Paulo Rodrigues*
Paulo Rodrigues dos Santos Filho nasceu em Caxias - MA. No entanto se apaixonou pelo Vale do Pindaré, especialmente por Santa Inês, de tal forma que canta esta terra em tudo que escreve. Fez o primeiro grau na escola Inês Galvão. Estudou o Ensino Médio no antigo Comercial, que oferecia a melhor formação do interior do Maranhão. É graduado em LETRAS e Especialista em Língua Portuguesa pela UEMA. Possui especialização em Educação à Distância também Foi professor fundador do Centro de Estudos Superiores de Zé Doca (CESZED). Foi diretor do Departamento de Cultura da FEGESI e Presidente do Diretório Acadêmico de Letras do CESSIN, além de ser um ativista político na região do Vale do Pindaré. É professor de Língua Portuguesa da rede municipal e estadual de ensino, professor de Latim de muitas Faculdades particulares no interior do estado e é diretor do Departamento de Cultura de Santa Inês. Escritor, poeta, jornalista com uma vontade enorme de ampliar a produção literária da região. Não cansa de pesquisar a poesia e sua evolução, por isso se lança no universo experimental com maestria. É um autor capacitado, leitor exigente, sempre demonstrou sua fascinação pela boa Literatura. Paulo Rodrigues é eclético e produz incansavelmente.
Sócrates nasceu em 470 a.C. e morreu em 399 a.C. (em Atenas). Acreditava que a vida intelectual, promotora do saber profundo, era a máxima virtude para o filósofo, por isso utilizava sempre a máxima “conhece-te a ti mesmo”. Simbolizando o autoconhecimento, a busca infinita e constante, o equilíbrio.
Filho de um escultor e de uma parteira. Alguns estudiosos afirmam que ele não sabia ler, nem ao menos escrever. Os excluídos, nas cidades gregas, não tinham acesso ao pensamento. Inclusive, a grande experiência profissional, do mestre da filosofia antiga, foi servir ao exército, defendendo a sua gente.
A solidão era sua roupa. Meditava muito só. Passava longos períodos escutando as várias vozes da sua alma. Acreditava nos caminhos construídos dentro de si mesmo. No entanto, não abandonou o teatro social. Levantava discussões com os discípulos sobre verdade, justiça, ética.
José Cavalcante de Souza, tradutor de alguns diálogos de Platão, afirma: “ Na época da oligarquia dos trinta (entre os quais estavam Cármides e Crítias), os governantes haviam tentado fazer Sócrates cúmplice na execução de Leon de Salamina, cujos bens desejavam confiscar. Ele recusou. Não participou da trama. Evidentemente, deixou de ser visto com simpatia pelos tiranos”.
Sócrates buscava a justiça universal? Não queria benefícios pessoais? Colocava-se contra os donos do poder? Não admitia injustiça e preferia sofrê-las? Sim. Buscava agir conforme as verdades, da sua existência racional. Tanto é assim que o Cisne diz no diálogo Fédon: “Sócrates é o mais sábio e o mais justo dos homens”.
Andava descalço pelos mercados e praças públicas. A roupa suja. Comia os piores alimentos. A família passava necessidades. Era realmente, alguém excluído de um consumo básico, naquele momento da civilização ateniense. Parecia demais com os sessenta e três milhões de excluídos do Brasil contemporâneo.
A diferença fundamental entre o pai da Filosofia e os pobres do nosso país é a educação. Ele foi impedido, mas buscou o conhecimento como objetivo primeiro. Nós oferecemos as sobras do conhecimento. Criamos um clima de universalização de direitos. Deixamos todos na mais absoluta letargia. O proletariado pensa no almoço de amanhã, não consegue se planejar para o longo prazo. Ficando com o trabalho braçal (animalesco).
Por que questionar o mundo injusto?
Se o próprio Sócrates no diz: “Justiça é aquilo quem está no poder diz que é justiça”.
Porque, não podemos ser justos, num mundo injusto. Precisamos aprofundar nossas virtudes e melhorar o sistema de governo para vivermos melhor. É a grande lição deste intelectual (do povo).
PAULO RODRIGUES
Poeta e Ensaísta e Membro-Efetivo da Academia Poética Brasileira.
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