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Economia BILIONÁRIOS

Bilionários "Forbes" aponta maranhense (Imperatriz) como um dos bilionários do Brasil. Especial: Edmilson Sanches

Ilson Mateus, que comanda o Grupo Mateus, está na nova lista da revista

10/10/2020 às 00h24 Atualizada em 14/10/2020 às 13h32
Por: Mhario Lincoln Fonte: Edmilson Sanches
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O primeiro maranhense na lista dos bilionários

 

O HOMEM, OS NÚMEROS, O NOME

Ilson Mateus., dono do Grupo Mateus.

Ilson Mateus é o 9º mais rico do Brasil. Grupo Mateus oferta parte das ações neste 9 de outubro, quebra dois recordes na Bolsa de Valores e arrecada R$ 4,6 bilhões. Ilson Mateus e familiares ainda mantêm consigo cerca de 80% das ações.

Este ano de 2020 será inesquecível para bilhões de pessoas no mundo, por motivos iguais para todos  --  a pandemia do novo coronavírus. Mas para um brasileiro, maranhense e imperatrizense, além da pandemia (que afetou sua vida, seus colaboradores e seus negócios), 2020 se tornará marcante por motivos igualmente além do controle dele: sócio majoritário (dono) do Grupo Mateus, Ilson Mateus Rodrigues conquista feitos inimagináveis  -- embora desejáveis e desejados -- no mundo dos negócios maranhenses e dos grandes negócios corporativos do País. Nesta sexta-feira, 9 de outubro de 2020, o Grupo Mateus, antes familiar, fez a oferta de parte de suas ações e arrecadou nada menos do que R$ 4 bilhões e 630 milhões, feito e valor inéditos este ano na Bolsa de Valores, além de ser a maior estreia de um grupo empresarial com origem no Nordeste do Brasil em toda a história da Bolsa de Valores brasileira.

 

Aplaudido autor: Edmilson Sanches

Textos escolhidos/autor convidado: EDMILSON SANCHES

(*) Jornalista. Consultor. Palestrante. Editor. Bacharel em Administração Pública. Licenciado em Letras.

Um pouco de história...

Somente nesta segunda semana de outubro de 2020 começou a circular nas bancas de jornais de Imperatriz (MA) o número 80, de setembro, da edição brasileira da centenária, prestigiada e famosa revista norte-americana “Forbes”, com a lista das 238 pessoas mais ricas do Brasil  --  os bilionários.

Até onde se sabe, pela primeira vez, alguém declaradamente maranhense e, em especial, alguém comprovadamente imperatrizense consta dessa lista – e a ela chegou chegando: ao invés de apenas CONSTAR, veio para CONTAR, entrando logo na NONA posição, ou, em outras palavras, é um dos nove mais ricos do País.

Como está na capa da revista, trata-se de um número diferenciado: é a “edição especial de aniversário” da “Forbes” brasileira, que teve início em 2012, com uma linha editorial “positiva e propositiva”, conforme decidiu o empresário ítalo-brasileiro Antonio Camarotti, que trouxe a revista para nosso País  --  e que não deixou de ouvir palavras de descrença de quem argumentava que “o que ‘vendia’ no Brasil era a desgraça”.

A revista foi fundada em 1917, nos Estados Unidos, por Bertie Charles Forbes, mais conhecido por BC Forbes, um escocês proveniente da pequena localidade de New Deer e que se naturalizou norte-americano. Até morrer em 6 de maio de 1954, uma semana antes de completar seus 74 anos de vida, BC Forbes dirigiu pessoalmente sua revista, pois não tinha sido à toa que dera a ela seu próprio sobrenome e a transformara em referência no mundo da economia, negócios, finanças e listas de “mulheres poderosas”, celebridades ricas, e um pouco de notícias do mundo da Tecnologia, das Comunicações, da Ciência e do Direito.

Se, no mundo dos negócios, o assunto é dinheiro  --  aliás, muuuuuito dinheiro --, então é “Forbes”. Não sem razão, a “Forbes” é (re)conhecida como “a ferramenta capitalista” (“The Capitalist Tool”). A sede mundial da revista fica em Jersey City, no estado de New Jersey, onde  -- pouca gente sabe --  geograficamente se localiza a Ilha da Liberdade e a mundialmente famosa e evocativa Estátua da Liberdade, cujo nome oficial é “A Liberdade Iluminando o Mundo” ou, em inglês, “Liberty Enlightening the World” e, em francês, o idioma em que foi projetada e construída em 1886, “La liberté éclairant le monde”. Ali está esculpida a deusa Libertas, tendo aos pés uma corrente quebrada e, na mão direita, a celebérrima tocha, e, na outra mão, uma tábula de leis, como a lembrar as tábuas mandamentais de Moisés ao povo hebreu. Por acordo, a Ilha da Liberdade é federal mas, digamos assim, é operacionalizada pelo estado de Nova York, ali pertinho, com um porém: todo o dinheiro do turismo vai para o estado de New Jersey.

