Por Adriano Siqueira
Comecei a ler histórias em quadrinhos na década de setenta e lembro bem dos títulos que existiam naquela época. Quadrinhos nacionais sobre terror e suspense, quadrinhos em geral com a turma da mônica e também tinha os quadrinhos do Tio Patinhas, Professor Pardal, Heróis da TV (não o da marvel, mas da Hanna Barbera) Tinha Recruta Zero e O Gordo e o Magro, Faísca e Fumaça, a Pantera cor de Rosa e algumas hqs dos super-herois Marvel e DC.
Mas, a partir das décadas de 70 e 80 as histórias em quadrinhos eram direcionadas também ao gênero de terror.
Muitos títulos foram lançados e muitas histórias, incluindo histórias de vampiros, deixavam muitos adolescentes curiosos com o tema.
Quando era mais jovem, eu trabalhava com a minha mãe em São Paulo e íamos juntos para o trabalho. Na estação de trem do Brás tinha uma Banca de Jornal e lá eu comprava uma história em quadrinhos para ler. Isso foi em 1976 e já havia muitos títulos de terror e vampiros a venda naquela época. Era uma grande época do terror. A novela Saramandaia passava na TV e atraia mais público para conhecer este tema. No rádio, as pessoas ouviam as radionovelas assustadoras e se impressionavam com os gritos e as músicas que aumentavam durante o suspense. (Na foto, Adriano Siqueira e Rodolfo Zalla. Ele autografa a edição número 1 da HQ 'Calafrio'. Uma glória!)
Eu sou um apreciador dos quadrinhos nacionais, seus títulos Spektro, Calafrio, Mestres do terror, Histórias reais de vampiros, elaborados por vários roteiristas e ilustradores como R. F. Lucchetti, Rodolfo Zalla, Eugênio Colonnese, Ataide Braz, Emir Ribeiro, Julio Shimamoto, Flavio Colin, Watson Portela entre outros praticamente me deram a entrada para conhecer tudo que existe sobre terror nos quadrinhos. Eu adorava essas histórias sempre cheias de muito suspense e terror. Hoje os quadrinhos nacionais do gênero terror tem conquistado mais público com os eventos sobre o tema.
(Foto: Uma honra ter conhecido Eugênio Colonnese, comigo, nessa foto de 2003).
Ler histórias em quadrinhos me fez conhecer autores classicos de livros, H.G.Wells, Edgar Alan Poe, Lovecraft, pois existia muita quadrinização de seus contos.
Ainda falta muito para termos um bom mercado nacional de histórias em quadrinhos sobre terror. É o público que tem que pedir mais deste gênero para as editoras. Só assim este mercado pode finalmente abrir mais as portas para os desenhistas e roteristas de HQs.
Em tempo
Nosso editor Mhario Lincoln lançou sua primeira história em quadrinhos do gênero "Literatura Fantástica" - VAMPIROS DE AREIA - e me colocou entre os seus elementos de cena, usando um personagem que criei, nessa linha, chamado "Conde Dri". Incluiu também nossa confreira Dione MS Rosa, (seccional APB/PR) como integrante do elenco da revista. Aliás, somos nois dois - eu e Dione - os representantes da literatura fantástica dentro da Academia Poética Brasileira, sendo que, eu, ainda tenho a felicidade de ser um estudioso implacável das revistas em quadrinhos. Portanto, fiquei muito feliz ao receber o convite para escrever sobre HQ's. Valeu, amigo Mhario. Vida longa!
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