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Três momentos de Riba UM

Colunista convidado do Facetubes.

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln Fonte: Riba UM
17/03/2025 às 10h43
Três momentos de Riba UM
Riba UM

Na pista em Noite Memorável
. Riba Um


A foto registra um momento ímpar e especial: espetáculo de dança com a bailarina Luzia Inês Aureliano, embalados pela banda Mákina do Tempo, em casa de eventos no Calhau. O palco, de vidro, foi montado sobre a piscina. Na platéia, dentre outras personalidades, estavam Terezinha Rego e Artur, Neiva Moreira, Bernadete e Natalino Salgado Filho, Suely Tonial, Larissa e Carlos Brandao, Sérgio Victor Tamer, Beatriz e Kenard Andrade, Tadeu Palácio, Célia e Maurício Feijó, Tereza Cândida e Carlos Augusto Moreira Lima, Elci e Bento Moreira Lima, José de Jesus do Rosário Azzolini,  Zenira e José de Ribamar Fiquene, José Arteiro da Silva e Elízia Fernandes Lima. Noite memorável

 

Combustível limpo e forte 
. Riba Um


Vez por outra releio a Bíblia Sagrada, normalmente para refletir sobre algum tema que a vida joga em minha frente. Em Mateus, 5,24, a ordem afirmativa "Vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão" cala fundo neste momento em que vivemos, o da falta de empatia e, consequentemente, de perdão. Até quem não radicaliza e procura agir conforme os preceitos sagrados, muitas vezes é empurrado a esquecer de pedir desculpas e impelido a não perdoar. Por mais coisas boas que se faça e construa, ajudas dispensadas e a disponibilidade nunca negada, se o perdão não estiver presente, tudo cai no vazio.

A releitura do texto bíblico se deu diante de uma fatalidade cometida por uma vizinha, mulher calma, professora do Jardim de Infância Luís Flávio Britto, próximo à minha morada, mãe de um casal de filhos e avó de uma menina linda. Aparentemente, e só aparentemente, pessoa equilibrada e temente a Deus, já que era assídua frequentadora de um desses templos evangélicos.

Na carta que deixou se despedindo da vida, muitas recomendações a filha e nenhuma menção ao filho caçula, o que me deixou intrigado e vim a saber que a indiferença se dava há tempos porque ela não aceitava sua união com a pessoa que ele escolheu para dividir a vida. Ou seja, mesmo andando sempre e cotidianamente com a Bíblia Sagrada nas mãos, mesmo sendo uma educadora de crianças, mãe e avó, ela não absorveu a importância do perdão.

A falta desse combustível em nossas vidas, não tenho dúvida alguma, nos faz remoer fatos e pensamentos ruins, nos faz retroceder e adoecer da alma e até fisicamente. O perdoar é sublime, e o Criador deixou bem claro isso quando renunciou à vida para nós salvar. Axé!

 

Carajás e o quati 
Riba Um 


Carajás (Ou Karajás) São povos indígenas que vivem as margens do Rio Araguaia nos Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Pará. Conhecidos como "povos das águas", tem como religião original o politeísmo- que acredita em vários Deuses, como do Trovão, do Fogo. No sudeste do Pará, a Província Mineral de Carajás é rica em minérios como ferro, ouro, manganês, cobre e niquel-cromo. Lá fica  Serra Pelada, maior garimpo a céu aberto do planeta, e a Serra de Carajás, onde a mineradora Vale explora ferro desde a década de 1980. Antes disso, na implantação do Programa Grande Carajás  e com a construção da Estrada de Ferro, a Amazônia Mineração (Amza) instalou-se em São Luis e foi meu segundo emprego. Admitido aos 17 anos e lotado inicialmente na Secretaria Geral, depois transferido para o Setor de Pessoal, ou Recursos Humanos, fui designado pelo chefe Josely Pinto de Almeida a passar uma temporada em Carajás devido ao imenso fluxo de admissões e demissões próprio daquele período de implantação.

Eu tinha um certo traquejo nas duas áreas e segui com a missão de agilizar os trabalhos. Foi um período enriquecedor, pois tive que mostrar maturidade e responsabilidade antes do tempo. Fiquei hospedado em cima da Serra e de frente para os escritórios. Devido a altitude, a neblina as vezes escondia um lado do outro, embora a distância fosse de pouco mais de 40 metros.  Na casa de hóspedes em que morei por alguns meses, havia um recanto em  que eu gostava de ficar nos finais de tarde lendo, adiantando tarefas ou apenas sentindo e admirando a natureza nua e crua. Era a floresta amazônica em toda sua exuberância.  

Depois os colegas de trabalho me contaram que sempre que eu sentava ali, una onça se aproximava e ficava quieta, como que a me velar. Nunca tive coragem de conferir se era verdade ou mentira, mas não mudei meu hábito, mesmo porque gosto demais de minha própria companhia e pouco me importava se os outros não gostavam de desfrutar daquele paraíso. Depois de ligar para São Luis avisando que minha missão estava concluída, Josely  me pediu dois dias, pois o helicóptero iria levar um gerente até lá e eu voltaria nele. Lembro bem que numa sexta-feira, lá pelo meio da tarde, o helicóptero pousou e, eu com minha bagagem pronta, segui para o hangar.

Aí, me veio ã lembrança um ditado popular (e bem vulgar) que diz: "Vai ti... com quati que é de osso". No alojamento tinha um desses mamíferos, da família dos guaxinins e decidi tirar a prova aquela história. Voltei ao alojamento, procurei, mas não encontrei o danado do bicho. Voltando ao helicóptero, Pablito, o piloto, estava uma arara comigo pois o tempo de navegação durante o dia estava se esgotando. Voamos de lá até São Luis ele alternando entre sonoras gargalhadas ou ralhando comigo por quase ter feito ele perder o dia por uma bobagem daquelas. Para ele era bobagem, pois para mim até hoje fica a duvida: é de osso ou não é?

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