Hoje é o dia do aniversário da professora, atriz e escritora Linda Barros.
Para comemorar esse dia tão espacial, postamos abaixo sete poemas que trazem um pouco da vida pessoal e profissional dessa pessoa tão as querida.
Deixamos aqui os nossos parabéns.
LINDA: Uma linda trajetória
José Neres
I
Novembro… uma manhã tão linda e alva
Cercada de cores e de mil sons,
À despedida da Estrela D’alva…
Luzes despertaram os Pastos Bons.
Eram duas irmãs… Só uma se salva…
A outra os anjos levam… são esses os dons
Angelicais, sem levantar ressalva,
Mas dos que ficam alterando os tons.
Mas, quando a Vida ao Sofrimento trava,
Dores não se escondem nos edredons
Pois, armados de ferro, fogo e clava,
Lutamos para resgatar cupons
De uma cova que o mundo nos cava
Com a força de dez mil megatons.
II
E quando aquela criança nasceu
Nosso mundo grande crise vivia
A Liberdade o claustro conheceu
Tanta barriga chorava vazia!
Em sua terra as letras recebeu
Semeou no campo sua alegria
Recebeu aulas do padrinho seu:
“Seu” Granjeiro, rei em sabedoria…
Porém algo cedo ela percebeu:
Se ali ficasse, ela não cresceria…
O Pastos Bons que conheceu
Já quase nada se desenvolvia
Só então dentro dela floresceu
O desejo de sair dali um dia…
III
Nem sempre pôde fazer o que quis
Pra estudar, teve de deixar o interior
Viajar sem poder criar raiz
E fazer do Destino seu senhor…
Passou temporada em Imperatriz -
Terra de mil sonhos, beleza e amor
Depois mudou-se para São Luís -
Ilha-capital com todo louvor…
Sentiu da família a saudade, a dor.
Enfrentou diversas noites febris
Mas do mundo jamais sentiu rancor…
Sabia que pra um dia ser feliz
Devia conhecer o dissabor
Sem cair do salto como uma miss.
IV
Decidiu que professora seria
Foi estudar lá na Universidade
Para Letras/espanhol concorreria…
No curso demonstrou habilidade
Logo se destacou da maioria
Pelo esforço, pela amabilidade,
Também pela dose de simpatia
Pelos corredores da faculdade…
Ao defender sua monografia
Demonstrou grande propriedade
Ao falar sobre o que diferencia
Vários falsos cognatos de verdade.
A banca notou que ela merecia
Aplausos com toda sinceridade.
Aplausos com toda sinceridade.
V
Depois de graduada se casou,
Começou uma especialização,
Em diversos lugares trabalhou
Com bastante garra e dedicação.
Um dia uma notícia lhe alegrou:
Sua médica lhe disse “atenção,
Tudo aqui em seu exames indicou
Que você está em plena gestação.”
Então a todo mundo comunicou:
“Chamará Gabriel meu bebezão”...
Em pleno novembro mãe se tornou.
Mas filho não rima com solidão
E a pequena e doce Laura chegou
Para fazer companhia a seu irmão.
VI
Agora, mãe, formada e concursada,
Faltava alguns sonhos realizar…
Sua arte não pôde ser represada,
Nos palcos ela decidiu estrear.
Mas não agiu de forma estabanada,
Dança e teatro ela foi estudar
Em mil cursos que fez, apaixonada,
Para na arte da Arte se aprofundar.
Com aquela linguagem dominada,
Agora, sim, ia representar.
Para o palco e pra tela foi chamada
A fim de novos trabalhos mostrar
Em peças e filmes foi aclamada,
Em papel de vilã ou moça do lar.
Em papel de vilã ou moça do lar.
VII
De repente, ela estava em toda parte,
Publicando suas “Palavras ao Vento”,
Nos Espelhos espelhando sua arte,
Fazendo riso rimar com tormento…
Na Academia Poética comparte
Suas crônicas e seus pensamentos,
Conquista uma cadeira na Atheart,
Transforma em versos seus vivos momentos.
Um bolo novamente ela reparte,
Em sempre ensaiados movimentos,
Fazendo do riso belo estandarte
Eivando seus gestos de encantamentos
Exigindo um nada de contraparte
Em olhos azuis de agradecimentos.
