Redação do Facetubes
A poesia de Joema Carvalho explora a impermanência e a mudança, temas centrais da existencia. A ideia de que "o clima mudou como desde de sempre" reflete a natureza constante da mudança, uma verdade universal que se aplica tanto ao mundo externo quanto ao interno. A linha "o clima não é mais o mesmo, nem eu" sugere uma conexão íntima entre o ambiente e a identidade pessoal, indicando que as transformações externas são espelhadas nas internas. A referência às "neulosas de cada um" e "caraminholas dançam" pode ser vista como uma metáfora para os pensamentos e preocupações que orbitam nossas mentes, muitas vezes fora de nosso controle, como os anéis de Saturno. A frase "o clima não nos pertence" mostra que a natureza e o universo existem independentemente da humanidade, uma visão que pode ser associada ao pensamento de filósofos como Heidegger, que enfatiza a existência autônoma do ser. No fundo, Joema aborda a crise climática e a relação humana com o meio ambiente. A linha "nossos gases ruminantes interferem no heliponto de quem está do lado querendo partir" pode ser interpretada como uma crítica à poluição e ao impacto humano no planeta. A menção ao "climaterio" que "chega para todos, independente de gênero" sugere que as mudanças climáticas afetam a todos, sem discriminação. A "desilusão do controle" que "escorre na grade dum termômetro" simboliza a frustração humana diante da incapacidade de controlar o clima e a natureza. A ideia de que "a impermanência constante é uma normal negativada pela crença do arbítrio" reflete a luta contra a aceitação da mudança como uma constante, exacerbada pela ilusão de que podemos controlar tudo ao nosso redor. enfim, a poeta Joema Carvalho cada vez mais ratifica sua "biolírica", de forma surpreendente.
A POESIA
Presente: um presente
Joema Carvalho
o clima mudou
como desde de sempre
o clima não é mais o mesmo
nem eu
o clima está diferente
como você
o clima está intenso
as neulosas de cada um
se encontram
no buraco de minhocas
perdido no espaço
caraminholas dançam
por um longo tempo
com castanholas
enlaçadas
nos anéis de saturno
ao som do grande silêncio
o clima não nos pertence
na grade dum termômetro
escorre a desilusão do controle
nossos gases
ruminantes interferem
no heliponto
de quem está do lado
querendo partir
o climaterio chega para todos
independente de gênero
a impermanência constante
é uma normal
negativada
pela crença do arbítrio
poesia
não precisa
de sentido
entender
nem sempre
transcende
a frequência
cá embaixo
somos eternos
no campo de visão
de quem se faz
presente
contato:
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livro da autora
luas & hormônios
https://www.amazon.com.br/luas-horm%c3%b4nios-joema-carvalho-ebook/dp/b08p1z987p
crônicas de uma jornada florestal (em pré-lançamento versão em português e em espanhol)
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