
‘EU ESTOU FALANDO DE FÉ’ (Clélio Silveira Filho)
Editoria de Filosofia e Religião, da Plataforma Nacional do Facetubes.
Abaixo, vocês, leitores, irão ouvir um dos louvores mais bonitos já escritos pelo jornalista e empresário CLÉLIO SILVEIRA FILHO, dono do conglomerado jornalístico “Agora/Santa Inês”. Sem dúvida, uma obra prima por falar verdades, inclusive verdades doídas.
Basta ouvir a letra de Clélio Silveira Filho. Funciona como uma pedagogia simples e contundente, muito próxima ao que Santo Agostinho reconheceria como retorno do coração ao eixo do amor verdadeiro. Seu verso inaugural “é sobre a fé… a esquecemos e andamos de ré”, traduz a aversão agostiniana: quando a vontade foge de Deus e se volta às coisas menores, o movimento existencial inverte o sentido.
Assim, no refrão que suplica por “milagres sem oração”, a letra afronta uma tentação antiga: desejar os sinais e recusar a fonte. Agostinho advertia que o prodígio exterior não substitui a conversão interior. Milagres, quando existem, são servos da verdade; não seus patrões. “Queremos milagres, mas não rezamos” nomeia a contradição do coração dividido, que exige colheita sem semeadura, consolação sem autocontrole do corpo e do espírito, resposta sem diálogo.
Na gramática agostiniana, a oração é o fôlego da esperança: é ela que dilata o desejo para receber a medida de Deus. Sem esse exercício de amor, o humano fica curto diante da Fé. Assim, o motivo do “barco que naufraga, mesmo no seco ou na água” aproxima-se da parábola agostiniana da vontade separada da verdade. Não se afunda apenas quem enfrenta tempestade; afunda também quem, internamente, já não deseja o porto e nem tem mais Fé.
Portanto, Clélio escreveu uma letra que não impõe nada. Apenas um chamamento (ou um grito sofrido), mas que convida o próximo a refletir. Por isso, imperativo “voltar-se para Deus” não é um grito fanático, é o chamado; como Agostinho, que a alegria verdadeira é “gaudium de veritate”, um júbilo que não se compra nem se perde ao sabor do vento.
Se a fé é a única razão que “nos empurra na crença e nos tira da escuridão”, é porque devolve ao humano sua estatura e ao caminho sua luz. Um poema muito intenso, muito forte, mas é provocativo com relação ao que estamos realmente fazendo com nossa FÉ.
*****
É SOBRE A FÉ QUE ESTOU FALANDO
É sobre a fé que
de quando em vez nós
a esquecemos e andamos de ré
Ela faz a diferença,
nos empurra na crença
E nos tira da escuridão
Quando nosso sim
para ela vira não,
o barco naufraga,
mesmo no seco ou na água
A gente esbarra no nada,
tropeça na caminhada
Não enxerga mais nada
e desaba no chão
Não dá pra atravessar
a vida sem rezar
Até o vento faz barulho
e a gente quer se calar
Mas a verdade é uma só:
Jesus veio e nos ensinou
E parece que tudo já esquecemos
Não queremos entender,
e ficamos mudos. Ele nos amou
Diante das tribulações que vivemos
Queremos milagres, mas não rezamos
E sem solução não entendemos
Que não viemos para cá do nada
Melhor repensar nossa jornada com fé
Deixar de lado o tanto fez, como tanto faz,
e o tanto que ser quer.
E nos voltarmos para Deus,
Sim, nos voltarmos para Deus,
Porque só Ele nos manterá de pé!
(Por Clélio Silveira Filho)
********
VÍDEO-BÔNUS
(Louvor de Clélio Silveira Filho).
Original de: Editoria de Filosofia e Religião — Plataforma Nacional do Facetubes.
Mín. 13° Máx. 18°