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Alguns livros que incitam gostar de poesia. Vale ler, conhecer para produzir.

Poesia faz bem.

16/10/2024 às 09h48 Atualizada em 16/10/2024 às 10h35
Por: Mhario Lincoln Fonte: ML/Ana Frango Elétrico
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Haverá festa com o que restar. Francisco Mallmann
Haverá festa com o que restar. Francisco Mallmann

Abaixo, alguns livros que incitam gostar de poesia. Poesia faz bem. Poesia não é coisa da antiga. Poesia retrata algo de bom dentro da gente. Abaixo existem cinco livro que podem mudar sua ideia de ler e gostar de Poesia. Mesmo que só dois, desta lista, sejam considerados propriamente de produção poética. O que realmente importa é a maneira como a Poesia deve entrar na vida de cada um. A resenha desses livros eu li no Instagram de Ana Frango Elétrico, compositora, poeta e artista visual carioca. Em 2019, lançou seu segundo álbum de estúdio, “Little Electric Chicken Heart” (selo Risco), pelo qual foi eleita Revelação do Ano na categoria Música Popular pela Associação Paulista de Críticos de Arte. No mesmo ano, teve poemas publicados no livro “Explosão feminista” (Companhia das Letras), organizado por Heloisa Buarque de Hollanda. Seu primeiro livro de poemas, “Escoliose: Paralelismo miúdo”, tem lançamento previsto para 5 de setembro de 2020, pela Garupa Editorial.

Portanto, bos olhos:

A vida não me assusta, de Maya Angelou (Trad. Anabela Paiva, DarkSide, 2018):

A trajetória de Angelou é fantástica, e este livro-poema infantil, ilustrado pelo magnífico Jean-Michel Basquiat, é um aprendizado sobre as possibilidades da poesia e sobre como apresentar essa expressão artística às crianças. É uma obra incrível para mim, que direciono muito da minha pesquisa ao nosso inconsciente, à nossa criança. É lindo o poder do som, da palavra e da imagem, de erguer a cabeça das crianças em face de seus medos.

 

Grapefruit. Yoko Ono (Simon & Schuster, 2000)

“Grapefruit” abre nossos olhos para toda uma pesquisa poética da Yoko Ono, que tem a ver com proposições. É basicamente um livro de instruções, um exercício poético até bastante didático, em sintonia com as infinitas possibilidades da palavra na construção de um imaginário sensitivo.

 

Histórias de cronópios e de famas. Julio Cortázar (Trad. Gloria Rodríguez, BestSeller, 2013)

Cortázar entra nesse mesmo parâmetro da Yoko, no sentido das instruções, das possibilidades... São livros que, pelo tipo de proposição, me aproximam do raciocínio poético: a ação de revelar outros mundos, neste.

 

Haverá festa com o que restar. Francisco Mallmann (Urutau, 2018)

Repleto de questões decoloniais e LGBTQI+, o livro de estreia do curitibano Francisco Mallmann foi superbem recebido pela crítica e pelo público e aproximou muita gente que não estava habituada a consumir poesia brasileira contemporânea. Sua escrita é pop e sensível, sem abrir mão de uma inteligência fina e rigorosa. Muito bom flagrar um poeta em plena atividade.

Haverá festa com o que restar

Francisco Mallmann

"agora eu queria o terraço eu queria deitar agora eu
queria o maquinário do sonho sem dormir eu queria
descansar agora eu queria esquecer eu queria correr
sem as luvas agora eu queria te receber sem dor eu
queria escrever um poema novo eu queria sorrir com
mais dentes agora eu queria uma obviedade que ainda
deixasse pairar um mistério ficcional por sobre minha
cabeça minha cara agora eu queria pular três semanas
eu queria agora desfazer a decisão de nunca mais
confundir agredido e agressor agora eu queria dizer
uma frase brutalmente simples para depois dela eu
nunca mais ter que me explicar"

 

 

Cenas de abril. Ana Cristina César (Companhia Brasileira de Artes Gráficas, 1979)

O primeiro livro da Ana Cristina César é simples, composto de anotações cotidianas, frases — o que é essencial para se aproximar da poesia no seu estado bruto.

 

Agora, só não lê, quem não quiser.

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