Nessa história da “Forbes” e de dinheiro entra o maranhense-imperatrizense deixado anônimo lá em cima (pois é no alto que ele agora, e pioneiramente, está...). Ilson Mateus Rodrigues, o bilionário maranhense, tem lá suas parecenças com Bertie Charles Forbes. Os dois têm origem humilde. Ambos tiveram de se esforçar muito. Forbes e Mateus controlam seus próprios negócios. O principal negócio de ambos levam o nome de cada um  --  e cada um tem três nomes, o jornalista com 19 letras, o varejista com 20.

A diferença é que, se o escocês Forbes precisou cavar riqueza fora de seu país, o brasileiro Mateus sequer precisou cavar fora de seu próprio estado para se estabelecer  --  e quando foi, literalmente, como garimpeiro, escavar fora do Maranhão, não teve sucesso...

O sucesso começaria na própria hinterlândia maranhense, e ele veio certo, de forma líquida  -- vendendo pinga, cachaça. E o sucesso não só começou como continuou pela boca dos outros  -- vendendo alimentos.

De lá para cá, como o nome daquele trecho musical com aumento progressivo de intensidade sonora, foi só crescendo. Claro, nesse intervalo e até hoje, sem vislumbre de parar, muito trabalho, muitos percalços e obstáculos, algum disse me disse, pois é mais fácil falar do outro do que fazer como o outro, com o outro.

Nessa história de “Forbes” e dinheiro, imagine você que toda a riqueza do Brasil, em 2019, era da ordem de R$ 7 trilhões e 300 bilhões. Pois, entre os 211.755.692 brasileiros, o grupo dos 238 em que agora se encontra o imperatrizense Ilson Mateus Rodrigues tem ou detém, só esse grupo, 21,91% dessa riqueza, ou R$ 1 trilhão e 600 bilhões.

Sendo o único bilionário maranhense na lista miliardária, Ilson Mateus, com seus R$ 20 bilhões, não só é a nona pessoa mais rica como também posicionou o Maranhão na coincidente posição número 9 entre os Estados, praticamente empatando com o Paraná (R$ 20 bilhões e 90 milhões) e superando Pernambuco, Pará, Espírito Santo e Paraíba. 

Sem querer fazer pouco, mas o MA de Maranhão e de Mateus, com seus R$ 20 bilhões, “engole”, juntos, três desses estados... O Maranhão, entre 27 Unidades Federativas, está à frente de 18 Estados, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e Paraná. São Paulo tem 99 bilionários; Rio de Janeiro, 34; Minas Gerais, 24; Santa Catarina, 18; Ceará, 16; Rio Grande do Sul, 14; Pernambuco, 6; Paraná, 5; Goiás, 4; Espírito Santo, Maranhão, Pará e Paraíba, 1 bilionário cada.

A imensa fortuna desses 238 brasileiros poderia ser maior se fossem consideradas as “coisas” de valor que eles, bilionários, não deixaram se tornar públicas. Como diz a “Forbes”, só foram consideradas as informações de acesso público, “oficiais e confiáveis”. As riquezas que, ainda que oficiais, não são de acesso público (a declaração de Imposto de Renda por exemplo, onde se detalham posses, haveres, bens) não integram a soma que cada “richest” (mais rico) tem. Itens patrimoniais como imóveis, aplicações financeiras, dinheiro no Exterior, pinturas, esculturas e outras obras de arte (e de valor), participação financeira em empresas de capital fechado e outros negócios acinzentados mas não escuros nem escusos  --  tudo isso ampliaria ainda mais o “totum” financeiro e o “quantum” dos muitos ricos.

O grupo tem uma Rede de Supermercados.

O maranhense Ilson Mateus participa de pelo menos dois-- moda, varejo e atacado; e alimentos e bebidas --dos três maiores segmentos, entre 19, em que estão os 238 bilionários brasileiros. O maior segmento é o “financeiro e investimento”, que, sozinho, abocanha mais de um quarto (25,8%) do total, confirmando que “dinheiro chama/atrai dinheiro” ou que “a água só corre para o mar”--claro, com alguns rios e riachos permanentes aqui e acolá, senão não se aguenta...

A quantidade dos brasileiros muito ricos aumentou consideravelmente desde 2012, quando a “Forbes” chegou ao Brasil. Pelos meus cálculos, o incremento foi da ordem de 230,55%: são 238 bilionários em 2020 contra 72 bilionários em 2012. Já quanto ao valor de todas as fortunas somadas, o aumento foi de 362,42%, comparando-se o R$ 1 trilhão e 600 bilhões atuais com os R$ 346 bilhões de oito anos atrás.

Das 146 páginas (46 de publicidade) da “Forbes”, três mencionam, em textos e tabela, o nome de Ilson Mateus Rodrigues. Diz de seu faturamento de quase R$ 10 bilhões e lucro líquido de quase R$ 340 milhões em 2019, mas não disse do faturamento do Grupo no primeiro semestre de 2020, de R$ 5 bilhões e 120 milhões (aumento de 30%) e lucro de R$ 297 milhões e 180 mil (aumento de 62%). Também, a “Forbes” não poderia dizer, mas pôde prever, acerca dos R$ 4 bilhões e 630 milhões arrecadados hoje, 09/10/2020, na Bolsa de Valores.

