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Especial: LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln
02/02/2025 às 10h13

MÁRCIA DE QUEIROZ – CRONISTA ESPORTIVO E POETA

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão
Centro Esportivo Virtual
Academia Ludovicense de Letras
Academia Poética Brasileira


O Maranhão tem uma rica tradição de jornalistas esportivos que contribuíram para a evolução do campo. Esses profissionais, tanto da "nova" quanto da "antiga" geração, ajudaram a moldar o jornalismo esportivo local, adaptando-se às mudanças tecnológicas e às novas demandas do público, contribuindo para a evolução do campo. 


Desde o início do século XX, o jornalismo esportivo em São Luís, capital do estado, tem desempenhado um papel importante na cobertura de eventos esportivos e na formação da opinião pública sobre o esporte. Nas primeiras décadas do século XX, era caracterizado por narrativas literárias sobre os esportes, com jornalistas conhecidos como "literatos" que empreendiam narrativas detalhadas e envolventes. Esses jornalistas ajudaram a criar uma marca distintiva para as notícias esportivas, destacando a importância cultural e social dos esportes na região.


Com o passar do tempo, a incorporação de novas tecnologias, como o rádio, a televisão e, mais recentemente, a internet, transformou significativamente o jornalismo esportivo. Essas mudanças permitiram uma cobertura mais ampla e imediata dos eventos esportivos, além de possibilitar a emergência de novos perfis de jornalistas.


Ele não apenas registra acontecimentos esportivos, mas também expressa valores, ideologias e transformações sociais de cada época. Ele desempenha um papel crucial na construção de narrativas e identidades coletivas, especialmente em um estado onde o esporte é uma parte importante da cultura local.


No livro "Almanaque do Futebol Maranhense Antigo: Pequenas Histórias" de Hugo Saraiva, lançado em 2024, menciona alguns dos principais personagens e histórias do futebol maranhense, incluindo jornalistas e cronistas que contribuíram significativamente para a cobertura esportiva na época.


Na década de 1940, a crônica esportiva no Maranhão contava com diversos jornalistas e cronistas que contribuíam para a cobertura dos eventos esportivos locais. Infelizmente, informações específicas sobre os nomes desses cronistas não são amplamente documentadas. 
A Associação dos Cronistas Esportivos do Maranhão (ACEM), atualmente conhecida como ACLEM, foi fundada em 1941. A entidade foi criada para organizar e representar os cronistas esportivos do estado do Maranhão. Alguns jornais mantinham seções dedicadas à crônica esportiva.

Entre eles, destacam-se:
•    O Imparcial: Fundado em 1926, este jornal é um dos mais antigos do Maranhão e tinha uma seção dedicada ao esporte, onde cronistas locais publicavam suas análises e histórias. Rubem Braga: Embora mais conhecido por seu trabalho em outros jornais, Rubem Braga publicou crônicas em diversos veículos ao longo de sua carreira
•    O Estado do Maranhão: Outro jornal importante da época, que também incluía crônicas esportivas em suas edições. Tinha entre seus cronistas esportivos, Márcia de Queiroz, poetisa e cronista  publicava suas crônicas desde o final dos anos 1920 até os anos 1960. é provável que elas tenham aparecido em jornais locais de grande circulação na época, como "O Imparcial" e "Jornal Pequeno".

 

MÁRCIA DE QUEIROZ – Pseudônimo de  ENÓI SIMÃO NOGUEIRA DA CRUZ (1908/1969. Jornalista, cronista e poetisa. Para proteger-se do preconceito , adotou o nome literário de Márcia de Queiroz. 


Nasceu em Cantanhede, interior do Maranhão, em 1908 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1969. Filha do libanês Paulo Antônio Simão com a descendente de portugueses Celina Rodrigues Simão. Recebeu, em regime de internato, uma sólida formação cultural no Colégio Santa Tereza, na capital maranhense. Após os estudos, retornou à cidade natal, de onde continuou a escrever e publicar nos jornais de São Luís. Em Itapecuru-Mirim, conheceu o itapecuruense Raimundo Nogueira da Cruz, com quem se casou em 1934 e teve seis filhos. Um deles, Arlete Nogueira da Cruz, tornar-se-ia, precocemente, uma grande escritora brasileira. 


