Regis Furtado
Mermã, eu sou nordestino,
Cabra da peste e bem arretado,
Encangado com o destino,
A vida me fez aperriado.
Sou buliçoso de nascido,
Não faço arrodeio pra falar,
Se é pra dizer, eu sempre digo,
Não adianta querer me cipoar.
Não arredo o pé da opinião,
Sou marrento no pelejar,
Reimoso que nem camarão,
Quando alguém resolve me relar.
Não venha mangar de mim,
Eu não sou teu pariceiro,
Tabacudo eu trato assim,
Não gosto de presepeiro!
Não faço mugango sem motivo,
Não digo miolo de pote,no falar,
Sou arrochado e destemido,
Não gosto de bafafá!
Mas, se alguém me faz um chamego
E não queira se amancebar,
Eu vou e não peço arrego,
Não precisa se avechar.
Oxente, menino,
Eu sou é nordestino!
Regis Furtado

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