
“A memória é um diário que todos carregamos conosco.”
Oscar Wilde
A Academia Maranhense de Letras Jurídicas (AMLJ) foi fundada em 22 de fevereiro de 1986, em solenidade realizada na então sede da Ordem dos Advogados do Brasil, na Rua do Alecrim, com a presença de vinte e quatro membros fundadores, assim relacionados: Wady Sauáia, Maria Tereza Cabral Costa Oliveira, Milson de Souza Coutinho, Eugênio Martins de Freitas, Raimundo Ewerton de Paiva, Fernando Eurico Lopes Arruda, Luís Fernando Dominice Castelo Branco, Fernando José Machado Castro, Roque Pires Macatrão, Lourival de Jesus Serejo Sousa, José Santos, Mário Lincoln Félix Santos, José Antônio Figueiredo Almeida e Silva, João Alexandre Júnior, José Antônio Almeida e Silva, Elimar Figueiredo de Almeida e Silva, Maria dos Remédios Silva Nina, José Jámenes Ribeiro Calado, José Maria Alves da Silva, Henrique de Araújo Pereira, Carlos César de Berredo Martins, Carlos Sebastião Silva Nina, Leomar Barros Amorim e Doroteu Soares Ribeiro.
Seu primeiro presidente foi o Dr. Wady Sauáia, fundador e instalador da Academia, que permaneceu no cargo até seu falecimento, em 1995. Outra efeméride importante a ser mencionada é a tradição de denominar as academias com o nome de um intelectual relevante. Exemplos: a Academia Brasileira de Letras é denominada Casa de Machado de Assis; a Academia Maranhense de Letras, Casa de Antônio Lobo; por sua vez, a Academia Maranhense de Letras Jurídicas é denominada Casa Clodomir Cardoso, em homenagem a essa personalidade cuja vida se confunde com a história e a memória de veneráveis instituições culturais e políticas do Maranhão.
Em 22 de fevereiro de 2026, a Academia Maranhense de Letras Jurídicas completará 40 (quarenta) anos de fundação, sendo, dentre suas academias coirmãs, a segunda mais longeva. É importante registrar que, ao longo desse período, foi presidida, além do instalador Wady Sauáia, pelos acadêmicos Lourival Serejo, José Carlos Sousa e Silva, Roque Macatrão, Ana Luiza Ferro, Raimundo Marques, João Batista Ericeira, e, atualmente, por Julio Moreira Gomes — todos oriundos de variadas áreas do Direito, como advocacia, magistratura e Ministério Público, refletindo a heterogeneidade profissional de seus membros.
Ocupo, desde 10 de novembro de 2017, a Cadeira nº 15 da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, que tem como patrono o enciclopedista Cândido Mendes e como antecessor o jurista Almeida e Silva, exercendo, no momento, a função de vice-presidente.
Sempre sou surpreendido por uma indagação reflexiva: afinal, o que é uma Academia?
Respondo: as Academias são, acima de tudo, construções imateriais. Ao contrário dos palácios e das catedrais, não se notabilizam por muralhas ou torres. O alicerce invisível das Academias é o pensamento de seus integrantes; a argamassa sólida, as obras de seus acadêmicos. Esse é o verdadeiro patrimônio que resiste a todas as intempéries e à passagem do tempo.
Outra pergunta que sempre nos assombra: onde encontrar a sabedoria?
É uma meditação profunda sobre os limites humanos e sobre a preciosa contribuição da literatura para nos ajudar a aceitá-los. Harold Bloom indica como fontes o Livro de Jó e o Eclesiastes; Platão e Homero, Cervantes e Shakespeare, Montaigne e Francis Bacon, Samuel Johnson e Goethe, Emerson e Nietzsche, Freud e Proust. E, finalmente, em suas reflexões sobre o tema, aponta a convivência intelectual como caminho principal para a busca do conhecimento.
Por isso, as Academias são buscas coletivas das formas de sapiência que moldam o nosso pensar — a procura da “pedra polida” que a convivência com confrades e confreiras generosamente nos presenteia.
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