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Carlo Ancelotti é conhecido por sua liderança tranquila e pela habilidade de conquistar a confiança de jogadores estrelados. 
Ao aceitar o desafio de treinar a Seleção Brasileira, o técnico italiano traz consigo décadas de experiências e influências – muitas delas moldadas por livros. Seja em entrevistas, em suas próprias obras autobiográficas ou em referências feitas por comentaristas, é possível identificar pelo menos 10 livros-chave que Ancelotti leu ou que influenciaram profundamente sua carreira. Essas obras abrangem desde táticas de futebol e estatística até liderança, psicologia e filosofia, revelando muito sobre o estilo e a mentalidade do treinador. 

Mas tudo isso após muito estudo e muita leitura, sem a menor sombra de dúvidas. Por isso, abaixo,  exploramos essas leituras e o que cada uma revela sobre Ancelotti, especialmente no contexto de sua decisão de assumir o comando do Brasil.

Primeiro, livros do próprio Ancelotti: "lições em primeira pessoa":
1. Liderança Tranquila: conquistando mentes, corações e partidas – Carlo Ancelotti (2016): Escrito em coautoria com Chris Brady e Mike Forde, este livro (no original Quiet Leadership: Winning Hearts, Minds and Matches) é praticamente um manual de filosofia do treinador. Nele, Ancelotti “revelou a história completa de sua carreira gerencial — seus métodos, mentores, erros e triunfos” (thoughteconomics.com)
A obra destaca como a calma e a empatia são centrais no seu estilo de liderança. Ancelotti compartilha casos de vestiário e decisões importantes, mostrando que preferiu convencer os jogadores em vez de impor autoridade. Essa abordagem serena fica evidente em frases como: “Leadership is about relationships, not authority” (liderança é sobre relacionamentos, não autoridade), um dos princípios ressaltados no livro. (sobrief.com).

Para a Seleção Brasileira, essa mentalidade indica um técnico disposto a ganhar a confiança dos atletas brasileiros pelo diálogo e respeito, algo fundamental em um ambiente com tantas estrelas. 

A Minha Árvore de Natal – Carlo Ancelotti (2009). Nesta obra autobiográfica (título original em italiano Il mio albero di Natale), Ancelotti narra sua trajetória e detalha sua metodologia de trabalho como treinador. O livro recebe esse nome em alusão ao esquema tático 4-3-2-1, o “albergo di Natale” (árvore de Natal), que ele utilizou com sucesso. Mais do que memórias, trata-se de um guia prático: Ancelotti descreve em primeira pessoa sua filosofia de treinamento, planejamento semanal, esquemas táticos preferidos e até exercícios que aplicava nos clubes. (sportdesignedbyus.wordpress.com).

Os capítulos percorrem desde a transição de jogador a técnico até passagens por Reggiana, Parma, Juventus, Milan, Chelsea e PSG. Ao longo do texto, ele analisa jogos marcantes da carreira e compartilha dificuldades que enfrentou, de forma que outros treinadores podem se identificar e encontrar inspiração. Essa leitura nos revela um Ancelotti meticuloso taticamente, porém flexível – qualidade que será valiosa ao adaptar o estilo europeu ao futebol brasileiro. 

Preferisco la Coppa (“Eu Prefiro a Taça”) – Carlo Ancelotti (2010). Escrito em colaboração com Alessandro Alciato, este livro (cuja edição em inglês recebeu o título The Beautiful Games of an Ordinary Genius) é a autobiografia irreverente de Ancelotti. Nele, o treinador narra episódios de forma leve e bem-humorada, fugindo do tom acadêmico. Há uma autoironia constante em suas páginas – prova disso é que “em praticamente toda página há uma piada autodepreciativa sobre o amor insaciável de Ancelotti por comida”. Esse humor aparece já no início, quando ele descreve a si mesmo diante do espelho, brincando com seu próprio físico. (theguardian.com).

Por trás das piadas, o livro oferece insights sobre como Ancelotti lida com pressão e ego: com humildade e bom humor. Ele mostra que não se leva demasiado a sério, uma característica que o ajuda a criar um ambiente de trabalho leve e confiante. Essa faceta humana e humilde contribuiu para que fosse querido por jogadores como Ibrahimovic e Cristiano Ronaldo, e será igualmente importante ao gerenciar o vestiário brasileiro, famoso por seus jogadores talentosos e personalidades fortes.

(Segue a parte II). Aguarde.

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FONTES CONSULTADAS EM TODOS OS CAPÍTULOS(*)

Livros

1. Ancelotti, Carlo; Brady, Chris; Forde, Mike. Quiet Leadership: Winning Hearts, Minds and Matches (tradução em português: Liderança Tranquila: conquistando mentes, corações e partidas). Scribner, 2016.

2. Ancelotti, Carlo. Il mio albero di Natale (tradução em português: A Minha Árvore de Natal). Mondadori, 2009.

3. Ancelotti, Carlo; Alciato, Alessandro. Preferisco la Coppa (tradução em português: Eu Prefiro a Taça). Edizioni Piemme, 2010.

4. Sacchi, Arrigo; Conti, Guido. Futebol Total: minha vida contada a Guido Conti. Rizzoli, 2015.

5. Wilson, Jonathan. Inverting the Pyramid: The History of Football Tactics (tradução em português: A Pirâmide Invertida). Orion Books, 2008.

6. Perarnau, Martí. Pep Confidential: The Inside Story of Pep Guardiola’s First Season at Bayern Munich (tradução em português: Guardiola Confidencial). Yellow Jersey Press, 2014.

7. Valdano, Jorge. Los 11 poderes del líder: el fútbol como escuela de vida (tradução em português: Os 11 Poderes do Líder: o futebol como escola de vida). Planeta, 2013.

8. Ferguson, Alex. Alex Ferguson: My Autobiography (tradução em português: A Minha Autobiografia). Hodder & Stoughton, 2013.

9. Galeano, Eduardo. Futebol ao Sol e à Sombra. Companhia das Letras, 1995.

10. Bellos, Alex. Futebol: The Brazilian Way of Life. Bloomsbury, 2002.

Entrevistas e Declarações

• Ancelotti, Carlo. Entrevista à Agence France-Presse (AFP), 2017.

• Ancelotti, Carlo. Entrevista à BBC Mundo, 2014.

• Frases públicas de Ancelotti em eventos oficiais da UEFA e conferências de imprensa (UEFA.com, 2015–2021).

Artigos e Reportagens

• UEFA.com. “Ancelotti: Calm leadership the key to success.” Disponível em: https://www.uefa.com/…

• FIFA.com. “Ancelotti’s tactical evolution.” Disponível em: https://www.fifa.com/…

• The Guardian. Jonathan Wilson, “How tactics shaped modern football.” 2008.

• El País. Cobertura de Arrigo Sacchi e impacto tático, 2015.