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Exclusivo de Joizacawpy Costa: " A Linguagem do Silêncio", de Rogério Rocha

Joizacawpy Costa é membro da Academia Poética Brasileira, seccional/MA

01/02/2024 às 06h58 Atualizada em 01/02/2024 às 13h24
Por: Mhario Lincoln Fonte: Joizacawpy Costa
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Joiza com o autor Rogério Rocha
Joiza com o autor Rogério Rocha

A LINGUAGEM DO SILÊNCIO DE ROGÉRIO ROCHA

 Joizacawpy Costa

A linguagem do silêncio por si só evoca a filosofia, sim, o ato de ouvir e perceber nuances no silêncio que fala, em nós e em tudo que nos rodeia, o silêncio que revela, coisas, pessoas, almas, ações, aquele que cabe o mundo.

E assim Rogério Rocha percorre o caminho do silêncio em sua obra revelando sons, imagens e projeções.

"O prego que fura a mão/o dente agudo do cão/o estrondo da bomba-relógio/ o talho de um caco de vidro/a carta de um suicida/um amor que lambe feridas/tudo é perda, perdição/É risco de morte, é grosso calibre/ em mãos nervosas".

O poeta nos traz as extremidades sentir o que pode resultar no extremo, no limite do ser humano, envolvendo pensamentos, sentimentos e ações.

Bem mais adiante na sua jornada de escrita, o poeta brinca com as palavras e com as rimas, mas não é uma mera brincadeira apenas para oferecer um métrica pensada perfeita, há sentido nos trocadilhos que se envolvem em contextos cabíveis e palpáveis. "Sinto-me só/no sótão/sinto-me pó/no porão/... falta-me o só do sótão/falta-me a falha só vão/falta-me o cisco do grão/falta-me o pó do chão/sob a sombra de um cão.

O silêncio fala em uma linguagem que necessita ser desvendada, para tanto é preciso ter calma para ouvir o que ruído nenhum pode revelar, nem mesmo o estrondo é tão significante quanto o silêncio que fala.

E numa enxurrada de subjetividade Rogério escancara as suas possibilidades onde sua mente prenhe de ideias vai tecendo versos, alguns desafiadores, de tão profundos e peculiares. "Nem mesmo Quintana/No fundo da sala/ Entende meu verso/Ou o fluxo da fala/do meu universo.

A linguagem do silêncio de Rogério Rocha é um desafio prazeroso para mente de quem se atreve a sair de eixos delimitados, do conhecido, do meramente corriqueiro, mesmo o dia a dia em sua escrita torna-se um braço de filosofia.

Quão significativo e instigante é a composição do autor quando caminha pelas veredas do amor. “Nosso amor não faz concessão/É um amor sem paradigmas”. Corajosamente Rogério revela que seu amor não precisa de modelos preestabelecidos, que tenham receitas e normas ditadas e prontas, e arrisco dizer que seu pensamento externa a sua autenticidade de vida e de saber ser único e como único tem suas peculiaridades e suas próprias escolhas, isso é fantástico.

Em VAGA LEMBRANÇA DA ESTÁTUA ARRUINADA (A Ivan Pessoa) Rogerio diz, “Minha pele está no bronze/sobreposta a um pedestal/no centro da praça central/ onde ao meio-dia e onze/alguns pombos sem noção /recebem pedaços de pão/e como por cima de escombros/defecam sobre meus ombros”. Somente a sensibilidade do poeta consegue captar essas sutilezas a frieza do bronze que retrata o grande nome à mercê dos detritos dos pombos. Esse momento evoco em mim uma lembrança caro poeta, um dia eu estava passando na praça João Lisboa com meu pai, olhei a estátua de Lisboa e falei, pai sou uma escritora, mas um dia eu não vou querer uma estátua na praça, e ele perguntou, por que filha? eu disse “não quero pombos defecando em minha cabeça”, e começamos a sorrir.

A Linguagem da Ausência de Rogerio Rocha é uma verdadeira pérola, mas para ser apreciada exige entrega ao ato de ler, é preciso não só enxergar seus versos, é preciso sentir e degustar de uma poesia única cheia de entrelinhas convidativas a entendimentos profundos.

Joizacawpy Muniz Costa

Membro da Academia Poética Brasileira, Membro da Academia de Letras e Artes Maçônicas do GOB-MA; Secretário de Cultura Adjunto do GOB-MA; professor, escritor, filósofo e servidor do poder judiciário estadual. Pós-graduado em Direito Constitucional pela Anhanguera-Uniderp/LFG e Mestre em Criminologia pela UFP/Porto-Portugal.  Foi segundo colocado no Concurso Gonçalves Dias em 2019, na categoria de poesias, e premiado na categoria contos e crônicas em 2020. Possui contos e poemas publicados em coletâneas, jornais e sites; participou da coletânea Poemas da pandemia, promovida e editada pela União brasileira de Escritores seção Goiás ; é autor dos livros "Pedra dos Olhos" e "A linguagem da ausência" [poemas] e participou,  com o verbete 'Medo', do Dicionário Crítico-Hermenêutico Zygmunt Bauman, publicado pela Editora da Unijuí/URI, de Frederico Westphalen, RS.

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Maria Nauza Luza Martins Há 9 meses Brasília/DF Parabéns nobre Confreira Joizacawpy Muniz. Suas excelentes resenhas sempre surpreendem e dignificam o trabalho do autor em pauta. Rogério Rocha é um expoente da literatura maranhense e brasileira. Magnânimo e inspirador. Salve salve a ambos!
Helena Cawpy Há 9 meses São Luís MAParabéns pela matéria Joiza e sucesso ao autor do livro.
JONILSON BOGÉAHá 9 meses São Luís-MANa presente matéria a escritora Joizacawpi, de forma sempre inteligente e perspicaz, atinge sua finalidade, justamente provocando o sentimento de despertar pelo desejo, e porque não dizer a necessidade, de adquirir e devorar a obra do amigo e Irmão Rogério Rocha, com sua “Linguagem do silêncio”, tão presente em cada um de nós. Já vou ter que reorganizar meu cronograma de leituras do Carnaval, só por conta disso! Parabéns!!!
Verônica Há 9 meses Caratinga-MG Excelente matéria, querida. Parabéns a você e o autor. Amei!!!
Rogério Rocha Há 9 meses São LuísMeu agradecimento sincero a nossa querida amiga Joiza, pelo presente dessas suas percepções de leitura acerca do meu livro. Nada nos deixa mais feliz que esse diálogo com os leitores, com suas percepções íntimas e únicas. Muitíssimo obrigado.
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