Por: Plataforma do Facetubes – Editoria de Cultura
Para um Presidente dos Estados Unidos, ler obras clássicas e grandiosas deveria ser o básico. Mas, exceto a Bíblia - um dos livros mais lidos no Planeta - desde que Donald Trump ascendeu ao palco político norte-americano, é exatamente esse foco que curiosos e estudiosos passaram a investigar. Quais leituras poderiam ter moldado a personalidade e a visão de mundo do agora Presidente dos Estados Unidos?
Porém, em diversas entrevistas sobre as quais nossa equipe da editoria de cultura vem se debruçando na última semana, Trump em diversas entrevistas em áudio ou em texto, citou três obras marcantes (para ele), em sua trajetória: a Bíblia, “The Art of the Deal - A Arte do Acordo", escrito pelo próprio Trump, com Tony Schwartz) e “The Power of Positive Thinking - O Poder do Pensamento Positivo”), de Norman Vincent Peale.
Em diversas entrevistas concedidas por Donald Trump, algumas razões foram levantadas do porquê dessas leituras (exceto a Bíblia). Em agosto de 2015, em entrevista ao programa “The Brody File”, de Christian Broadcasting Network (CBN), Trump afirmou que a Bíblia "era seu livro favorito de todos os tempos". No mesmo período, em um comício em Michigan (registrado pelo The Washington Post), reforçou que a Bíblia "ocupava uma posição inquestionável como obra mais admirada".
Indiscutivelmente para os Cristãos, a Bíblia é responsável por influências positivas na cultura ocidental há séculos. Sua narrativa abrange desde a criação do mundo, na visão judaico-cristã, até ensinamentos sobre moral, conduta ética e fé, através da poesia (os 'Salmos' são poesia pura), crônica histórica, epístolas, biografia), quanto pela força magistral da Fé.
Para Trump, o contato precoce com a Bíblia veio pela convivência em uma família presbiteriana. Sobretudo, o aspecto de “guiar a fé” e sustentar um discurso otimista, de que tudo é possível com confiança e determinação, faz eco com a retórica motivacional que o ex-presidente frequentemente empregava em suas falas públicas.
Outra referência que ele sempre cita é seu próprio livro, “A Arte do Acordo”, que escreveu com Tony Schwartz, 1987. Schwartz foi colunista do The New York Post, editor associado da Newsweek, repórter do The New York Times e redator da New York Magazine e Esquire.
Em diversos momentos da sua campanha rumo à Casa Branca, pela segunda vez, – como no programa de Jimmy Fallon (NBC, setembro de 2015) –, Trump descreveu “The Art of the Deal - A Arte do Acordo” como seu “segundo livro favorito”, ficando apenas atrás da Bíblia. O título aparece frequentemente em suas redes sociais e é usado como referência ao estilo de negociação que Trump deseja projetar.
Nossa equipe se aprofundou na resenha desse livro e descobriu que “The Art of the Deal” mescla autobiografia e manual de negócios, descrevendo estratégias de negociação, gestão e marketing pessoal de Donald Trump à época de sua ascensão como magnata imobiliária em Nova York.
O texto, construído em capítulos que funcionam quase como “lições” de empreendedorismo, além de enfatizar o valor da autoconfiança e a habilidade de compreender o momento certo para agir.
Do ponto de vista literário, ainda que não seja reconhecido como uma obra de alta literatura, o livro cumpre bem seu propósito de instruir e inspirar empresários e entusiastas.
Em reportagem do The New York Times (dezembro de 2015), Trump citou seu terceiro livro preferido e revelou a importância do autor, pastor Norman Vincent Peale em sua formação pessoal, chamando-o de “um grande inspirador”. O livro em questão é “The Power of Positive Thinking - A Força do Pensamento Positivo”.
Peale, inclusive, foi o responsável por oficializar o casamento de Trump com Ivana, sua primeira esposa. Quem é? Norman Vincent Peale, ministro protestante e psicólogo prático, ganhou fama mundial com “The Power of Positive Thinking”. A obra popularizou a tese de que o pensamento positivo pode remover barreiras emocionais e espirituais, levando ao sucesso e à felicidade. O livro é dividido em capítulos que funcionam como “passos” e “métodos” para desenvolver uma mente otimista, incentivando o leitor a substituir o medo pela fé.
A escrita clara e persuasiva, apoiada em testemunhos reais e exemplos bíblicos, transformou o livro em características de vendas na década de 1950 e mantem-se no topo, até hoje. Para Trump, que conviveu pessoalmente com o autor, esses princípios deram sustentação ao seu discurso e à crença de que “pensar grande” e projetar sucesso são passos fundamentais para atingi-lo.
Conclusão
Os três livros que Donald Trump frequentemente elenca como mais influentes em sua vida – a Bíblia, “The Art of the Deal” e “The Power of Positive Thinking” – ajudam a compor o perfil de um homem que faz uso de estratégias de persuasão, apelo à confiança pessoal e valorização de narrativas motivacionais. Do ponto de vista literário, cada obra tem relevâncias diversas, desde o simbolismo histórico-religioso, passando pelas viés autobiográfico e de lições de negócio, até técnicas de autoajuda e incentivo à fé no próprio potencial.