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Pedro Sampaio & Socorro Guterres versificam Santo Antônio

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln
13/06/2025 às 16h19

Soneto ao Santo de Pádua

Admirável e adorável Santo Antônio 
Nascido em Lisboa, e que em Pádua viveu 
Da Santa Igreja, és um grande patrimônio 
O amor a Cristo foi, seu infinito apogeu 

Para o Católico, Santo Antônio é um tesouro 
Não importa, se criança, jovem ou velho 
Ganhou o título de: "O Frade Língua de Ouro"
Pelo amor, com que pregava o evangelho 

Sua fogueira de amor é intensa luz 
Nos braços acolhe, nosso Menino Jesus 
A Deus o seu amor, é sentimento divinal 

Santo Antônio, é mui amado em todo mundo 
A ele a devoção, aumenta a cada segundo 
Desde Pádua até, à mansão celestial.  (Pedro Sampaio)

********

Ouçam-me as palavras (Socorro Guterres)

Vou lembrar-vos  a história,
Que fala em corrupção, 
De tempos longínquos 
Nas terras do Maranhão.
Quem do púlpito proferiu 
Tão soberbo sermão 
Foi Padre Antônio Vieira,
E por tal ato foi inquirido 
Pela Santa Inquisição.
Mas o que dizia o jesuíta 
Para assim ser perseguido?
Buscava os direitos dos índios 
Que sofriam atrozes penas 
Dos  brancos colonos portugueses 
Nas terras do Maranhão. 
E como fazer-se ouvir,
Indagou- se o lisboeta 
Que ao Brasil chegou criança 
E cresceu na esperança 
De melhorar o lugar,
Procurando exaltar 
A palavra do Altíssimo,
Para  enfim edificar 
O amor em comunhão,
Nas terras do Maranhão. 
Mas como fazer-se ouvir
Indagava-se  em aflição.
Lembrou- se, então,
De um irmão em oração 
Que também buscou pregar 
A palavra altiva e boa
A quem quisesse escutar.
Era o padre agostiniano
Tornado Frei franciscano,
Santo Antônio, de Lisboa,
Que assim ficou conhecido,
E por não ter merecido 
Pelos homens ser ouvido
Mudou o púlpito e a platéia, 
Deixou a praça vazia 
E para a praia rumou
Onde aos peixes pregou.
Dois Antônios, meus senhores,
Eu vos estou a falar
E tão gloriosos são 
Que falando sobre um
Na mente nos chega o irmão. 
Mas atentemos no momento 
Para aquele enviado
Às terras do Maranhão,
O Jesuíta Antônio Vieira 
Que com eloquência e retórica,
Quis aos escravizados indígenas 
Mudar a cruel história. 
Numa grande alegoria
Invocou a Virgem Maria 
Domina Maris excelsa,
Nossa Senhora dos Mares,
E lançou em belo exórdio,
As palavras de Cristo 
Num conceito predicável,
Citando do Evangelho 
A frase admirável:
"Vós sois o sal da terra".
Perguntou então Vieira
Em solene efusão 
A que se devia
Tamanha corrupção
Nas terras do Maranhão.
Se da carne que se deixava corromper
Ou do sal que não fazia o seu dever. 
Aos "peixes", como o outro Antônio,
Procurava comover,
Tendo como objetivos:
Docere, Deletare, Movere,
Que posso aqui traduzir 
Como, primeiramente, ensinar,
Assim também agradar,
E por último, persuadir,
Ou seja, influenciar,
Alterar comportamentos
A fim de o mal afastar...
Ah se no tempo atual
Ainda se pudesse ouvir 
Para evitar tanta dor
Esse grande influenciador.
Mas retomando a questão 
A quem se atribuiria
A grande corrupção 
Nas terras do Maranhão? 
Aos pregadores incapazes 
Ou de ações não condizentes, 
Ou aos ouvintes ausentes,
Somente interessados 
Em suas próprias ações? 
Que solução haveria?
Expulsar o pregador
Ou mudar o auditório 
Como fez o outro Antônio 
Na italiana Arimino,
Uma vez que os homens ingratos
Não o quiseram escutar,
Dirigindo-se ao Mar Adriático 
E em alto e forte brado
Aos peixes indo explanar,
Incitando o louvor 
Ao Santíssimo Criador.
Desse modo, o jesuíta inovador
Na data devocaticia 
Ao Santo que aos peixes pregou,
Subiu ao púlpito confiante
Não para enaltecer
Os milagres e virtudes 
Desse bendito ser,
Mas para relembrar
Todo o ambiente adverso
Que fez o frei santo penar. 
A antítese se formou 
Num jogo de ideias
Que os homens 
Aos peixes comparou,
Exaltando esses últimos 
Como os primeiros 
Que o nosso Deus criou.
E  os peixes, em dois grupos,
O sermão separou.
No primeiro, os virtuosos 
Foram denominados:
Tobias e Remore,
Torpedo e Quatro- olhos.
No segundo, os defeitos ostentados:
Roncadores, Pegadores,
Polvos e Voadores. 
Isso, meus caros senhores,
Rogo- vos com avidez ler
No sermão de Santo Antônio 
( aos peixes)
Que malmente estou a discorrer. 
Vereis, então,
A grande separação 
Entre o mundo dos peixes 
E o mundo dos homens. 
E talvez possais entender
A grande corrupção 
Que se instalou,
Relembro, em tempos longínquos,
Nas terras do Maranhão. 
Ou será que ainda persiste
Naquele pedaço de chão 
O sal distante da terra
E irmão castigando irmão? 
Aqui fica essa reflexão,
Como final peroração.
E se vós podeis escutar,
Não deixeis de levar
Dos Antônios a missão, 
Para não se olvidar,
Hereges, céticos e corruptos,
De todo o mundo cristão.
Não esquecendo ainda
O declínio que manchou,
Em dias idos, distantes,
As terras do Maranhão.

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Pedro Sampaio Há 1 mês FortalezaSanto Antônio no Estado que nasci tem comemoração gigantesca e em dois Municípios duas festas são históricas Barbalha e Quixeramobim. Obrigado a editoria do Facetubes pelo prestígio da publicação desse soneto.
Lucia HelenaHá 1 mês Vila Velha-ESParabéns aos escritores Pedro Sampaio e Socorro Guterres! Ler a Crônica e o Poema, é deixar os pensamentos voarem rumo ao passado.
Claudiana Há 1 mês Rio Grande do Norte Texto belíssimo! Essa comparação entre os dois Antônios,não sei bem se é essa a palavra,ficou fantástica. PARABÉNS!!!
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