*Editoria de Economia da Plataforma Nacional do Facetubes
O que Bill Gates tem escrito e opinado sobre inteligência artificial ? especialmente sobre o avanço tecnológico e o temor de desemprego em massa? Para ele, há categorias profissionais cuja essência – assentada em empatia, criatividade e julgamento moral – continua fora do alcance dos algoritmos. (Ou seja, nenhuma IA irá destruí-las).
Em entrevistas recentes e em artigos no seu blog GatesNotes, o cofundador da Microsoft elencou sete áreas “blindadas”, ainda que parcialmente, à automação radical. Especialistas em futuro do trabalho confirmam que essas ocupações reúnem justamente as competências que a IA mais custa a replicar.
O Fundo Monetário Internacional calcula que 40 % dos postos de trabalho do planeta já estão expostos a algum grau de automação por IA. No entanto, o Future of Jobs Report 2025, do Fórum Econômico Mundial mostra que funções centradas em interação humana seguem nas zonas de menor risco. Gates insere sua lista nesse contexto: “A IA será uma copilota — não piloto automático — em tarefas em que importam empatia, criatividade e senso crítico”.
Vale elencar, assim, as sete profissões que permanecerão intacatas através destes tempos modernos:
1 - Programadores – Ferramentas como o GitHub Copilot aceleram a escrita de código, mas projetar arquiteturas originais e antecipar falhas de segurança exige intuição e experiência humanas.
2 - Cientistas de biotecnologia, energias renováveis e IA –
3 - Médicos – Algoritmos já leem exames com precisão, mas a anamnese, a conversa difícil sobre prognóstico e a adequação do tratamento ao contexto social permanecem humanas.
4 - Advogados – A interpretação de leis evolutivas, a análise de precedentes e o convencimento em tribunais exigem retórica e leitura de nuances culturais que fogem ao padrão estatístico.
E olha esta profissão mais que especial:
5 - Educadores – Softwares de tutoria adaptativa surgem como apoio, mas diagnosticar dificuldades emocionais, inspirar e manter disciplina de forma personalizada é tarefa de gente, não de chips. Por isso a importância dos professores em geral, nesse contexto.
6 - Profissionais de Recursos Humanos – Construir cultura, mediar conflitos e captar talento requer empatia e percepção do não‑dito; apenas 38 % das tarefas de RH mostram potencial real de automação.
7 - Serviços Sociais e Saúde Mental – Assistentes sociais e terapeutas lidam com trauma e vulnerabilidade, áreas onde a IA serve como triagem, mas não estabelece vínculo curativo.
Para a socióloga Sherry Turkle, professora do MIT, “quando redefinimos empatia como um conjunto de métricas, deixamos de ensinar as pessoas a compreender umas às outras”.
Na verdade, as maiores disrupções tecnológicas da história criaram mais empregos do que destruíram, desde que sociedades "apostem em qualificação focada em criatividade e pensamento crítico", diz Marcio Lindolfo, consultor brasileiro ouvido por nossa reportagem.
Por outro lado, relatórios do FMI e da Reuters apontam que o “tsunami” de IA pode ampliar a desigualdade se governos e empresas não investirem em requalificação e proteção social. Assim, a WEF projeta 170 milhões de novos postos até 2030, muitos deles justamente nas áreas destacadas por Gates.
Vale só lembrar que enquanto redes neurais dominam rotinas e cálculos em escala industrial, o trabalho atrelado à condição humana — sentir, julgar, criar — continua sendo a última linha de defesa contra a automação plena. Para Bill Gates e para boa parte dos pensadores modernos, a questão crucial não é se a "IA substituirá todas as funções, mas sim como sociedade, governos e empresas vão integrar essa nova força de trabalho sintético", preservando e valorizando aquilo que nos torna irreplicáveis.
Crédito: Editoria de Economia da Plataforma Nacional do Facetubes