
Simplesmente, R$ 550,6 milhões é o prejuízo no roubo do século, no Museu do Louvre.
Editoria-Geral da Plataforma Nacional do Facetubes
O Louvre vive a sua semana mais tensa desde que virou sinônimo de proteção do patrimônio francês. No domingo (19/10), quatro ladrões disfarçados de operários invadiram a Galeria de Apolo em plena manhã de visitação, cortaram uma janela com serra elétrica, quebraram vitrines e, em menos de oito minutos, levaram oito joias históricas ligadas ao período napoleônico.
O valor estimado pelo Ministério Público de Paris é de €88 milhões — cerca de R$ 550,6 milhões pela referência do Banco Central Europeu (EUR 1 = BRL 6,257, em 24/10). As autoridades tratam o caso como ataque direto ao patrimônio nacional.
Neste domingo (26/10), a polícia francesa prendeu dois suspeitos na região de Paris — um deles no aeroporto Charles de Gaulle quando tentava deixar o país. E prossegue a caçada ao restante do bando. O Interior diz trabalhar com “centenas de horas” de imagens para mapear trajetos e cúmplices; os investigadores reforçam que o grupo agiu com planejamento profissional, usando um “elevador de mudanças” para acessar a fachada e fugindo de moto.
Enquanto a investigação avança, o Louvre transferiu parte do acervo remanescente, inclusive joias de altíssimo valor, para os cofres subterrâneos do Banco da França, a 500 metros do museu, em operação discreta e escoltada. A medida tenta estancar a crise de confiança após a sucessão de falhas apontadas pela imprensa e pelo Parlamento, que já cobram explicações da direção do museu.
O que foi roubado vai além do preço de mercado. Entre as peças levadas estão joias associadas a Eugénia de Montijo e Maria Luísa, ligadas ao imaginário do Segundo Império; a coroa de Eugénia chegou a ser derrubada na fuga e recuperada, reduzindo o “butim” a oito itens. Promotores e historiadores insistem: desmontar ou derreter peças desse tipo destrói valor cultural e histórico que dinheiro nenhum repõe.
O museu fechou no dia do assalto, reabriu parcialmente depois, mas manteve a Galeria de Apolo isolada. O episódio já ocupa lugar entre os grandes roubos de arte do século, com debate renovado sobre pontos cegos de vigilância e a necessidade de auditorias independentes. Para a França, ficou a cicatriz simbólica; para o mercado do crime, um ativo praticamente invendável, que tende a circular em redes clandestinas por anos.
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Fotos (livre uso/Creative Commons) para ilustrar:
– Galeria de Apolo (interior do Louvre): arquivo no Wikimedia Commons e outras imagens da galeria. Wikimedia Commons+1
– Vista geral da Galeria de Apolo (CC BY 2.0): arquivo no Wikimedia Commons. Wikimedia Commons
– Pátio do Louvre à noite (CC BY 2.0): arquivo no Wikimedia Commons. Wikimedia Commons
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