Para abrir a Semana da Mulher, nestas comemorações pelo 8 de março de 2025, a editoria de Arte e História da Plataforma do Facetubes (www.facetubes.com.br) traz à tona a impressionante história de Franca Viola, que, na década de 1960, desafiou publicamente uma lei italiana retrógrada e a tradição social que obrigava mulheres a se casarem com seus estupradores. De acordo com registros históricos do jornal italiano La Repubblica e outras fontes de época, Viola tornou-se símbolo fundamental de resistência, colocando em risco sua própria segurança ao levar o estuprador aos tribunais e recusar o casamento “reparatório”, então previsto no Artigo 544 do Código Penal italiano.
Essa lei, herança de um pensamento que via o estupro como um atentado à “moral pública” em vez de um crime contra a vítima, só foi inteiramente derrubada em 1981. Em outro passo crucial, a violência sexual deixou de ser considerada crime contra a moralidade pública e passou a ser tratada como crime contra a pessoa somente em 1996. Viola, apoiada pelo namorado de infância Giuseppe Ruisi, enfrentou ameaças de morte e pressão social intensa. Ainda assim, seguiu firme na busca por justiça e, em 1968, casou-se com Ruisi, que chegou a obter licença de arma de fogo para protegê-la. Durante a celebração do matrimônio, receberam presentes do presidente italiano e até tiveram audiência privada com o papa. Posteriormente, o casal teve três filhos.
Enquanto isso, seu agressor foi condenado a 10 anos de prisão, sendo libertado em 1976. Dois anos depois, foi morto pela máfia. Hoje, já em idade avançada, Viola e Ruisi seguem vivendo na cidade de Alcamo, na Sicília, como lembrança viva de um marco histórico na luta pelos direitos das mulheres, num país recém-saído dos escombros da Segunda Guerra Mundial.
A história de Franca Viola exemplifica coragem, dignidade e a recusa em se submeter a leis injustas. Serve como inspiração para gerações, especialmente neste momento de reflexão e celebração do Dia Internacional da Mulher de 2025, data que simboliza a contínua batalha por igualdade e respeito em todo o mundo.