Por Orquídea Santos, jornalista e chefe da ASCOM, da Academia Poética Brasileira.
Há letras que parecem nascer de um coração em chamas, mas esta música não é nalgo normal — ela sangra. Essa composição traz, em sua poesia sensível, uma viagem pela memória afetiva de um homem apaixonado que vê seu amor escapar como o pôr do sol que dissolve o dia sem pedir licença. É uma canção que fala direto com aqueles que já foram abandonados sem respostas, que amaram intensamente e receberam o silêncio como resposta.
Com imagens fortes e líricas como “a rede de outrora balança sozinha na varanda” e “a luz frágil de um vagalume”, a música conduz o ouvinte a um estado de melancolia doce, onde a ausência não é apenas sentida, mas quase tocada. A ideia da “bela cigana” — livre, enigmática, inatingível — sintetiza a figura de um amor que seduz, encanta e depois parte, deixando rastros de saudade e um perfume ausente que o vento levou.
Mas o que transforma essa canção em uma peça poderosa para o mercado musical romântico é a sua honestidade emocional. A letra não tenta esconder a dor sob camadas de metáforas rebuscadas; ela mostra a solidão crua e o amor que, mesmo machucando, ainda pulsa. E pulsa bonito.
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