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PAULO RODRIGUES ENTREVISTA O PROFESSOR FAGNER NASCIMENTO

Colunistas FT

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln Fonte: PAULO RODRIGUES
19/05/2025 às 18h00
PAULO RODRIGUES ENTREVISTA O PROFESSOR FAGNER NASCIMENTO
Profs. Paulo Rodrigues – Fagner Nascimento.

Paulo Rodrigues


Professor e pesquisador. Doutorando em Letras - Estudos da Linguagem, pela Universidade Federal do Rio Grande-FURG, mestre em Letras - Estudos Linguísticos, pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA, graduado em Letras, pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA , professor do departamento de Letras e Pedagogia da Universidade Estadual do Maranhão. Docente da rede municipal de ensino de Santa Inês e ex-secretário de educação de Santa Inês.


    
1 Paulo Rodrigues – Fagner Nascimento, o Darcy Ribeiro escreveu o livro A Universidade Necessária. Ele afirmava que a universidade deve pensar soluções para tirar o povo brasileiro do subdesenvolvimento. Como você observa essa afirmação do fundador da UNB?
Fagner NascimentoA afirmação de Darcy Ribeiro ressoa fortemente com o papel transformador que a universidade deve ter na sociedade. Para ele, a universidade precisa ser um espaço de reflexão crítica, capaz de pensar soluções que atendam às necessidades da população, principalmente dos mais pobres, e combater as desigualdades. No contexto atual, essa visão se mantém essencial, especialmente em um país como o Brasil, onde as disparidades sociais e regionais ainda são muito profundas. A universidade não deve ser apenas um centro de formação acadêmica, mas também um espaço de inovação e de contribuição direta para a superação das desigualdades, seja por meio de pesquisa, extensão ou até mesmo na formação de cidadãos críticos e comprometidos com a transformação social. Na FURG, onde estou como doutorando, tenho a oportunidade de ver essa dimensão crítica da universidade e, como professor da UEMA, percebo como a formação de qualidade pode e deve ir além da sala de aula, impactando a comunidade de maneira direta.


2 Paulo Rodrigues – Quais são os autores de literatura preferidos do professor Fagner Nascimento? 
Fagner Nascimento(Risos) olha. Sou suspeito quando o tema é este, pois tenho a honra de conceder esta entrevista para um dos autores que mais leio ultimamente, o grande poeta e amigo Paulo Rodrigues, o qual suas obras estão na minha mochila de trabalho. A literatura contemporânea brasileira e maranhense ocupa um lugar especial no meu coração. Posso citar nomes dentre tantos que admiro, como Salgado Maranhão, Luiza Cantanhede, Evilásio Júnior, Ferreira Gullar, Conceição Evaristo, entre outros. A literatura local, especialmente, tem sido um espaço de reflexão sobre a identidade e os desafios sociais, o que é uma fonte constante de inspiração. Além disso, gosto de acompanhar a produção de jovens autores que estão trazendo novas perspectivas sobre o Brasil contemporâneo.


3 Paulo Rodrigues – A UEMA tem uma contribuição enorme na formação acadêmica no Vale do Pindaré. Você acha que ela precisa implantar novos cursos e contribuir mais?
Fagner Nascimento –. A UEMA tem, sem dúvida, desempenhado um papel fundamental na formação acadêmica do Vale do Pindaré, oferecendo a oportunidade de um ensino superior de qualidade em uma região que, historicamente, teve pouco acesso a ele. No entanto, acredito que há sempre espaço para ampliar e diversificar a oferta de cursos, especialmente nas áreas de tecnologia, ciências sociais aplicadas, saúde e educação. A necessidade de profissionais qualificados é crescente, e a universidade tem um papel essencial nesse processo de formação. Além disso, iniciativas voltadas para o ensino de curso regular, temos Programa de Formação de Professores (ENSINAR), Programa de formação Profissional Tecnológica (PROFITEC), Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica do Maranhão (PROETNOS), Universidade Aberta Intergeracional (UNABI), entres outros cursos de pós-graduação, que contribuem para a formação e construção social do povo maranhense. 


