TERNAMENTE ANJO
Fazia sorrir os anjos
Quando acolhia crianças
Famintas de pão e de pais
E ornamentava de cores
As vestes das vidas rotas.
Aí vicejavam as flores
Nas pedras dos seus quintais.
Enternecia os santos
Ao fomentar a harmonia
Entre os povos e irmãos
Carentes de sabedoria
E os pouco favorecidos.
Aí os tesouros fluíam
Das palmas de suas mãos.
E deixava Deus contente
Ao afugentar os lobos
Que ameaçassem sua gente;
Quando tratava o doente
Sem ser médica ou enfermeiro.
Aí se enchiam de graças
Os frutos do seu celeiro.
Vive, sim! Eu sei que vive!
No Jardim real habita,
Lá, onde o valor se eterniza
Sem as sombras da ilusão:
As rosas do seu canteiro,
Os frutos do seu celeiro,
As bençãos do seu coração!
De Joana Bittencourt
Poema para Dona Moça
(in memoriam)
Em 26.08.1993