O Concurso Privado de Curtas na cidade de Cascais, em Portugal, há dois anos, premiou com "Menção Honrosa" o Curta Metragem elaborado sob o prisma do poema Épico de Mhario Lincoln, "A Lagarta com Chapéu de Dedal", em bela interpretação da atriz e poeta LINDA BARROS. A direção é de José Neres e a elaboração do vídeo, efeitos e edição do próprio Mhario Lincoln. As imagens são de Adelman Baltazar (TV do Facetubes).
Por autorização escrita, abaixo, divulgo a análise de António P. D. Vasconcellos, crítico literário, ensaísta e estudioso da poesia contemporânea lusófona. Colaborador de diversas publicações especializadas em literatura e membro do círculo de análise poética da Universidade de Coimbra e membro do Círculo Virtual & Poético de Lisboa, Grupo rigorosamente privado de poetas e estudiosos da literatura portuguesa, dedicado à apreciação crítica e à promoção da poesia lusófona em encontros restritos e publicações especializadas não públicas.
AUTORIZAÇÃO: O Grupo Virtual & Poético, diante da classificação do concorrente, sr. Mhario Lincoln, autoriza a publicação do texto assinado por nosso membro António P. D. Vasconcellos.
@Proibida a reprodução no todo ou em parte, desde que citada a fonte autorizada (www.facetubes.com.br).
RESUMO
"A Lagarta com Chapéu de Dedal"
1 - Metamorfose Existencial: O poema narra a jornada de uma lagarta que, ao vestir um chapéu de dedal, inicia uma transformação que transcende a mera mudança física, simbolizando a busca por identidade e propósito.
2 - Caminho de Autodescoberta: A lagarta percorre um caminho introspectivo, questionando sua existência e o significado de sua metamorfose, refletindo sobre as etapas da vida e as mudanças inevitáveis que todos enfrentamos.
3 - Símbolo do Chapéu de Dedal: O chapéu de dedal representa a proteção e a humildade necessárias durante a jornada de transformação, indicando que, mesmo nas menores coisas, podemos encontrar significado e direção.
4 - Ciclo da Vida e Renascimento: O poema enfatiza o ciclo contínuo de vida, morte e renascimento, sugerindo que cada fim é apenas um novo começo em uma espiral evolutiva de crescimento pessoal.
5 - Beleza na Transformação: A narrativa destaca a beleza intrínseca nas fases de mudança, mostrando que a verdadeira essência está na capacidade de se adaptar e florescer em novas formas de ser.
"(...) Uma pequena lagarta, um chapéu de dedal e uma jornada de autodescoberta. Esses são os elementos centrais do poema "A Lagarta de Chapéu de Dedal", do poeta Mhario Lincoln, que recebeu Menção Honrosa em um concurso de curta-metragem nestas plagas portuguêsas. Para além da singeleza dos símbolos, a obra se desdobra em uma profunda reflexão filosófica sobre identidade, mudança e o ciclo da vida. Na narrativa poética, a lagarta, ao vestir o diminuto chapéu de dedal, inicia uma transformação que vai além da biologia.
O acessório, aparentemente banal, assume o papel de metáfora para a proteção e a humildade necessárias no caminho da metamorfose. Há, nesse gesto, uma alusão direta às fases de crescimento humano: momentos em que nos protegemos, nos resguardamos e amadurecemos antes de alçar voo para novas formas de existência.
Desta forma, o poema conduz o leitor por um percurso de reflexão, no qual a protagonista questiona sua essência e o significado de sua jornada. Não se trata apenas da passagem da lagarta para borboleta, mas da aceitação de que a vida é feita de ciclos, e cada fase, por mais transitória que pareça, carrega em si um propósito.
O dilema central – o que somos e o que nos tornamos – ressoa nas experiências humanas, onde a transformação é tanto um destino inevitável quanto uma escolha existencial. Com a leveza da poesia e a profundidade de uma fábula filosófica, Lincoln constrói uma narrativa que ressignifica o ordinário.
A metamorfose da lagarta sugere que o verdadeiro crescimento não se resume à mudança externa, mas à compreensão de que cada etapa da vida, por menor que pareça, tem sua importância no todo. No pano de fundo dessa história, o leitor se depara com uma dualidade: a fragilidade da lagarta diante das incertezas e a força que ela adquire ao aceitar sua transformação.
O poema nos lembra que todo fim é, na verdade, um recomeço, e que a beleza da vida não está apenas no destino final, mas no processo de se tornar quem realmente somos. Assim, "A Lagarta de Chapéu de Dedal" transcende a poesia e se afirma como uma parábola sobre o tempo, a identidade e a inevitabilidade da mudança. Como a lagarta, todos nós vestimos nossos próprios "chapéus de dedal", preparando-nos para voos que, muitas vezes, nem imaginamos ser capazes de alcançar. (...)". Prof. Dr. António P.D. Vasconcellos.
VÍDEO-BÔNUS
(Original, conforme apresentado em Concurso)