De volta à São Luís, publicou em vários jornais locais estabelecendo-se como jornalista, cronista e poeta, num tempo em que o destino possível reservado à mulher era o matrimônio e a maternidade. Exatamente por isso e para proteger-se do preconceito com as raras mulheres que ousavam contrariar tal destino, Enói adotou o nome literário de Márcia de Queiroz. Assim, dos anos vinte aos anos sessenta assinou, com este pseudônimo, toda sua produção literária em verso e prosa. Intelectual politizada, atuante e de esquerda, transmitiu aos filhos sua paixão pelas artes, seu interesse pelas causas sociais e sua indignação contra os desmandos políticos, mais particularmente, no Maranhão. Teve importante participação na campanha política em prol das Oposições Coligadas, em 1950. Concorreu ao Prêmio Cidade de São Luís, em 1957, no qual foi agraciada com uma Menção Honrosa. Dentre seus escritos, destaca-se o soneto Exaltação. Suas crônicas refletiam sobre o cotidiano da cidade e sua poesia, predominantemente de sonetos parnasianos, desvelava a alma romântica, delicada e insatisfeita de quem tinha, inerente, o zelo técnico sobre a prosa e o verso, próprios do parnasianismo, como bem e belamente disse a escritora Arlete Nogueira da Cruz.


Foi no ano de 1969, no Rio de Janeiro, que essa voz feminina, que abriu importante caminho para que outras mulheres escritoras pudessem advir, silenciou. Contudo, permanece bem viva e ecoante na memória dos que lhe conheceram em vida e, sobretudo, em sua escrita indelével. O plano editorial do SIOGE, em 1993, publicou seu livro intitulado POEMAS.


Algumas de suas crônicas mais famosas incluem:


1.    "A Bola e o Sonho" - Uma crônica que explora a paixão pelo futebol e como ele se entrelaça com os sonhos e aspirações dos jovens. Nesta crônica, a autora explora a paixão pelo futebol e como ele se entrelaça com os sonhos e aspirações dos jovens. A narrativa é rica em detalhes e emoções, capturando a essência do esporte como uma metáfora para a vida e os desafios que enfrentamos. A crônica destaca a importância do futebol na cultura brasileira e como ele pode ser um meio de escape e realização para muitos. Márcia de Queiroz utiliza uma linguagem poética e envolvente para transmitir a intensidade dos sentimentos dos personagens, tornando a leitura uma experiência profunda e reflexiva.
2.    "Corrida Contra o Tempo" - Aborda a temática das competições de atletismo e a busca incessante por superação e recordes. A narrativa é envolvente e poética, capturando a intensidade das corridas e a determinação dos atletas. A crônica explora não apenas o aspecto físico das competições, mas também o emocional e psicológico, mostrando como os atletas lidam com a pressão e os desafios. Márcia de Queiroz utiliza metáforas e descrições vívidas para transmitir a sensação de urgência e a luta contra o tempo que caracteriza o atletismo.
3.    "O Jogo da Vida" - Uma reflexão sobre como os esportes podem ser uma metáfora para os desafios e vitórias da vida cotidiana.
4.    "Nas Águas da Vitória" é uma crônica onde a autora explora a determinação e a disciplina dos nadadores, destacando os desafios e as conquistas que enfrentam em suas jornadas. A crônica é conhecida por sua linguagem poética e envolvente, capturando a essência do esforço e da superação no esporte. Márcia de Queiroz utiliza metáforas e descrições vívidas para transmitir a intensidade das competições de natação e a sensação de vitória que acompanha o sucesso.
5.    "O Vôlei Brasileiro" - Uma crônica que aborda a trajetória e os desafios das seleções brasileiras de vôlei, tanto masculina quanto feminina, em competições internacionais; E "Vôlei Feminino – Quase Novamente!" - Nesta crônica, Márcia de Queiroz discute os erros e desfalques que afetaram o desempenho da seleção feminina de vôlei em um torneio importante. Essas crônicas refletem a paixão da autora pelo esporte e sua habilidade em capturar as emoções e os desafios enfrentados pelos atletas. Se você estiver interessado em ler essas crônicas completas, recomendo procurar em coletâneas de crônicas maranhenses ou em bibliotecas que possuam obras de Márcia de Queiroz.


Ela explorava não apenas as competições em si, mas também as histórias humanas e os desafios pessoais dos atletas. Essas crônicas foram publicadas em diversos jornais maranhenses e são apreciadas por sua sensibilidade e profundidade.

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Rogerio Rocha Há 2 semanas São LuísNossa memória viva, contador de histórias e agente da conservação desses registros temporais: Leopoldo Vaz. Parabéns!
Antonio Guimarães de OliveiraHá 2 semanas São Luís- MALeopoldo Gil Dulcio Vaz, dinâmico e responsável por editar uma das melhores revistas literária do Maranhão.
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZHá 2 semanas MARANHÃOEscolha um EstadoObrigado , Mhario...
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