EDMILSON SANCHES
OS COMUNS
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Foto: Bandeira Brasileira, em Brasília (DF): criação do maranhense de Caxias, Raimundo Teixeira Mendes.
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5h40 da madrugada-manhã de 7 de setembro de 2011. Em Imperatriz (MA), na praça Brasil, palco do desfile principal da data, presente apenas um jovem sentado com seus pensamentos na esquina da avenida Getúlio Vargas com a rua Pernambuco.
Um táxi descarrega vasilhames e alimentos de uma vendedora de salgados. Outro vendedor de salgados chega em sua bicicleta, trazendo a enorme caixa de isopor.
É a independência de cada um. A cada dia.
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Imperatriz não nasceu de uma vontade popular, mas de uma decisão governamental.
Não foram pessoas que se foram ajuntando o que criou a nascente povoação; foi uma determinação imperial cumprida por uma missão provincial (a província do Pará).
Imperatriz, antes de ser sociedade, foi Estado.
Antes de ser povo, foi Governo.
Que reflexões você tira disso?
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7 de setembro de 2011. 6 horas da manhã. Meia dúzia de pessoas ocupam alguns bancos da praça Brasil. Uma vendedora estende toalha plástica sobre mesa onde já já se espalharão salgados e bebidas para os que têm fome e sede... e alguns trocados.
Na ponta do estacionamento, um vendedor expõe sobre seu automóvel grandes e coloridas bolas e pequenos e multiformes balões.
Mas nada de motivos verde-amarelos. A independência do dia a dia é feita de diversas formas e cores.
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A "Folha de S. Paulo" do domingo, 4 de setembro de 2011, trouxe manchete principal e encarte sobre corrupção no Brasil: já se roubou uma Bolívia, ou seja, pelo menos R$ 40 BILHÕES (igual ao PIB boliviano) foram roubados por políticos e gestores públicos.
As desgraças porque passa o povo brasileiro não podem mais ser creditadas ao FMI (Fundo Monetário Internacional). É do político bandido brasileiro a culpa de nossa miséria.
O problema do Brasil nunca foi falta de dinheiro.
Sempre foi falta de vergonha...
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7 horas da manhã, 7 de setembro de 2011. Na praça Brasil chega veículo da Polícia Militar, de onde saem pelo menos 15 PMs, entre os quais pelo menos duas mulheres.
Um oficial para seu automóvel no lugar dos táxis; percebe e, diligentemente, retira de lá o carro e vai estacioná-lo em local apropriado.
Um sargento do 50º BIS (Batalhão de Infantaria de Selva, do Exército Brasileiro) chega, à paisana.
Pelo menos sete vendedores de salgados e bebidas já se fixam ou se espalham pelo logradouro.
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Esses são alguns movimentos típicos nos dias de desfile de 7 de setembro. E por serem assim TÍPICOS muitas das vezes não se tornam TÓPICOS de registro e reflexão.
A história dessas pessoas anônimas, do quanto se esforçam para o pouco que ganham...
...de quantos 7 de Setembro precisam diariamente para a manutenção de sua INDEPENDÊNCIA (!)...
..., enfim, um olhar a mais sobre gente simples e digna que forma o comum -- e o bom -- do nosso povo.
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É uma verdade
no Brasil, repito:
até liberdade
se ganha no grito.
---- 7 de Setembro, o grito da Independência.
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EDMILSON SANCHES
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