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Mais uma coluna de Riba UM

Riba UM é convidado da Plataforma do Facetubes (www.facetubes.com.br).

16/11/2024 às 09h05
Por: Mhario Lincoln Fonte: Riba UM
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Colunista Riba UM
Colunista Riba UM

RIBA UM é convidado da Plataforma do Facetubes (www.facetubes.com.br)

 

Pregões de São Luís 

Garimpando o acervo de livros doados pelos amigos para a Biblioteca Sérgio Tamer, em Raposa, encontro preciosidades como "Tambores de São Luis", de Josué Montello (foi cunhado de Zuzu Britto), "Memórias de Velhos" (coletânia assinada a cindo mãos, por Arlete de Sá, Carlos de Lima, Sérgio Ferretti, Therezinha Hansen e Zelinda Lima) e "Pregoeiros de São Luis"  (Lopes Bogea e Antonio Vieira). Em "Pregoeiros" a ficha técnica registra: Roseana Sarney, governadora do Maranhão, Luís Henrique de Nazaré Bulcão, presidente da Fundação Cultural do Maranhão, e Wellington Reis Araújo dos Santos, diretor de ação é difusão cultural. Este último, amigo querido frequentador bissexto de minha casa na Raposa (diz que vem pescar, mas nunca o vi com um anzol na mão. Coisas de pescador...), compôs música para minha campanha política a vereador neste 2024, fez os arranjos, gravou e me deu de presente. Um luxo. Estes livros e outras dezenas foram doados por outro amigo querido, também portador do DNA das artes e da cultura popular, Sérgio Pinto. 

 

DROPS

** Estreando na TV Mirante, a jornalista Amélia Cristina conduziu magistralmente matéria sobre o descaso com os povos indígenas no Maranhão, problema que se estende há séculos. Escravizados, roubados e explorados, os índios do Maranhão (e do Brasil) amargam o abandono e a sistematica invasão de suas terras por aventureiros que buscam o dinheiro fácil. No recorte específico da matéria, a educação, escolas de taipa, sem nenhuma estrutura, professores que fazem milagres são o sintoma de que "índio não quer só apito", índio quer viver dignamente.


** Exatamente no Dia de Finados,  2 de novembro, vinha eu de uma vila de nome Laci, na Raposa, em minha moto elétrica, que foi fabricada para conduzir e alcança o máximo de 50 km/hora, quando um desses apressadinhos buzinou e me mandou sair da frente. Para os meus botões, pensei: "pode passar e ir ao encontro da morte", o que é desnecessário porque ao nascermos a contagem regressiva para o final tem início e ninguém precisa se preciptar ao encontro dela. Para minha surpresa, a uns 300 metros encontrei o "motoqueiro" caído na avenida, felizmente vivo, mas bastante machucado com o acidente numa das lombadas, ou quebra-molas, existentes por aqui. Chegou perto de seu objetivo fatidico.

A fachada da Igreja.

** No dia 4 de novembro de 2024, passei em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e de São Benedito, na Rua do Egito, centro histórico de São Luis, e lembrei do fato. Parei para fazer a foto e fiquei a pensar sobre aquilo. Lembrei do que diziam os pensadores Sócrates e Platão: "a morte é somente capaz de aplacar o nosso corpo físico, mas a alma (ou ainda a essência de cada ser humano) permanece, mesmo após a morte". Entendi que compreender a efemeridade e por vezes até a brevidade de nossa existência nos leva a apreciar cada momento, a cultivar relacionamentos significativos e a buscar o melhor de nós mesmos, além de refletir sobre que o morrer não se trata apenas de uma tarefa sombria, mas uma chance de valorizar a vida de uma maneira mais profunda.

**Nesta Igreja da Rua do Egito, me despedi de duas pessoas amadas que deixaram vivas suas essências, como disseram Sócrates e Platão: Marcelo Farah Rebelo, que morreu aos 22 anos de idade, grande e eterno amor de minha vida e, anos depois, minha mãe, Dona Loura, que partiu no dia em que São Luís completava 400 anos. Logo no aniversário de São Luis, que tantas vezes eu apresentei os shows comemorativos - Bibi Ferreira, Artur Moreira Lima, Nelson Gonçalves e Emilinha Borba  foram alguns deles.

** A Igreja de Nossa Senhora do Rosario dos Pretos e de São Benedito foi construída por escravos, que eram proibidos de frequentar o mesmo templo religioso de seus feitores, a Igreja de Nossa Senhora da Vitória, ou Igreja da Sé, localizada a poucos quarteirões dali, na Praça Pedro II.

**Ainda refletindo sobre o tema morte, lembro do Salmo 23, da Bíblia Sagrada, que rezo diariamente para meus antepassados e os amigos vivos (a lista dos que já se foram é bem maior do que a dos que ainda estão aqui), onde João, afirma que "Ainda que eu ande sobre a sombra da morte, não temerei nenhum mal, porque tu - Jesus - estás comigo. E Jesus Cristo para Marta: "quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá". Ou seja, ter fé é o primeiro dos princípios.

Riba UM, MHL e WR.

**Quando construíram a atual Estação Rodoviária, na Avenida dos Franceses, colocaram uma passarela, devido ao aumento do fluxo de veículos, que alguns anos depois foi retirada por absoluta falta de uso. O pedestre preferia atravessar a avenida se arriscando do que perder alguns minutos. A pressa, assim como a empáfia, a arrogância, a ingratidão e a desonestidade são inimigas da vida. Da era pre-historica até estes dias de modernidade, os avanços foram infinitos e o aprendizado se mostra indispensável. Viver, portanto, é aprender a cada momento. Inclusive sobre o morrer.

 

**A foto mostra Mhario Lincoln, ladeado por este colunista, Riba Um e Welington Reis (o Barba) no lançamento de livro - INA A VIOLAÇÃO DO SAGRADO, que aborda brilhantemente os mistérios do mar e o afundamento do terceiro maior graneleiro do Mundo: o Hunday New World.

 

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Wellington Reis Há 2 semanas São Luís - MsRiba Um e Mhario Lincoln, dois generosos amigos que o tempo reservou-me nessa vida de luta e arte.
ConcitaHá 2 semanas São Luís MAMuito boa a coluna RIBA UM
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