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Colunista Joizacawpy Costa analisa "POESIA EM TRÊS TEMPOS", de Natércia Moraes Garrido

Joiza Costa é coluinista e membro da Academia Poética Brasileira (Seccional/MA).

20/08/2024 20h20 Atualizada há 3 semanas
Por: Mhario Lincoln Fonte: Joizacawpy Costa
Natércia Garrido e a coluiniosta Joiza Costa
Natércia Garrido e a coluiniosta Joiza Costa

POESIA EM TRÊS TEMPOS

(Natércia Moraes Garrido)

 

Doutora Natércia Moraes Garrido nos traz a leveza e a força, principalmente feminina ao mesmo tempo sem ser um paradoxo, mas obedecendo a princípios vitais, escrita em três tempos, que constitui um só poema, e começa assim, "para meu vô Zé Morais.

Ela começa pelo fim? A menina de olhos verdes começa seus versos do título "Poesia em três tempos" pelo passado, pois muito do que vislumbrou teve orientação de um guia da maior confiança e que dizia não ter resposta pronta, que ela visse a cota do passado e que a vida esperava mais dela. Num jogo lindo de palavras que parecem ter sido escritas como quem pinta delicadamente uma tela com um pincel mágico, ela mergulha em versos breves e extremamente profundos, é preciso ler e reler, pois há um ar filosófico forte permeando a essa escrita, além de uma subjetividade precisa, às vezes a luz é tão forte que nos cega, “os olhos viram o que a luz escondeu.” Aqui a escritora me remeteu “A Caverna de Platão”

 

Era o nada.

Era o tudo que queria.

Que acreditava.

Era tanta dor...

Eram tantas cores...

Refletiu a luz, fugiu, mas o

pensamento restou.

A razão encontrou sua dona.

Os olhos viram o que a luz

escondeu.

(Natércia Moraes Garrido)

 

Segundo tempo, os primeiros encontros consigo com o tempo presente que agora era seu, hora de perceber e sentir em si o mundo e suas nuances, desvelar a si, entender o que antes parecia de um jeito e depois se transformara, fácil? não foi, mas havia um guia que nesse momento mostrou o mundo que devia ser o dela e não o seu.

 

É essa a vida que pediras disse o

avô.

Envolveu-a em luz

Nos lençóis azuis que

Transbordam energia!

A vida é Alegria.

Energia é luz.

O mundo que vias não era o teu.

 

A menina fechou os olhos

Chorou o tudo e o nada.

Não era medo.

Era a vida que rasgava.

O mundo não a recebeu

Mas ela disse:

Esse mundo é meu.

(Natércia Moraes Garrido)

 

No terceiro tempo que se refere "Tempos que virão” numa força coerente ciente do que faria chamar a vida pra si sem preocupação com o que antes lhe assustava, segura de não definhar em meio a medos do sonho, do vão e do nada. Certa do que escolher pra ser seu em meio ao abastecimento de suas forças e de sua inspiração, agora desafia o mundo, não, ele não manda mais nela, seus olhos refletem todo seu percurso de aprendizagem, de entendimento de saber quem é, e clareza do que enxerga nitidamente depois de beber nas fontes que lhe foram necessárias, agora é ela consigo e com o mundo dona de si, de seus conhecimentos e sentimentos processados na alquimia que a vida oferece em cada passo e em cada fase da vida.

 

Suavemente fecha a porta

Pois que adentra aquele que

escolhi pra ser meu.

Não não é o vento que toma.

Não é a nuvem, nem o ar

Mas me abasteço de sua força

Inspirei a vida que há

 

É o elo

É a fome

É o instante.

O mundo não me manda

Pois que a certeza abranda

a minha dor.

É o verde dos meus olhos que

reluz a fonte de tudo que bebi.

(Natércia Moraes Garrido)

 

1 (a menina de olhos verdes teve razão em me contar)

2 (eu vi o que o mundo escondeu de mim prendo-o assim)

3 (é a vida que se entrega a mim)

 

Todos nós precisamos de um farol na vida uma referência, mas chega um momento que precisamos assumir nossa luz própria. Obrigada Natércia por tão belo trabalho.

 

Natércia Moraes Garrido e a obra

"Poesia em Três Tempos"

 

5 comentários
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Ray Brandão Há 3 semanas São Luís Maranhão Belos poemas ! E ficaram mais belos ainda emoldurados pela análise aguçada de Joiza! Parabéns!
Maura Luza Frazão Há 3 semanas São Luís - MAEstou em êxtase por tão brilhante matéria querida Joizacawpy. É sempre maravilhoso poder contemplar tuas considerações acerca da poética que envolve e enleva nossa alma, sempre que temos a felicidade de apreciar mais uma inspiração tua. Meus parabéns a nossa ilustre amiga Natércia e meus aplausos a você ilustre amiga poeta Joizacawpy.
Dilercy Aragao AdlerHá 3 semanas São LuísParabéns às duas grandes mulheres poetas! Meus aplausos!????????????????
Natércia Garrido Há 3 semanas São Luís Maranhão Que maravilha de resenha, querida Joiza! Tão poética quanto a dona! Gratidão por sua leitura e pela sensibilidade em acolher meu texto! Beijos!
Luiza Lamita GagoHá 3 semanas São Luís MaMandou bem, Joiza.
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