*Mhario Lincoln
É incrível essa minha conexão com a poesia Alcina Maria Silva Azevedo. Isso porque, a espontaneidade com que ela conseguir retirar do fundo da alma suas colocações poéticas se traduz simplesmente em uma frase: " ... sou eu, nesses versos". Há uma identidade intrínseca de tal maneira que quando o leitor bate o olho no verso, já sabe: é a digital de Alcina.
Tudo porque há nas entranhas líricas, uma expressão intensa de amor e saudade, características marcantes do romantismo. E isso ela consegue fazer de forma direta, sem escala, ou rebusquismos. Desta forma ela transmiti o que sente de forma profunda e universal, como o amor, com saudade, porém, a felicidade; não necessariamente com revolta! Esse é, a meu ver, o denominador comum.
Neste poema que ora analiso, escrito em versos livres, sem uma métrica rígida, confere essa espontaneidade e naturalidade a que me referi no começo deste texto. Mesmo porque, ela descreve como o amor a transformou, ensinando-a a amar a si mesma, a viver melhor e a ser feliz. No caso desse poema, a saudade é apresentada não como uma marca do tempo, mas como uma espera apaixonada, uma lembrança constante do ser amado.
E como é lindo ver a intensidade desses sentimentos se evidenciando nas descrições sensoriais, como “em tua pele, quando a tocava. Estremecia em arrepios” e “o gosto ardente, do teu beijo em minha boca”. Essas imagens evocam uma conexão física e emocional profunda, típica do romantismo forte, dinâmico, excêntrico, excitante, como deve ser, em quaisquer que sejam os momentos íntimos de nossas vídas.
Parabéns pelo envio desse poema, abaixo transcrito:
COM TEU AMOR, APRENDI.
Autora: Alcina Maria Silva Azevedo
Contigo aprendi a me amar,
Contigo aprendi a viver melhor.
Contigo aprendi a ser feliz!
Não foi o tempo que deixou,
Marcas da solidão,
Mas a saudades de espera,
Vivendo desta paixão.
Nos teus braços, eu esqueçia da vida.
Gostaria que o tempo não passasse.
Em tua pele, quando a tocava.
Estremecia
em arrepios.
Nossas almas gêmeas,
Governavam nossos corpos,
Em energia louca.
Guardarei eternamente, o gosto ardente,
Do teu beijo em minha boca!