4 Paulo Rodrigues – Fagner Nascimento, você foi um grande secretário de educação. Fez muito para ampliar a aprendizagem dos filhos dos trabalhadores e trabalhadoras. Qual foi sua maior alegria ao desempenhar a função de secretário de educação de Santa Inês?  
Fagner Nascimento A maior alegria foi, sem dúvida, ver a transformação que a educação pode gerar na vida das pessoas. Enfrentei a pandemia como muito força e coragem, com a esperança de um novo amanhecer, e consegui, como muito trabalho e parceria de uma equipe de referência da secretaria. Durante minha gestão como secretário de educação, tive o privilégio de trabalhar em projetos que impactaram diretamente a melhoria da qualidade de ensino, desde a estrutura física de nossas escolas, com a  implantação e construção da primeira creche de Santa Inês, a Creche Professora Nazaré Barros, climatização e ampliação de escolas, ampliação na oferta de vagas, entre tantas ações, os quais os frutos estão sendo colhidos. Ver as crianças e jovens se apropriarem do conhecimento, observando seu crescimento acadêmico e suas perspectivas de futuro se ampliando, foi uma grande realização. Além disso, contribuir para a formação e valorização dos professores, ao lado de ações que visavam reduzir as desigualdades de acesso, também foram marcos importantes para mim.

 

5 Paulo Rodrigues – Você trabalha a literatura contemporânea brasileira e maranhense na UEMA? 
Fagner NascimentoSim, a literatura contemporânea brasileira e maranhense tem sido um foco importante em meu trabalho na UEMA. Busco sempre trazer essas produções para a sala de aula, discutindo suas características, suas propostas estéticas e suas relações com os contextos sociais e históricos. A literatura do Maranhão, em especial, traz temas relevantes que dialogam com as questões da identidade e da memória, o que é essencial para a formação dos nossos estudantes. Além disso, acredito que discutir a literatura contemporânea permite aos alunos uma compreensão mais crítica e atual do cenário literário nacional.


6 Paulo Rodrigues – Fale um pouco sobre a atividade que acontecerá no dia (30/05) na UEMA? É importante dialogar com os autores contemporâneos? 
Fagner NascimentoO encontro literário do dia 30/05, é uma atividade extensionista junto com meus alunos do 5º período do curso de Letras. Logo, será uma excelente oportunidade para aproximar os estudantes e a comunidade acadêmica da produção literária contemporânea. O diálogo com autores contemporâneos é essencial porque ele amplia o horizonte de compreensão das dinâmicas culturais e sociais atuais. Além disso, é uma forma de valorizar a produção literária local e nacional, permitindo que os estudantes se sintam mais conectados com a literatura que está sendo feita no presente. Esse tipo de evento também estimula o pensamento crítico, o que é fundamental no contexto educacional. Estou muito honrado e feliz com a parceria dos poetas/escritores do “Poesia em Movimento” do Coletivo Vozes do Vale.

7 Paulo RodriguesO que você acha do projeto “Poesia em Movimento” do Coletivo Vozes do Vale?
Fagner Nascimento – O projeto “Poesia em Movimento” é uma ação fantástica, pois além de promover a poesia, contribui para a formação de um público leitor mais engajado. A poesia tem esse poder de transformar e sensibilizar, e iniciativas como essa são fundamentais para levar a literatura e a reflexão crítica para as comunidades. É um exemplo claro de como a arte pode ser um motor de mudança social e de construção de identidade. Acredito que esse tipo de projeto fortalece a literatura e a cultura local, criando um espaço de visibilidade para os poetas e escritores da nossa região. E desde já, convido a comunidade de Santa Inês a conhecer de perto.

 
8 Paulo Rodrigues - Deixe uma mensagem para os nossos leitores. 
Fagner NascimentoA princípio agradeço pelo convite em dialogar com uns dos grandes poetas da nossa literatura contemporânea. Registro meus sinceros votos de estima aos nobres escritores e escritoras da nossa terra e ao jornal AGORA, por disponibilizar o espaço para a literatura.  Gostaria de deixar uma mensagem de valorização da leitura e da reflexão crítica. Em tempos de tantas transformações, a literatura se apresenta como um espaço de resistência, de questionamento e de fortalecimento da nossa identidade. Ler é uma forma de entender o mundo e de se posicionar diante dele. E, mais do que nunca, é importante apoiar e incentivar os autores contemporâneos, tanto os da nossa terra quanto os de fora, pois é por meio dessa troca de saberes e expressões que podemos construir uma sociedade mais justa e reflexiva. Abraço fraterno. 

 

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