Jornalista Orquídea Santos, exclusivo para a Plataforma do Facetubes.
Sob os acordes marcantes do violão flamenco de Chiquinho França, emerge uma história que corta o peito como lâmina fina: um amor intenso, ardente e impossível, narrado com a força visceral da poesia de Mhario Lincoln.
“A Cigana do Flamenco” não é apenas um poema épico, é um clamor da alma de um homem que, já velho e consumido pela vida, reencontra a mulher que um dia amou com todo o sangue do seu coração.
O cenário é um circo — símbolo de magia, fantasia e também de memórias — onde ele a vê, distante, inacessível, como um sonho que volta apenas para atormentar. Ele chora a juventude perdida, não só em si mesmo, mas na lembrança, que permanece bela, livre e intocada, como a dança que um dia os uniu.
A cigana representa o fogo da paixão, a mulher que lhe trouxe êxtase e também a ruína. Ele fala de sua alma saqueada, como pirata em mar descalço, implorando por uma última dança, um último olhar.
O perfume da cigana ainda vive em suas lembranças. A cada passo, ele sente o peso de mil passos dados por ela e por tantos outros — passos que, um dia, se perdeu no deserto de sua inconsciência. E ali, sozinho em meio à multidão de memórias, ele se despede: não com ódio, mas com a mais profunda das saudades.
Esse épico poético-musical, marcado por uma sonoridade comovente e palavras que dilaceram, convida o público a mergulhar em uma narrativa que mistura paixão, arte e melancolia. Uma história de amor eterno, mesmo que irrealizável — porque há romances que não pedem finais felizes, apenas o reconhecimento de que existem com toda a intensidade que a vida permite.
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Texto assinado por Orquídea Santos , editora de cultura daPlataforma Nacional do Facetubes .