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Bebê reborn? Mãe de bebê reborn? Como está a saúde mental das mulheres?

Renata Barcellos, colunista da Plataforma Nacional do Facetubes pergunta: “Terapia ou obsessão? ”

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln Fonte: Renata Barcellos
12/05/2025 às 10h50
Bebê reborn? Mãe de bebê reborn? Como está a saúde mental das mulheres?
Renata BArcellos e uma Bebê reborn menina,boneca reborn silicone,feita à mão.

Renata Barcellos (BarcellArtes)

 

Culturalmente, mês de Maio é considerado o das noivas e mães devido a uma combinação de fatores históricos, culturais e religiosos. A sua associação com casamentos vem da tradição que remonta à Idade Média, pois a primavera e as flores eram vistas como símbolos de renovação e amor. Além de o clima frio impedia banhos por muitos meses. O primeiro banho do ano acontecia neste mês, simbolizando um momento de renovação e higiene. A Igreja Católica também contribuiu, por este ser dedicado à Virgem Maria, mãe de Jesus. É considerado como um sacramento sagrado, com a Virgem Maria como protetora. Por isso ser comemorado também o das mães.                                                             
Já a comemoração do Dia das mães, especificamente no segundo domingo, tem origens diversas. A data foi oficializada no Brasil, em 1932, por Getúlio Vargas. Nos EUA, foi inspirada pela morte da mãe de Anna Jarvis. Ela queria um dia para homenagear as mães. Depois desse contexto histórico, passemos ao tema delicado e no centro das atenções na atualidade.                                                                                                 
Nesta semana, especificamente, houve conselhos de classe e o Programa Pauta Nossa da Mundial News (do qual sou âncora - acompanhe-nos em (https://www.youtube.com/results?search_query=mundial+news+rj). 


Fiquei PERPLEXA com tudo que ouvi e soube nessas atividades. Fatos INIMAGINÁVEIS há algumas décadas. Semana passada, devido à presença de uma obstetra, me ocorreu o tema e abordamo-nos superficialmente. Como trata-se desta data e um assunto urgente a ser debatido, esta semana  entrevistamos dois convidados: Mizael Tavares (Diretor de Psicologia da Rede Internacional de Proteção a Vítimas Laço Branco Brasil) e Patricia Luiza Moutinho (Patricia Luiza Moutinho Zapponi  advogada Presidente da Rede Internacional Laço Branco Brasil). 
Quem se interessar e quiser ouvi-los, a entrevista está disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=o3xNErhdK_A&t=4s


E, em meio a tantas discussões, eis a dos Bebês reborn cuja origem remonta aos Estados Unidos na década de 1990, com artistas e colecionadores a transformarem bonecas comuns em réplicas realistas de bebês recém-nascidos, através de um processo que envolve modificações detalhadas e personalização. O termo "reborn" significa "renascido" em inglês, e a prática de modificar bonecas para que pareçam mais com bebês reais tem raízes em momentos de escassez de brinquedos, como durante a Segunda Guerra Mundial.                                                         
Na atualidade, tem a função de terapia não oficial. Tem sido adotado como uma ferramenta útil para pessoas que estão a lidar com questões emocionais, como luto ou ansiedade, ou que precisam de suporte para lidar com a agitação e o desconforto. Segundo estudiosos, bebês reborn   (com a sua aparência realista e o seu peso) podem fornecer uma sensação de conforto e segurança, ajudando a aliviar o stress e a ansiedade. 
Já, no caso dos idosos com demência, o estudo do "Newcastle General Hospital" demonstrou que o uso deles pode reduzir a ansiedade e a agitação destes. Dessa forma, este fenômeno tem propiciado debates sobre a saúde mental e a importância de buscar ajuda profissional em casos de apego excessivo às bonecas. Por exemplo: como foi relato pela advogada Patrícia (em entrevista ao Programa Pauta Nossa, dia 8-5-2025) uma cliente queria requerer pensão alimentícia para o“bebê”.    

                                                                                                      
Estamos em pleno século XXI, tantos recursos tecnológicos a nosso dipor. Entretanto, como podemos verificar no nosso entorno social, a mente não evoluiu. Muitas mulheres ainda estão “presas” aos dogmas impostos socialmente.  Somos cobradas exaustivamente quanto à maternidade, ao matrimônio... Enquanto uma parte são EMPODERADAS outras vivem submissas emocionalmente e financeiramente. Dados do IBGE indicam que, em média, mulheres dedicam mais tempo do que os homens às tarefas domésticas e cuidados com as crianças, mesmo quando trabalham fora de casa.                  

                       
Outrora, a questão era e ainda o é gravidez psicológica uma realidade: também conhecida como pseudociese, é uma condição rara onde uma mulher apresenta sintomas físicos e emocionais de gravidez, mesmo não estando grávida. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que ocorre 1 a cada 22 mil gestações.          

