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Por que a leitura continua sendo a ferramenta básica para a nutrição cerebral humana?

Texto da Orientadora Ocupacional (England/United Kingdom), dra. Flora Guilhonm, exclusivo para o www.facetubes.com.br.Original de Flora Guilhonm official/England

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln Fonte: Dra. Flora Guilhonm
29/12/2024 às 20h53 Atualizada em 29/12/2024 às 22h07
Por que a leitura continua sendo a ferramenta básica para a nutrição cerebral humana?
Dra. Flora Guilhonm, (England/United Kingdom).

Dra. Flora Guilhonm (Reino Unido/Facetubes).

Tradução livre de: Mhario Lincoln.

 

A leitura desempenha um papel essencial no desenvolvimento emocional e intelectual de crianças e adolescentes, oferecendo mais do que entretenimento. Ao mergulhar em histórias, os jovens não apenas ampliam sua visão de mundo, mas também desenvolvem empatia, criatividade e habilidades cognitivas. (FG).

 

Venho estudando nos últimos dois meses, um pouco da literatura infantil do Brasil. Por isso, pedi ao editor do Facetubes que me enviasse obras de autores brasileiros, a fim de ter uma noção mais prática do que iria escrever. Além dos livros enviados pelo sr. Mhario Lincoln (obras de Joizacawpy Costa (“Embalos Infantis”, prático e inebriante), Sharlene Serra (“Coleção Incluir”, verdadeira pérola), Maura Luza Frazão (“Era uma vez...  uma mamãe rolinha”, maternal e emocionante) e de Natinho da Costa Fênix (“As aventuras de uma gotinha d'água”, diferente do que costumo ler, por isso original), também pesquisei livros mais vendidos no país brasileiro para uma faixa etária de 7 anos, como “Monstro Rosa”, de Olga de Dios, e O Monstro das Cores, de Anna Llenas. Todos esses livros, sem dúvida, acabam por ajudar o guri a entender e compreender sentimentos e a valorizar a diversidade. Especialmente a diversidade, tão em moda não só aqui na Inglaterra, arredores, como em toda a Europa livre. (Todos devidamente traduzidos por colegas brasileiros que estudam comigo no Mestrado da Universidade).

 

Já na faixa dos 8 a 10 anos, pesquisei e resolvi incentivar a leitura de livros infanto-juvenis de histórias que combinam humor e lições de vida, como Enquanto Ana Espera , de Fernanda Witwytzky, e Meu Dia de Sorte , de Keiko Kasza. Esses, à princípio, ensinam paciência, gratidão e empatia, ao mesmo tempo que estimulam a imaginação. Aqui na Europa, a pedagoga norte-americana Carol Williams, é muito respeitada nessa área. Por isso, retirei de um trabalho que ela escreveu que a leitura nessa idade (8 a 10 anos) deve promover o pensamento crítico e incentivar as crianças a conectarem as lições dos livros com suas próprias experiências.

 

No caso dos adolescentes, há um pouco mais de atenção. Não só no Brasil (eu acredito), mas em vários países das Américas e da Asia também.  É por isso que a literatura deve (obrigatoriamente) assumir um papel ainda mais transformador. E não adianta discutir sobre quais livros eles devem ou não devem ler porque, quer sim, quer não, está nas listas mundiais dos mais vendidos: clássicos como Harry Potter , de JK Rowling, e As Crônicas de Nárnia , de CS Lewis, Mafalda, de Quino, e O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo , de Charlie Mackesy. Esses estão no topo. Há quem acredite que essas obras trazem reflexões profundas sobre valores humanos e sociedade. Para a psicoterapeuta conterrânea, a britânica Julie Andrews, esses livros podem ajudar os adolescentes a compreender questões complexas e estimulam a formação de uma visão de mundo mais ampla e empática.

