Sábado, 14 de Dezembro de 2024
17°

Chuva

Curitiba, PR

Cidades EDITORIAIS MHL

Editorial de Mhario Lincoln: "Por que admiro o trabalho lírico de Elvandro?"

Elvandro Burity é vice-presidente da Academia Poética Brasileira, seccional Rio de Janeiro.

20/08/2024 às 10h51 Atualizada em 20/08/2024 às 10h54
Por: Mhario Lincoln Fonte: Mhario Lincoln
Compartilhe:
Duque Elvandro Burity APB/RJ
Duque Elvandro Burity APB/RJ

 

*Mhario Lincoln

 

Sempre gostei de ler Elvandro Burity. Seja em prosa, verso ou reflexões curtas.  Foi um dos 10 primeiros nomes escolhidos para compor a, então, planeada, Academia Poética Brasileira. Esse carioca, ex-marinheiro, hoje, Duque, Comendador, recebedor da Medalha de Ouro da República Francesa, membro das grandes academias nacionais e internacionais, como a francesa "Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture", onde tem o título de “Ambassadeur” para o Rio de Janeiro e dezenas de outras importantes comendas. É meu confrade também no Círculo de Embaixadores Universais da Paz. É o vice-presidente regional da APB, na seccional do Rio de Janeiro.

Mas nada disso teria valor não fosse a maneira direta e autêntica como expressa suas ideias através de suas crônicas, poesias e textos. Por isso, escolhi dele, o poema "Escrever uma poesia é..." para resenhar hoje e, assim, também homenageá-lo merecidamente!

Elvandro, de forma simples e direta, magma essencial de sua maneira de ser, convida a mergulhou profundamente na sua alma de poeta, revelando o ato de criação literária como uma experiência "íntima e quase sagrada".

Se não, vejamos: na primeira estrofe, quando o poeta diz "Externar por palavras até o inconfessável... / É sentir, curtir e passar para o papel / um sentimento, mesmo que seja / vago, efêmero ou sufocador". Um verdadeiro Ode à Libertação, sem dúvida.

Já na segunda estrofe, "Viajar no tempo... / Floreando com letras a vida / Deixando o silêncio do coração falar...", o poema conduz a um estado de devaneio, onde o tempo deixa de ser linear e a vida ganha uma nova dimensão através das palavras. É nesse espaço elvandriano que a poesia floresce: o passado, presente e futuro dão-se um "nó de marinheiro", permitindo que as emoções mais íntimas encontrem sua voz. Assim, a expressão "Deixando o silêncio do coração falar..." mostra tanta força existencial, como se Burity dissesse que, muitas vezes, o que não é dito em palavras ressoa com mais intensidade dentro da alma.

Lendo Elvandro Burity força-me a trazer para a mesma mesa a visão do filósofo Gaston Bachelard, que via na "imaginação poética" um poder transformador, capaz de libertar o espírito. Bachelard nos lembra que "a palavra poética é uma palavra de luz e de liberdade". Essa citação se alinha perfeitamente ao sentimento expresso no poema, onde a poesia se torna uma ferramenta de emancipação interior, iluminando os recantos mais obscuros do ser.

Parabéns, pois, confrade Elvandro Burity pela beleza e imersão das palavras, como pela essência da condição humana — aquela que busca incessantemente significado, beleza e, acima de tudo, a verdade de si mesma.

.............

O POEMA

Elvandro Burity

           

O poema Escrever uma poesia é...

Externar por palavras até o inconfessável...

É sentir, curtir e passar para o papel

um sentimento, mesmo que seja

vago, efêmero ou sufocador.

Escrever uma poesia é...

Viajar no tempo...

Floreando com letras a vida

Deixando o silêncio do coração falar...

.......................................

*Mhario Lincoln é presidente da Academia Poética Brasileira.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Monica Há 4 meses Curitiba Paraná Brasil Hai, que alívio é poetar é desabafar ou contat ao papel o qué sufoco é se não contar E levar os sonhos pensados, pelo mundo a navegar, vai que nas viagens... algo vem a se concretizar?
Mostrar mais comentários
Ele1 - Criar site de notícias