Editoria de Literatura e Arte da Plataforma Nacional do Facetubes
Santo Antônio de Pádua, ou de Lisboa, não foi apenas um pregador de virtudes espirituais, mas também um aguerrido combatente contra as iniquidades que assolavam os mais pobres. Em seus sermões – verdadeiros documentos de denúncia moral – ele se insurgia contra a usura, a ganância dos senhores feudais e a exploração do povo simples. Foi um dos primeiros religiosos a fazer da pregação um ato de justiça social. Ao clamar contra os “ricos impiedosos” e ao defender viúvas, órfãos e camponeses, ele aproximou o Evangelho do chão da vida. “Aquele que tem, dê; aquele que não tem, não tema, pois Deus é justo”, bradava.
A canonização de Santo Antônio em tempo recorde – menos de um ano após sua morte – é testemunho de sua fama de santidade respaldada por uma avalanche de relatos milagrosos. Desde curas instantâneas até reencontros improváveis de objetos perdidos, os sinais que dele emanavam não cessaram nem mesmo após sua morte. Os fiéis recorriam a ele com a certeza de que seriam ouvidos. O episódio do “Sermão aos Peixes”, além de alegoria crítica, é considerado por muitos um sinal extraordinário de sua autoridade espiritual até sobre a criação.
O "Sermão de Santo Antônio aos Peixes" foi proferido em São Luís do Maranhão, em 1654, pelo Padre Antônio Vieira. O sermão, que é uma alegoria onde os peixes representam os homens, foi pregado na Igreja de Santo Antônio, em São Luís do Maranhão, em 13 de junho de 1654. Este dia era a festa de Santo Antônio e a pregação foi um ato de crítica à desumanidade com que os colonos portugueses tratavam os índios.
A herança teológica e espiritual de Santo Antônio repousa sobre uma tríade: coerência, misericórdia e eloquência evangélica. Em seus sermões, dizia: “As palavras são folhas; as ações, frutos.” Ele não separava a fé da vida concreta.
Ensinava que o verdadeiro cristão deveria ser luz no mundo, com humildade e serviço. Valorizava a penitência, mas sem cair na rigidez: “A alma sem paciência é como a cidade sem muralhas”, pregava. Suas palavras formaram gerações de franciscanos, missionários e fiéis em busca de um cristianismo enraizado na prática da caridade.
Enfim, filho de Lisboa e arauto de Pádua, Santo Antônio nasceu em 15 de agosto de 1195 em uma família nobre, e desde cedo se destacou pela devoção e inteligência. Inicialmente, ingressou na ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, mas sua vida mudou radicalmente ao se deparar com o martírio de cinco franciscanos em Marrocos. Inspirado por sua entrega, adotou a vida franciscana com radicalidade evangélica.
Não foi apenas um pregador; foi um exímio exegeta, um verdadeiro “arca do testamento” como o chamou o Papa Leão XIII. Com sua voz firme e coração humilde, levava multidões à conversão. Seus sermões, proferidos em praças, igrejas e monastérios, confrontavam os poderosos e confortavam os humilhados. Tornou-se símbolo da pregação com autoridade, mas temperada com compaixão.
Padroeiro dos pobres, dos viajantes e dos que buscam o que foi perdido – seja um objeto, uma fé ou uma direção – Santo Antônio é um santo da presença. Seu túmulo em Pádua, destino de milhões de peregrinos, é palco constante de fé viva e esperança que não morre. Sua vida, embora breve, foi um testamento eterno de que “quem caminha com Cristo, mesmo entre as pedras, não tropeça em vão”.
A Igreja, após minuciosa análise de dezenas de milagres, o elevou à glória dos altares em 1232, sob o pontificado de Gregório IX.
Abaixo, Letra-Poema autoral e prompts musicais e arranjos de instrumentos e voz, via GINai/MHL, de Mhario Lincoln:
Meu Santo ANTONIO
*Mhario Lincoln
Amém, amém,
ele está no meio de nós,
se ele persevera por nós,
quem será contra nós?
Meu Santo Antonio
dei-me o pão e a benção,
unge meu coração com liberdade,
cubra-me com teu manto de igualdade.
Ó santo, porque és Santo,
apóstolo Santo, ama os seus
Ó santo, porque és Santo,
discípulo de Deus.
Louvado sejas,
ajoelha no chão
e agradece aos Mártires
por receber esses milagres.
Amém, amém
amém, amém!
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VÍDEO-BÔNUS