SENSIBILIDADE HUMANA: Uma reflexão necessária
[1]Cel. Carlos Furtado
Quantas vezes nos deparamos com situações em que a insensibilidade humana se torna tão evidente? Essas situações ou incidentes, nos fazem questionar em que nos transformamos como sociedade e nos estimulam a buscar mudanças significativas em nossos comportamentos.
Gostaria de convidá-los a refletir sobre alguns exemplos de insensibilidade e como podemos transformá-los em oportunidades de empatia e compaixão.
Ignorar o sofrimento alheio: na maioria das vezes, passamos por situações em que alguém ao nosso redor está claramente sofrendo emocional ou fisicamente, mas optamos por ignorar, afastando-nos do problema. Isso mostra falta de sensibilidade e empatia para com os outros, pois um pequeno gesto de compaixão pode significar toda a diferença na vida de alguém passando por momentos difíceis. Se, em vez de ignorarmos, nos aproximarmos e oferecermos nosso apoio, esses pequenos atos podem proporcionar um grande impacto. Podemos ser um bom ouvinte, dar um abraço ou ofertar palavras de conforto.
Julgar sem entender: muitas vezes, julgamos as pessoas com base em sua aparência, escolhas de estilo de vida ou situação em que se encontram sem sequer tentar entender suas circunstâncias ou sentimentos. Talvez se antes de julgar alguém, buscarmos desenvolver empatia com eles, colocando-nos no lugar deles, buscando entender suas experiências e desafios, poderíamos fazer uma grande diferença, afinal de contas cada pessoa tem uma história única, portanto, é de fundamental importância respeitar e valorizar cada jornada.
Desprezar a dor dos animais: em geral, observamos que a insensibilidade não se limita apenas aos seres humanos, muitas vezes, ignoramos o sofrimento dos animais, seja por crueldade intencional ou simplesmente ao não nos importarmos com seu bem-estar. Cultivar um maior respeito e compaixão pelos animais inclui adotar hábitos de consumo consciente, evitar o uso de produtos de origem animal quando possível e denunciar casos de crueldade ou negligência, pois cada criatura merece ser tratada com dignidade e respeito.
Falta de solidariedade em tempos de crise: em desastres naturais ou pandemias, é comum observarmos a falta de solidariedade e empatia, com pessoas priorizando seu próprio bem-estar em detrimento dos outros. Como seres humanos devemos reconhecer a importância da solidariedade e colaboração em tempos difíceis buscando maneiras de ajudar aqueles que estão em situações mais vulneráveis. Seja voluntariando-se, doando recursos ou simplesmente oferecendo apoio moral, pois cada ato de solidariedade faz diferença.
Destarte, ao refletirmos sobre esses exemplos de insensibilidade humana, somos confrontados com a necessidade de mudanças. Cada um de nós tem o poder de fazer a diferença, transformando nossas atitudes e cultivando uma cultura de empatia,
A PALESTRA “A VIDA DO TEN. CEL. ANTÔNIO ALVES GONDIM”.
Em continuidade ao VI CICLO DE PALESTRAS da Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares (AMCLAM), o sodalício promoveu, em 21/05, no salão de eventos da Associação Maranhense de Escritores Independentes (AMEI), a palestra intitulada “A vida do Tenente Coronel Antônio Alves Gondim”, ministrada pelo Acadêmico Carlos David Veiga França, titular da cadeira nº 27, patroneada pelo homenageado.
O evento acadêmico foi prestigiado por Acadêmicos da AMCLAM, de outros sodalícios, Oficiais da Polícia Militar do Maranhão e do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, alunos do palestrante, interessados e familiares do homenageado, que lotaram o auditório da AMEI.
Quem foi Antônio Alves Gondim?
Um humilde cearense, nascido em Brejo Santo-CE, em 1916, um dos campos de concentração de flagelados do Ceará que, em 1932, fugindo da seca e da fome, empreendeu uma verdadeira saga a pé, até chegar a São João dos Patos-MA, onde se abrigou em uma Delegacia de Polícia, daí seguiu até Teresina e de lá para São Luís de carona em trem, e, nas proximidades da capital, teve que saltar com o veículo em movimento por viajar clandestinamente.
Ingressou na Polícia Militar do Maranhão como soldado, galgando todas as graduações e postos até chegar ao de Tenente Coronel no serviço ativo da corporação, resultado do seu talento, bravura e competência.
Como oficial, no ano de 1950, comandou tropas da instituição na Praça João Lisboa, em São Luís, e, em 1951, comandou o contingente policial de segurança do Palácio dos Leões, nos enfrentamentos com populares insatisfeitos com a instabilidade política no Maranhão, que ficou mais acirrada em 1955, quando o então Cap. Gondim, em função de eleições majoritárias, ficou revoltado contra uma mesa receptora de votos, em São Luís, suspeita de fraude eleitoral a favor do governo, em cuja oportunidade forças policiais foram chamadas para intimidar oposicionistas, causando o enfrentamento do Oficial contra os colegas de farda, quando este garantiu a saída dos oposicionistas ilesos do local.
A partir daí, por defender os direitos constitucionais de segurança, liberdade de expressão e combate à fraude eleitoral, sofreu sanções disciplinares, despertando-lhe a conscientização política e uma vocação oposicionista.
Após manobras políticas entendidas como ilegais, em 3 de maio de 1956, por volta das duas horas da manhã, comandando um grupo de policiais militares, partiu do Quartel do Comando Geral, à época, na Rua da Palma, rumou em direção ao Palácio dos Leões, visando tomar as rédeas do governo, depô-lo e, em sua óptica, restaurar a estabilidade política. Não conseguindo seu intento, foi preso incomunicável e posteriormente solto, o que lhe rendeu as condições favoráveis para uma eleição popular para exercer um mandato de deputado estadual entre 1959 e 1963. Depois, foi Diretor do Centro de Controle de Segurança e do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e Delegado Especial em algumas regiões do estado.
Foi um dos mais importantes maçons conforme o rito escocês, alcançando grau máximo de venerável e sendo considerado um excelente mediador de conflitos. Falecido no dia 4 de agosto de 2005, no leito do Hospital Português, deixou o legado de luta, virtude e hombridade. Foi sepultado no Cemitério da Saudade com todas as honras militares.
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Palestrante Acadêmico Carlos David Veiga França
Doutorando e Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Geografia, Natureza e Dinâmica do Espaço. Bacharel em Segurança Pública e do Trabalho; Arquiteto Urbanista; Engenheiro de Segurança do Trabalho, todos pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Mestre em Engenharia de Barragem e Gestão Ambiental (PEGBA) pela Universidade Federal do Estado do Pará (UFPA). Engenheiro de Segurança, Proteção e Prevenção contra Incêndio e Pânico – Centro de Ensino (CGESP). Pós-graduado em Patologia das Construções – Diagnósticos e Tratamentos – Instituto de Pós-graduação e Graduação (IPOG). Graduando em Engenharia Civil (Universidade Estácio). Major do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA). Acadêmico Titular da Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares, ocupando a cadeira nº 37, patroneada pelo Tenente Coronel Antônio Alves Gondim.
[1] Escritor, cronista, poeta, trovador e articulista. Atual presidente da Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares (AMCLAM) – www.amclamma.org – [email protected]