A “Forbes” conta também um pouco da história do imperatrizense Ilson Mateus, sua passagem como garimpeiro e nenhum pingo de ouro, e como vendedor de cachaça, quando seu ouro começou com a pinga...

Capa "FORBES".

É claro, em uma revista como a “Forbes” não há espaço para detalhes sobre Ilson Mateus, como o apelido “Miúdo” e os jogos de bola, na infância... O corpo franzino, Ilson Mateus mantém até hoje, e bola... bem, no plural, talvez só as de dinheiro, que os carros das companhias de transporte de valores vão regular e diariamente buscar nas suas quase 140 lojas e outras unidades empresariais em mais de meia centena de cidades de diversos estados.

Para um estado acostumado a ser pisado e repisado com os piores indicadores socioeconômicos entre as 27 Unidades Federativas,...

...uma terra acostumada a ser rica pela Natureza de Deus e empobrecida pela natureza do homem, pela hereditária vileza político-administrativa que submete seu povo a ser destinatário da pobreza e alvo de adjetivos nada substantivos como, por exemplo, “preguiçoso”,...

...por mais que leituras e subleituras anticapitalistas queiram desdizer ou desfazer, com seu redistributivismo igualitarista retórico ou igualitarismo redistributivista de boca...

...nesse cenário simultaneamente rico e pobre, a história pessoal-empresarial de Ilson Mateus é um alento e, até provas em contrário, é um orgulho. Pois não é fácil  -- como não foi rápido (são quase quatro décadas de trabalho constante) --, não é fácil, repita-se, chegar ao topo, ou, como foi apropriado pela “Forbes”, não é fácil “chegar lá”.

Afora os casos fortuitos de heranças e de excelência tecnológica (do mundo da Informática sobretudo), a esse “lá” geralmente só se chega após os 50, 60 anos de idade, nos negócios ditos mais tangíveis. Além do mais, para o “workaholic”, os muito trabalhadores, a luta pelo crescimento permanente ou pela manutenção do “status” empresarial-financeiro certamente consumirá décadas mais.

Isso quer dizer que não há tanto tempo assim para fruição, para gozo, para “gastar” o que se ganhou, “vivendo a vida”. Desse modo, a vida tem de ser vivida no seu percurso, as alegrias têm de ser geradas  -- e distribuídas e compartilhadas – no “hic et nunc”, no aqui e agora em que a existência se dá. Tem-se de gostar de trabalhar trabalhando no que gosta, pois assim o próprio viver-prazer se realizaria --  o que chamo, com uma palavra que criei há anos, de “ergolagnia”, o trabalho-prazer ou prazer em trabalhar: do grego “érgon-”, ‘trabalho’ + “-lagneia”, ‘prazer’ (extensão semântica de origem libidinal).

Como quase é praxe ocorrer em ambientes menores e em mentes estreitas, os negócios e o sucesso do Ilson Mateus já foram atribuídos à influência de outros e até à sociedade com gente dita e tida como poderosa, sobretudo politicamente. Que ele tenha sido, e seja, procurado pelas excelsas figuras de sempre, que buscam “apoio$” para campanhas políticas, eu não tenho dúvidas  --  só que não há qualquer novidade nisso, nem no Maranhão nem do “A” de Abadia de Goiás ao “Z” de Zortéa, em Santa Catarina, no extenso alfabeto dos 5.570 municípios brasileiros.

O próprio Ilson Mateus me contou o quanto atribuem a outrem o êxito que decorre da luta cotidiana sua e de seus colaboradores: “ – Todo mês me dão um sócio”, disse ele, após mencionar dois dos nomes mais frequentes.

Isso foi há cinco anos, em 23 de setembro de 2015. Mateus e outros quatro empresários foram convidados por estudantes de Administração da Faculdade de Imperatriz (Facimp), a maior instituição de Ensino Superior privado de Imperatriz e região. Ele recebeu homenagens e fez uma palestra, contou sua luta.

A surpresa da noite foi eu ter sido convidado ao palco pelo coordenador do curso para uma homenagem especial, como ex-diretor da Faculdade mas sobretudo em razão de meus trabalhos técnicos, citados em textos e na bibliografia de um livro de Administração que estava sendo lançado naquela noite de quarta-feira, que marcava o encerramento da Semana do Administrador.

Para continuar lendo: https://www.facebook.com/edmilson.sanches.9/posts/10222187966346719

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Prof Nicário Azevêdo MelloHá 4 anos Brasília (de São José de Ribamar-MA)Grandioso estudo. Parabéns professor Sanches. As pessoas no Maranhão ficam xingando sua própria terra e esquecem que ela é formada de gente tão ilustre. Li aquela parte onde o Mateus diz "cada dia me arranjam um sócio novo". Essa é a prova da ignorância de uma parte do povo de uma cidade já foi considerada "Athenas Brasileira". Fico aqui com meus botões pesando se aquela história da "cabeça de burro" enterrada. Será verdade?
Dr. Lindalvo MeirelesHá 4 anos São Paulo SPA maior pesquisa direta já feita por um maranhense nessa área. Parabéns.
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