                                                                
Hoje, além desse fenômeno, há as mãe de bebês reborn. Como indicam os dados do Google Trends, há com picos de pesquisa em datas comemorativas como o Dia das Crianças e o Natal. Vale destacar que a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou o projeto de lei do “Dia da Cegonha Reborn” (nessa quarta-feira dia 7 - em segunda votação e agora aguarda a sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD-RJ).), de autoria do vereador Vitor Hugo (MDB). Este defende que a data de 4 de setembro seja incluída no calendário da cidade para celebrar as artesãs — chamadas de cegonhas — que fabricam os bebês reborn.  

                          
Assim, pela experiência de sala de aula e pelo convívio social, nos questionamos: como muitos estão vivendo em um mundo de fantasia? Quantas crianças, adolescentes e PTS em abrigos à espera de adoção. Por que não os adotar? Quer ser MÃE mas não de ser humano? No mínimo, curioso o fato. Vejamos as estatísticas:      

                                                                    
No Brasil, existem atualmente cerca de 4.935 crianças e adolescentes prontos para adoção e 35.622 pretendentes habilitados a adotar, segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Embora haja mais pretendentes do que crianças disponíveis, a grande maioria das crianças aptas para adoção tem mais de 7 anos, enquanto a maioria dos pretendentes prefere crianças mais novas. Dessa forma, crianças e adolescentes prontos para adoção: 4.935. Pretendentes habilitados: 35.622. Distribuição por idade: A maioria das crianças aptas para adoção tem mais de 7 anos. Preferências dos pretendentes: A maioria prefere crianças menores de 3 anos.    

                                                                                                     
 Já, quanto aos animais, no Brasil, estima-se que aproximadamente 30,2 milhões de cães e gatos vivem em situação de abandono. Isso representa cerca de 25% da população total desses animais. Desses, cerca de 177,6 mil cães e 7,4 mil gatos vivem em abrigos, à espera de adoção. Essa prática é uma realidade nos lares brasileiros. De acordo com a CNN Brasil, 80% dos animais nos lares são adotados. Inclusive os meus!!!

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Wladimir ViveiroHá 4 semanas Rio de Janeiro - RJÉ muito interessante a matéria e, ao mesmo tempo, preocupante. O uso de bebes reborns para casos específicos de tratamento àqueles que necessitam, conforme opinião médica, não deve ser o centro da preocupação, pois se trata de mecanismo terapêutico em que profissionais habilitados sabem, exatamente, como utilizar e sua exata medida. A preocupação está em relação às pessoas aparentemente saudáveis que fazem a substituição do ser natural para o objeto artificial tratando-o como ser natural.
Amelia dos Remédios Lucas, especialista.Há 1 mês Bulmenau Santa CatarinaO que faltou nesse texto, escrito sem os dois lados da história, infelizmente, é que o uso terapêutico das "reborn dolls" não é amplamente aceito como prática médica padrão, mas pode ser considerado auxiliar por algumas momentos, quando supervisionado e aplicado em contextos controlados, nunca como substituição à terapia convencional ou como compensação permanente de perda. É consenso entre os especialistas mais sérios que o uso deve ser pontual, acompanhado e jamais romantizado.
LUCIANO GALDINO, psicólogoHá 1 mês Brasília DFCalma, gente! Conheço psiquiatras mais ortodoxos e psicólogos críticos alertam para o risco de que essas bonecas alimentem ilusões, retardem o processo natural de luto ou sirvam como fuga de enfrentamentos reais. Também existem debates sobre a infantilização de idosos, especialmente quando usados sem consentimento consciente. A psicóloga clínica britânica Drª. Amy Wills, por exemplo, adverte: “O uso da boneca reborn sem estrutura terapêutica pode perpetuar estados de negação e alienação".
Dra, Hermnínia Moraes de FonsecaHá 1 mês São Paulo SpCara Renata. Você não pode generalizar as partes negativas disso. Acho que é falta de conhecimento. Eu sou terapêuta de idosos e sei que o uso dos reborns pode ser uma ferramenta para manter a coordenação motora, estimular a memória afetiva e criar uma rotina simbólica para eles. Portanto, Renata não generalize, por favor e nem v á na opinião de quem desconhece a causa.
Lunny Medeiros, professora e terapêuta de casaisHá 1 mês São Paulo SPRenata, não sei em que área a senhora atua. Mas é bom lembrá-la que “Alguns pacientes sentem que estão cuidando de um ser vivo, o que pode ativar circuitos emocionais e empáticos importantes, sobretudo em fases avançadas da demência ou em processos de luto intenso”, explica a psiquiatra Dra. Cristiane Maluf em entrevista à Revista Psique (2021).
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