A volta triunfante de Edomir Martins de Oliveira: “O NOIVO SESTROSO”
Edomir Martins de Oliveira é Vice-Presidente Nacional Executivo da Academia Poética Brasileira.
Por: Mhario LincolnFonte: Edomir Martins de Oliveira
13/02/2025 às 20h37Atualizada em 14/02/2025 às 08h35
Edomir Martins de Oliveira
Prof. Edomir Martins de Oliveira.
Ao longo dos anos, a vida nos reserva muitas surpresas. Eles eram ainda crianças, de aproximadamente 10 anos de idade, quando passeavam alegremente de patinetes em uma praça pública.
Com as traquinagens próprias da idade, abalroaram-se e foram ao chão. Então, começaram os choros da menina e o mau gosto de uma risada do menino quando ambos caíram.
Foi nesse momento, que interferiu uma outra criança que a título de querer ajuda-los, foi ao chão também, ralou um joelho nessa queda e chorando ainda confessava que o pai dele tinha razão quando dizia que quedas na infância eram próprias da idade e tinha que se levantar sozinho. Eles que se virassem, e também saiu chorando.
-Nunca mais quero te ver na minha vida, dizia a menina, pois foste o culpado da minha queda.
-Não foi de propósito, dizia o menino.
E assim, ambos retomaram aos seus patinetes e foram para lados opostos.
Dez anos se passaram! Aquelas, outrora crianças, agora se reencontraram e se reconheceram, quando a moça se lembrou de que aquele jovem tinha sido o causador de uma bela queda na sua infância, quando passeavam de patinete. E disse, para consigo mesma, que continuava não querendo vê-lo. Mas já o vira e ele não lhe saia da cabeça. Resolveu que se o encontrasse novamente lhe confessaria que tinha lhe oferecido seu perdão.
Como eles tinham sido atingidos pela flecha de Cupido, se encontraram pela terceira vez, e a chama do amor acendeu transformando-se em um namoro, depois em noivado e finalmente em casamento.
Estavam namorando há dois anos, quando entenderam que deveriam noivar, pois o fruto do amor estava pronto para ser colhido e saboreado. Como tinham familiares bem próximos em Portugal, lembraram-se que “Lisboa, a velha cidade cheia de encantos e belezas”, como bem o disse a extraordinária cantora portuguesa Amália Rodrigues, era o cenário ideal para acolher este belo sonho de amor.
Em Lisboa, teriam oportunidade de visitar a Torre de Belém, O Mosteiro dos Jerônimos, O Oceanário de Lisboa e tantos outros pontos históricos da Cidade. Como eram de sólida formação religiosa aproveitariam a oportunidade para ver de perto a Sé de Lisboa, e chegariam até Fátima. Eram jovens estudiosos, professores universitários, não deixariam de visitar o Museu Arqueológico do Carmo e o Museu Nacional do Azulejo.
Visitariam também Coimbra, antiga capital do País, e bela cidade medieval, com a sua histórica e famosa “Universidade de Coimbra”. Não deixariam também passar a oportunidade de conhecer a histórica Cidade do Porto, onde se saboreia o melhor bacalhau em Portugal, e se degusta o melhor vinho, conhecido como “Vinho do Porto”.
Chegaram em Lisboa! O casal, no dia imediato, foi à “Sé de Lisboa”, onde o jovem, no Átrio da Igreja, estando os pais da noiva e seus pais também presentes, se ajoelhou em frente a jovem e retirando do bolso do paletó uma caixinha de veludo, abrindo-a, e exibindo um par de alianças, perguntou a ela se aceitaria ser sua noiva, obtendo o sonhado SIM. Então, colocou uma aliança em o dedo anelar da mão direita da jovem, e ela valendo-se da outra aliança contida na caixinha de veludo, a colocou no dedo anelar da mão direita do seu amado. Estavam oficialmente noivos.
Foram surpreendidos pelos fiéis que chegavam para assistir a Santa Missa e participaram daquele solene momento, aplaudindo muito e se aproximaram desejando-lhes muitas felicidades. O casal agradeceu, dizendo-lhes que haviam escolhido aquele local para noivar, sob a proteção de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e de todos os Santos. E assistiram à missa pedindo a Deus que fossem felizes para sempre.
Agora como noivos, depois de assistirem a Missa Solene até o final, saíram para as comemorações tão esperadas.
Sugestão para o bolo do casamento.Nos dias seguintes, realizaram seus sonhos das visitas programadas aos pontos turísticos, assistiram prazerosos shows de cantores de fado portugueses e até fados instrumentais que são igualmente belos, e outros programas culturais.
Ficaram encantados com a culinária portuguesa, sem esquecer os doces deliciosos entre os quais o famoso “Pastel de Belém”. Visitaram as vinícolas das Regiões do Alentejo e do Douro, como apreciadores de bons vinhos.
Retornando ao Brasil, foram obsequiados por um casal amigo de seus pais, com um almoço. Fugindo ao tradicional abraço e aperto de mão ao receber um cumprimento, estranhei quando ele levou a mão direita acima da orelha exibindo bela aliança refulgente como o amor. Logo no primeiro momento, não entendi o porquê daquele gesto que se repetiu algumas vezes e até lhe perguntei se estava com algum problema no ouvido direito. Foi aí que a noiva rindo exibiu o mesmo gesto e confessou de viva voz que aquilo era para exibir a aliança pois como era sabido estavam noivos.
Lembraram-se, então, que a escolha de ir noivar em Portugal, nas terras de Camões, fora muito feliz, pois ele tinha muita razão quando dizia sobre o Amor: “O amor é fogo que arde sem se ver| É ferida que dói e não se sente| É um contentamento descontente| É dor que desatina sem doer“... Eles agora entenderam tudo o que o vate português dissera.
E a noiva, confessava em solilóquio: - E eu que pensava que nunca mais o queria ver!
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HanniciliaHolanda MartinsHá 4 semanas São Paulo Ótima leitura, desta linda cônica !Parabéns!
ClaudiaHá 4 semanas Porto Alegre Uma volta triunfal dessas crônicas espetaculares do Prof. Edomir. Em todas elas sempre se destacaram seu fenomenal pendor por esse gênero literário em que o autor esbanja conhecimento de literatura e música destacando-se sua familiaridade com Camões, o tão festejado poeta lusitano. Deixo meus parabéns e expresso, mais uma vez , minha profunda admiração.
Dr. JOÃO UBALDOHá 4 semanas Califórnia EUASr. Prof. Dr. Martins de Oliveira. Golgo em vé-lo remoção e em plena atividade. Na última vez que o vi pessoalmente foi numa reunião tumultuada no IHGM. Depois mudei-me do Maranhão e hoje estou morando na Califórnia.
A.T. MachadoHá 4 semanas São Luís Professor. Conte a história do meu amor. Convivi 17 anos com uma Pessoa pensando que era meu irmão. E ele sempre me olhou com mais amor que o normal. Pensei que ele era doente e sempre evitei. Um dia, quando minha mãe estava no leito de morte ela me disse que ele era filho da ex-vizinha dela que morreu atropelada. Era do interior e não tinha mais ninguém na vida. Aí ela ficou com o menino. Hoje somos casados e vivemos muito bem.
Anita BocaHá 4 semanas SalvadorOra ora professor Edomir. Ressuscitou um dos maiores poetas portugueses.