Nota do editor do Facetubes: "Tudo que aprendi no jornalismo foi com meu diretor e meu mestre José Ribamar Bogéa. O resto foi sendo aperfeiçoado ao longo dos anos. Aos 14 anos já participava ativamente da vida do jornal. E quando completei 18 anos, ingressei, oficialmente, no glorioso JP, como "repórter amador", como está escrito em minha carteira de identificação, assinada por Bogéa. Ao recebê-la me foi muito mais emocionante que minha aprovação, na época, no Curso de Direito (UFMA). Confesso pela primeira vez esse fato. Mas não errei! Até hoje, aos 70 anos, continuo excercendo a minha profissão de jornalista profissional sindicalizado com a mesma garra e o mesmo compromisso que me foram ensinados pelo meu tutor Ribamar Bogéa, onde a verdade tem que ser dita e as provas têm que ser colhidas, ouvindo as partes envolvidas. Assim, caro Vinícius Bogéa, é com um imenso prazer que recebo este livro - na verdade, uma obra com um toque emocional forte - como uma dádiva, pois assim, sempre terei os ensinamentos de "seu" Bogéa perto de minha cabeceira. Parabéns, pois, a esse que será um marco importantíssimo para a história da resistência jornalística do Maranhão, com centelhas espalhadas por todo o País. (Mhario LIncoln, editor-sênior da Plataforma do Facetubes (www.facetubes.com.br).
Escrito com fortes traços afetivos, “O Guardião da Liberdade” surgiu pelas letras do escritor Vinícius Bogéa, neto do jornalista Ribamar Bogéa, que terá todos os passos narrados em forma de um romance. Uma história que teve início na Rua do Coqueiro, e percorreu longo caminho até a realização de um sonho.
“Quando disseram que ele precisava fundar o seu próprio jornal para dizer o que pensasse, meu avô se sentiu provocado, ao mesmo tempo que reflexivo. Aquelas palavras não seriam em vão, e ele aceitou o desafio para, algum tempo depois, fundar O Esporte, protótipo do Jornal Pequeno”, descreve o autor da obra.
Vinícius Bogéa ressalta que a trajetória de avô foi marcada, sobretudo, pela coragem que o movia: “Tentaram silenciá-lo de todas as formas. As verdades que machucavam, naquela época, eram contestadas com opressão e violência. Mas, meu avô nunca se rendeu; quando quebraram tudo, ele foi lá e escreveu tudo de novo. Quando o ameaçaram e o agrediram, ele revidou com o jornal nas bancas no dia seguinte, e quando tentaram matá-lo, ele tomou a faca e teve piedade do agressor. A mensagem era clara, e tiveram que entender à força, porque ‘Zé Pequeno’ nunca iria se render”, declara o autor.
Para Vinícius, a tarefa de condensar toda a odisseia do avô em um livro foi uma tarefa complexa, mas relata o prazer em mergulhar fundo no passado e trazer para o presente uma história de resistência e heroísmo.
“Seria impossível levar tudo que meu avô viveu para um livro. Isso me deixou por muito tempo bastante pensativo, porque o receio de esquecer algum fato relevante me incomodava. Mas resolvi focar no que realmente fazia sentido, que era mostrar a sua paixão pelo jornalismo, pela música e pela família. Eu o conheci bem, e sei o quanto tudo isso significava para ele. Em meio a todo o contexto histórico, revoluções, lutas políticas, transições jornalísticas e fatos marcantes, procurei inserir doses de amor. E é exatamente sobre isso que o livro trata: amor”, ressalta o escritor.
O caminhar macio, mãos nos bolsos e boina na cabeça podiam ser reconhecidos até mesmo no escuro. Ribamar Bogéa tinha uma marca, deixou um legado, conservou um sonho e o realizou. A trajetória do “Guardião da Liberdade” poderá ser conhecida nos mínimos detalhes na noite desta quarta-feira, 18, a partir das 18h, na Galeria Trapiche, localizada na Praça Dom Pedro II, Centro Histórico de São Luís. Uma obra para deixar a memória de Ribamar Bogéa mais viva do que nunca.
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Serviço:
O quê: Lançamento do livro “o Guardião da Liberdade – Vida e obra de Ribamar Bogéa
Quando: Nesta quarta, dia 18 de setembro, às 18h
Onde: Noite de autógrafos na Galeria Trapiche, Avenida Pedro II, 241, Centro Histórico de São Luís.
Mín. 11° Máx. 23°