 

Agora, a partir dos 15 anos, já com uma base adquirida desde os 7 (aqui na Europa e em muitos países sul-americanos), a leitura pode ser um canal para inspiração e transformação pessoal. Livros como Extraordinário, de RJ Palácio, abordam inclusão e superação de forma comovente, enquanto Poesia que Transforma, de Bráulio Bessa (sr. MHL me presentou no dia de meu aniversário com o mimo de anexar uma “separata” com tradução em inglês), celebra a força das palavras e seu impacto na vida cotidiana. Em meio a tudo isso, ainda há a opinião, na sequência, da neurocientista Lisa Feldman ressaltando que a leitura na adolescência fortalece conexões neurais associadas à empatia e ao pensamento crítico, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades essenciais para a vida adulta.

 

Bom, não posso ficar calada. Vou confessar outro mimo do sr. Mhario, para que eu pudesse entender melhor o momento educacional do Maranhão, terra natal dele: recebi em meu e-mail, devidamente traduzidas para o inglês, 3 artigos/crônicas dos professores José Neres ("À propósito: a banalização do ensino brasileiro não é pontual"), Linda Barros (Entrevista Vice-Versa); e da analista e professora Renata Barcellos (sobre a "Educação Inclusive"), nascida no estado do Rio de Janeiro e ativista educacional em seu país. Ao ler esses artigos, fiquei com a ideia de que ainda se tenta fazer, com muitas dificuldades, mesmo nos ricões mais longe deste Planeta, uma educação de excelência, O valor que eu dou para esse tipo de trabalho é ainda maior porque, em outros lugares, os professores recebem toda uma estrutura e apoio pedagógico, intelectual, bibliotecário etc. E pelo que li nesses pequenos exemplos impressos, esses professores são verdadeiros heróis e heroínas por lutarem até o fim para traduzir, de forma muito mais eficiente, o que lhe são entregues com certas deficiências.

 

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Silvana TamerHá 3 semanas São LuisFiquei encantada ao conhecer o trabalho da Dra. Flora Guilhonm, apresentado pelo talentoso jornalista e amigo Mhario Lincoln. Seu estudo sobre a literatura infantil no Brasil é de grande relevância, pois destaca o papel transformador da leitura desde a infância até a fase adulta. Incentivar a literatura infantojuvenil é essencial para formar indivíduos mais críticos, criativos e conscientes, reforçando a importância da leitura como instrumento de desenvolvimento pessoal e social em sua vida.
Joema CarvalhoHá 3 semanas CuritibaPassei por uma experiência inusitada e recente: estive em um espaço cultural de Curitiba e acabei lendo mais de 10 livros infantis. Foi fantástico! Os temas eram diversos e profundos. Todos, obviamente, simples e curtos. Porém, a comunicação visual e do sentir traziam informações sutis e muito fortes sobre temas complexos, como sobre a morte. Quem era responsável pelo espaço, comentou histórias de crianças que vivenciam os livros em paralelo às suas realidades. Foi emocionante para mim.
Joema CarvalhoHá 3 semanas CuritibaExcelente texto Flora. Assim como a pré-escola, a literatura infantil é de extrema importância. Ouvi uma entrevista recente onde se comentou que não é possível falar de estruturação do ensino superior sem antes falar da estruturação do ensino fundamental. E na base que se desperta o gosto pelo estudo, leitura e trabalho.
Raimunda Pinheiro de Souza FrazãoHá 3 semanas São José de Ribamar Excelente texto! Parabéns a texto. Parabéns Flora! Parabéns as escritoras e escritores e citados! Gratidão a nosso Deus e ao nosso Presidente!
Maura Luza Frazão Há 3 semanas São Luís - MA Quero agradecer a querida Flora pelas considerações sobre o meu primeiro livro infantil "Era uma vez...uma mamãe rolinha", que me deixou feliz e estimulada a continuar escrevendo para crianças. Minha gratidão também, ao querido amigo Mhário Lincoln, por sua incrível atuação enquanto incentivador e ao mesmo tempo divulgador da literatura maranhense/brasileira nessa brilhante plataforma Facetubes.
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