Crédito: Editoria de Educação da Plataforma Nacional do Facetubes.
A escrita se inicia muito antes da criança ingressar na escola, com os pais desempenhando o papel dos primeiros incentivadores. A família, ao estimular o hábito de escrever em casa, e a instituição escolar, que adapta o ensino às necessidades individuais dos alunos, encarrega-se da missão de fomentar o desenvolvimento linguístico, ampliar o vocabulário e consolidar o entendimento das regras da língua.
A prática da escrita não só organiza o pensamento e fortalece o raciocínio lógico, como também desperta a imaginação. Essa habilidade, quando cultivada desde a infância, potencializa a capacidade de comunicação, interpretação e criatividade. “A escrita é uma ferramenta essencial que permite à criança transformar suas experiências em conhecimento, além de ser um dos principais meios para o desenvolvimento cognitivo”, afirma o professor Carlos Alberto Mendes, especialista em educação da Universidade de São Paulo.
A escola, nesse contexto, deve exercer uma influência coerente e positiva, promovendo práticas que vão além da simples descoberta dos signos gráficos. Segundo a professora Ana Lúcia Ferreira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “um ambiente escolar que valoriza a escrita e a leitura torna o aprendizado uma experiência prazerosa e significativa, essencial para a formação integral do estudante.” Essa abordagem é vital, especialmente quando se observa que, de acordo com dados do Centro de Pesquisas em Educação, Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional, 66,3% dos alunos brasileiros de 15 a 16 anos afirmam que o livro mais extenso que já leram não passou de 10 páginas.
Diversas estratégias podem ser adotadas para o cultivo da escrita em casa, como o uso de bilhetes, diários, jogos de cartas e adivinhações, que, juntamente com a comunicação cotidiana, fortalecem as habilidades comunicativas. Em famílias com menor nível de escolaridade, a escola assume um papel crucial ao complementar esse estímulo, oferecendo suporte para o desenvolvimento da linguagem.
Momentos em que as crianças expressam seus sentimentos por meio da escrita – seja em bilhetinhos, cartinhas para amigos, professores ou até para o Papai Noel – são oportunidades valiosas para consolidar o hábito e a prática da leitura e da escrita.
A escrita deve ser reconhecida como uma das maiores tecnologias já criadas, indispensável para o relacionamento com outras áreas do conhecimento. No entanto, a sociedade enfrenta desafios para manter as crianças engajadas com a leitura e a escrita, especialmente diante dos impactos do uso excessivo de telas, como a dificuldade em manter o foco, a redução de atividades psicomotoras, o distanciamento das interações familiares e a dependência digital.
Nesse cenário, é necessário que a regulação do tempo da tela comece em casa. Pais e responsáveis podem promover atividades “naturais” e modelar comportamentos saudáveis, orientando o uso da internet para fins educativos que promovam o desenvolvimento cognitivo e intelectual. A integração entre família e escola é estratégica para ajudar as crianças a encontrarem um equilíbrio saudável entre tecnologia e realidade, mantendo o processo natural de leitura e escrita como necessidade para a vida.
Dicas para cultivar a leitura e a escrita:
Incentivo à escrita criativa: Proponha atividades como bilhetes, diários e cartinhas para tornar a escrita divertida e significativa.
Reduza o tempo de telas: Estabeleça limites e priorize atividades como jogos, leituras e brincadeiras.
Modelo de bons hábitos: Demonstrar que ler e escrever pode ser prazeroso, escolher conteúdos interessantes e participar ativamente junto com a criança.
Trabalhe em parceria com a escola: Alinhe práticas com os professores para treinar o aprendizado e equilibrar o uso da tecnologia com atividades educativas.