Joizacawpy Costa.
O poema Eu te Louvo Senhora de autoria da grande Dilercy Adler, é uma reverência inestimável, pois ela coloca em versos e palavras expressões tão reais que acabamos sentido profundamente o que Firmina é, e fazemos uma viagem para encontrá-la. Ela traz de forma muito viva a agonia, a resiliência a coragem de abdicar de Prazeres pessoais em prol de outras pessoas, traz consigo as ideais que não eram só dela e que se estendia a muitos que precisavam.
Apesar do peso que lhe foi imposto, na escrita de Adler em seus versos ela pôde renascer.
Dilercy faz referência no poema a teimosia dessa nobre mulher em sustentar suas causas alicerçadas sobre sua sabedoria, ainda que isso lhe custasse abrir mãos de muita coisa, inclusive da experiência do amor, que transferira para o amor ao próximo aqueles mais vulneráveis.
Alder finda o poema devolvendo em versos o gozo perdido por Firmina desejando fantasias eternas louvando-a agora e para sempre.
EU TE LOUVO SENHORA
À Maria Firmina dos Reis
Eu te louvo senhora
pela agonia sentida
que te tirou o prazer
do gozo do corpo
impondo agonia
profunda
doída
mas que te fez renascer
em palavras e versos
de puro querer!
Eu te louvo senhora
pelos crus dissabores
nesta vida sofridos …
Eu te louvo senhora
por tua teimosia
por tua leveza
de corpo e de alma...
por suave alegria
parcamente sentida
apesar da tirania
da dor revelada
em toda tua vida…
Eu te louvo senhora
pelo amor do qual abdicaste
-quimera humana!-
de uma vida a outra vida ...
para entregar-te a outro amor também profundo
aquele amor aos desvalidos
abandonados pela sorte
jogados aos destinos inumanos
neste mundo!…
Eu te louvo senhora
pelo teu imensurável amor à humanidade
por tua luta incansável pela igualdade
por tua excepcional dedicação materna
aos filhos abandonados nesta terra
pela vida
pela história
pela verdadeira e única humanidade!
renasce agora
- nesta hora
o gozo do corpo e da alma
neste louvor que hoje a ti dedico
e não há gozo maior
que este gozo devolvido
em palavras e versos
desejos...fantasias...
eternos
perenes
romanescamente femininos!
Eu te louvo senhora
agora
nesta hora
hoje e para sempre
te louvarei também
amém!
(Dilercy Adler)
Ressalto um importante marco na história da literatura maranhense, a instituição da comenda “Maria Firmina do Mérito Literário e Cultural”.
A Medalha “’Maria Firmina’ do Mérito Literário e Cultural” foi instituída por meio da Resolução ALL nº 001/2017, de 09 de dezembro de 2017, subscrita pela Presidente Dilercy Aragão Adler, devidamente aprovada pela Diretoria e, por unanimidade, pelo Plenário da Academia Ludovicense de Letras (ALL), em sessão ordinária realizada em 25 de novembro de 2017.
Trata-se da mais elevada honraria conferida por esta Academia, destinada a distinguir personalidades cujos relevantes serviços prestados à literatura e à cultura os tornem merecedores do reconhecimento público que a referida outorga representa.