
Aos céus sobe esse poeta mais famoso.
(Acróstico com Bandeira)
Luís Távora Furtado Ribeiro/ Fortaleza - CE.
As homenagens acima, mostram o quanto Marcos Bandeira foi querido e amado, sua alegria e sua simplicidade permanecerão para sempre nos corações e mentes daqueles que o conheceram. Diante de sua partida, percebemos o quão efêmera é a nossa vida e ao mesmo surge um questionamento: Quando um dia partimos, que marcas pretendemos deixar para os que ficam? Marcos deixou amor, sorriso, poesia e muita saudade. Essas marcas são fundamentais para que sejamos seres eternos no coração de alguém.
Esmeralda Costa é poeta cordelista de Campos Sales-CE/Membro da Academia Poética Brasileira, Academia Cearense de Literatura de Cordel, Academia Internacional de Literatura Brasileira e Academia Groairense de Letras.