Mhario LIncoln
Ouvi a nova faixa - "Bem de Viver"- do álbum "Ávido", de meu amigo Mel Braxx. A obra entrega uma interpretação que vai muito além do tecnicamente correto. Ele transcende a execução musical ao exalar tons emocionais com a segurança de quem conhece os labirintos do amor vivido e sobrevivido. Sua voz surge como testemunha dos extremos afetivos: a euforia de um amor pleno e o eco melancólico de um amor que partiu, mas jamais se apagou.
A canção, em sua essência, é um manifesto do romântico resiliente. "O amor me faz bem de viver", repete Mel em um refrão que é ao mesmo tempo prece, confissão e renascimento. A escolha dessa frase como eixo do arranjo textual revela não apenas a crença na potência curativa do sentimento, mas também a disposição do artista em se reinventar por meio da entrega emocional.
Nos conhecemos desde adolescentes e sempre achei que Mel Braxx sempre cantou e compôs como quem ama com feridas abertas, mas que ainda assim insiste em oferecer flores. Seu estilo se encaixa no Pop Jazz com naturalidade, mas é a carga emocional que confere identidade única à interpretação. Cada verso ressoa como um eco da vivência de quem já experimentou abandonos, reconciliações e silêncios que falam mais alto que palavras.
Diante de sua performance, não é exagero compará-lo às imagens sugeridas por versos como os de Cecília Meireles: "Amor, que é chama e frio em um só gesto, / Curando ao mesmo tempo que machuca, / Na ausência se refaz, cresce, reluz, / E em reencontros, de novo, nos educa." Aqui, Mel não canta apenas uma história de amor. Ele ensina a conviver com suas memórias e a renascer a partir delas.
Para a Rádioweb do Facetubes, Mel Braxx representa um novo fôlego no panorama musical sensível e maduro. "Bem de Viver" não é só uma faixa. É um estado de espírito.
*Mhario Lincoln é jornalista e poeta, editor-sênior da Plataforma Nacional do Facetubes.
Ouçam e curtam à vontade. Este é um lançamento Mundial:
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