*Mhario Lincoln.
Meu caro confrade, amigo e irmão de fé, Edomir Martins de Oliveira. Sei de suas inúmeras ocupações, mesmo em cima de seus gloriosos 80 e poucos anos. Sei que sua contribuição para comigo tem sido constante. Desde aquela longínqua década de 70 quando nos encontramos pela primeira vez na sala de uma Faculdade de Direito: eu aluno, você professor querido.
Desde lá, minha admiração é infinita, não só como professor, mas como orientador de vida, acolhimento de família. Essa é uma amizade verdadeira: sem cobranças, sem ciúmes de outras pessoas, com alto nível de compreensão quando eu errei em algum momento. Uma amizade fortalecida na confiança mútua, na elaboração de projetos (com igualdade) que só vieram a fortalecer essa parceria. Obrigado por me aconselhar nos momentos difíceis que enfrentei. Na orientação, inclusive, de tomada de decisões dificílimas, onde, em você, caro amigo, encontrei porto seguro.
Mas, há que se tornar público, também, minha admiração infindável pelo seu conhecimento - fato que nunca o deixou em superioridade, muito menos tornou-o narcisista, nem egoísta, muito menos soberbo. Lembro que esses seus exemplos influenciaram diretamente em minha família e em minha maneira de viver. Outro fato que também me influenciou muito foi a sua categoria ímpar em escrever e sempre nas filigranas, deixar uma mensagem de paz e harmonia, ao contar suas histórias transformadas em crônicas bem-humoradas, mas com seriedade de quem tem experiência e convivência com Deus.
Por essa razão, caro compadre e amigo Edomir Martins de Oliveira, é que reforço meu pensamento de que a escrita tem sido, desde os tempos bíblicos, um instrumento poderoso para transmitir fé e valores espirituais. Escritores como você, que dedicam seus dons à missão de espalhar a palavra de Deus de forma sadia e simples, sem imposições ou dogmas, carregam uma responsabilidade imensa, pois suas palavras não são apenas uma manifestação de sua criatividade, mas também um reflexo de sua fé e verdade.
Enquanto alguns, por ignorância ou descrédito, e eu respeito isso, não concordem, por minha vez, acredito que a influência direta da Bíblia Sagrada, pode sim, ser uma âncora que se prende à verdade, em muitos dos conceitos humanos que estão presentes nas sublinhas de suas crônicas, caro Edomir. Isso só aumenta sua responsabilidade, pois além de entreter ou instruir, suas palavras têm o potencial de edificar espiritualmente, quem lê, aliás, quem acredita no que lê. (Esse é outro fator imensurável em você: aceitar todas as críticas como "starts" de melhoria). E isso é extraordinário amigo, porque poucos humanos aceitam críticas de forma a construir novas ideias em cima delas.
Entre crônicas, textos, análises jurídicas, ensaios, até mesmo poesia, você tem feito algo que só aclama a bondade naqueles leitores que acreditam num mundo melhor. Não só gritam por ele. Moldam-se, porque toda a mudança começa por dentro da gente. Se não, os gritos nem ecos (na alma) acontecem.
Desta forma, é no contexto da escrita com nuances cristã, que seu papel do escritor é também pastoral. Não só efetivamente evangélico. Lembro que suas crônicas publicadas no Facetubes eram comentadas por todas as vertentes religiosas. Inclusive por representantes do Candomblé, Umbanda, Pastores, Padres, Espíritas, pelo Grupo de Capoeiristas de Salvador e por um Grupo de Cuidadoras, que liam suas crônicas para seus pares, em todas as oportunidades que tiveram. Então, há uma espécie de ecumencidade em seus textos. E isso, para mim, é merecedor de meu espamo elogiativo, meu compadre querido.
Veja quão importantes são seus textos publicados no Facetubes. Emocionou-me deveras e-mails que recebi de uma grande amiga de São Luís, sobre uma de suas crônicas:
"(...) O senhor não está apenas criando histórias ou transmitindo fatos, mas também o que escreve é um guia espiritual para aqueles que leem suas obras. Sua consciência de fé, esse diálogo com as Escrituras e com Deus, me transmitiu tanta força que me fez controlar diante da perda que tive ontem. A minha mãe faleceu devido a um câncer de mama. Mas ao ler o senhor, me fortaleci na Graça do nosso senhor Jesus Cristo. Amém(...)".
Outro e-mail a mim enviado em 2022: "Dr. Edomir Martins de Oliveira é um exemplo contemporâneo dessa integração entre fé e escrita. Como presbiteriano e vice-presidente executivo da Academia Poética Brasileira, Dr. Edomir se destaca por seus textos que sempre trazem uma mensagem evangélica real e intuitiva. Seu compromisso com a fé é visível em cada palavra que escreve, transmitindo uma mensagem de esperança e responsabilidade cristã que vai além das simples palavras. Suas obras, como é comum entre os escritores cristãos, ultrapassaram a mera notabilidade literária para se tornarem verdadeiras lições de vida". Armando Leão Santana, escritor capixaba e professor aposentado.
E sabe o porquê dessas manifestações, caro compadre? Porque escrever sob a orientação da fé em Deus exige um cuidado adicional. Você, como temente a Deus tem um compromisso inabalável com a verdade e a ética e é ciente de que suas palavras podem influenciar a espiritualidade e a vida prática de seus leitores.
Destarte, amigo, reafirmo que seus textos não são lidos apenas por uma comunidade de leitores que busca obras com conteúdo evangélico. Mas, por leitores diversos e exigentes, que esperam encontrar nesses textos, não apenas a Palavra, mas qualidade literária (dentro de uma singela mensagem) e buscam, além, entretenimento e educação, isto é, suas palavras são um meio de ministrar momentos de intuição, discussão, elaboração, tornando-as, de certa forma, pregadoras de reflexão, imbuídas de um melhor propósito.
Desta forma, caro amigo, a justeza entre o escritor e o escritor temente a Deus é clara. Enquanto o primeiro pode se dedicar exclusivamente à arte de escrever, o segundo vê sua escrita como uma extensão de seu ministério espiritual. As palavras que fluem para o papel não são apenas frutos de sua imaginação, mas de sua fé viva.
Para o escritor cristão, escrever é um ato de devoção, uma forma de glorificar a Deus através de seu trabalho, e é por isso que muitos leitores encontram consolo e aprendizado em seus textos. E eu não fujo a regra.
No fundo, caro amigo, esse é um apelo público para que você volte a mandar para o Facetubes seus belos textos. Muita gente cobra isso. O mundo está bem difícil de ser vivido haja vista a ganância, a soberba, a individualidade exacerbada, a busca pela fama de forma fácil, a discórdia, a briga por vantagens pessoais. De forma que, a cada dia, urge textos como o seu, para pelo menos, alimentar uma grande parte de leitores que ainda acredita no bem moral.
Respeitosamente,
*Mhario Lincoln, presidente da Academia Poética Brasileira.
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