"O jornalista e editor do Facetubes (www.facetubes.com.br), poeta Mhario Lincoln escreveu no ano passado a resenha do livro da poeta graciosa Alcina Maria. Foi um tremendo sucesso o livro e a análise. Por isso, eu, como chefe da ASCOM da Academia Poética Brasileira venho parabenizar nossa confreira (APB/SP) por mais esse degrau que sobe em sua vida como produtora cultural brasileira. Parabéns e seja sempre muito bem-vinda, ALCINA"
(Jornalista Orquídea Santos)
*Mhario Lincoln
- “A alma do poeta sente as coisas de/ forma diferente/ no sofrimento ele vê aprendizado/ e sofre calado./ Na despedida/ Tem a alegria de um amor vivido/ e na perda, ele vê renovação (...)”. (Às págs. 95).
Bom dia (inteiro dia), poeta Alcina Maria Silva Azevedo!
Confesso que seu livro de poesias é surpreendente. Há uma enxurrada de temas ligados ao amor e ao prazer (com amor). Há também, reclamos e enfrentamentos que dão sustentabilidade ao nome da obra: “Enfrentando Tabus”.
E você o faz de forma elegante, compreensível e com motes que nos levam a refletir sobre os temas levantados, a começar por esta pérola, abaixo:
“Coração Incendiado: Incendeia coração! Incendeia!/ queima toda a mágoa e o vazio de um amor incontido, que jamais será/ sentido, de forma duradoura. Incendeia! (...)”. (Alcina Maria, às págs. 26).
Aliás, há algumas colocações em seus cânticos que me remeteram a inesquecível amiga e membro da Academia Poética Brasileira, lisboeta Carmo Vasconcelos. Dela, lembrei: "(...) e nesse suor escorrido,/ pegajoso e molhado/ correr o meu corpo pelo teu/ (...) Quero este corpo que arde/ pelo meu vício impune (...)". Para assistir ao vídeo completo com esse poema, basta acessar: https://www.youtube.com/watch?v=2PxDRTYhLxA
“Você é uma mistura de amor e pecado./ Tem o lirismo puro misturado com a/ fúria carnal,/ Me domina com sua força diabólica/ E me leva aos píncaros celestiais./ Tudo mesclado dentro de você me deixa/ perplexa/ me embriaga e me faz louca! (...)”. Tudo escrito dentro de sua autenticidade inquebrantável, cara Alcina Maria, mas com insights (ou Registros Akáshicos) que só mesmo as grandes cabeças líricas conseguem captar. O mote pode até ser o mesmo, mas a autenticidade, a digital, fica visível em cada construção lírica.
Desta forma, tomei a liberdade de analisar alguns detalhes que me chamaram a atenção, como por exemplo:
- “Erotismo é o que desperta os sentidos, e/ grita: TENHO VIDA! É o desafogar da alma pela luta/ incontida. Faz o sangue correr nas veias em/ súplica ao amor (...) erotismo é a dança do amor/ que vai delineando as linhas do corpo. (...) É a força que faz dilatar/ O sangue nas veias/ Deixando os corpos em estado febril/ É o delírio/ O êxtase (...)”. (Págs 13).
B) - Há diferença entre o ato erotista e o “fazer amor”, por exemplo?
“Erotismo, Nudez, Amor: Um tema que é sempre mal interpretado/ por alguns. (…)/ Erotismo, é a voz da natureza humana,/ que se alimenta do prazer, trazendo o/ equilíbrio emocional, a calma e a saúde./ Só condeno, o que se faz sem amor./ sem amor a alma fica vazia./ Sem amor, nada satisfaz plenamente./ Só animais praticam sexo sem amor/ agindo por instinto. (...)”. (Págs. 70)
O livro é quase um guia de boas ações, de exemplos, de opiniões e ideias. Tudo isso, versificado. Anotei:
1 - Beijo. Como beijar?
- "O JEITO QUE TU ME BEIJAS: Gosto do jeito que tu me agarras/ Do jeito que tu me beijas/ Me morde os lábios/ Me suga a boca!/ Gosto desse teu jeito sério/ Que de repente me deixa louca/ O teu beijo é gostoso/ Devora e machuca/ Mas é assim que eu gosto/ E fico maluca!/ Beija-me mais/ Acabe comigo/ Pois é assim que eu gosto/ De estar contigo!". (Págs. 16).
2 - Paixão?
- “Deixa-nos atônitos,/ Sem querer explicar o que aconteceu./ Chegou... Vibrou...Floriu... Sumiu...”. (Págs. 19).
3 - Amor e distância?
- “Ele se nutre de saudade/ e viverá até a eternidade (...) Não precisa de tempo e nem de espaço (...)”. (Págs. 24).
4- Amor teimoso?
- “Amor, sentimento muito estranho./ Vai e vem quando bem quer/ É teimoso e ardiloso/ Invisível e incorrigível/ Mas não deixa de ser gostoso”. (Págs. 31).
5 - O Adeus, não acaba com o amor?
- "Tem pessoas que passam pela nossa/ vida, em momentos necessários./ Um, vem para curar o outro./ Depois separam, mas o amor/ Nunca acaba com o Adeus." (Págs. 35).
6 - Amor Virtual
- “O amor invisível (...) É o canto da sereia, (...)/ Ele arde e pega fogo/ É o grito da paixão/ É um amor sem interesse (...)”. (Págs. 35).
7 - O amor tem explicação?
- “Neste amor proibido./ (...) Eu fico pensando/ Num voo incontido/ E minha alma planando/ Mas que foi decidido/ Pelos deuses do além/ É além, muito além/ Da compreensão humana (...)”. (Págs. 37).
8 - Serenidade.
- “A minha alma, às vezes pede retirada./ Serenidade, me responda por favor/ Onde estás?/ Estou aqui no cantar dos/ pássaros, no murmurar das águas dos/ regaços, na beleza da divina criação(...)” (Págs. 99).
9 - Qual a alma do poeta?
- “A alma do poeta sente as coisas de/ forma diferente/ no sofrimento ele vê aprendizado/ e sofre calado./ Na despedida/ Tem a alegria de um amor vivido/ e na perda, ele vê renovação (...)”. (Págs. 95).
10 - Por que não falar em idade?
- “Envelhece, quem não ama e não é/ amada por ninguém. (...)/ Envelhece quem não se cuida e não se enfeita/ envelhece quem não sente a dor/ do próximo e vive se queixando da vida que leva. (...) Rejuvenesce quem tem amor (...)”. (Págs. 84).
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Alguns versos que calam profundamente. Obrigado Alcina Maria por revelá-los aos seus leitores e amigos:
E mais: “A lágrima é o grito da dor, que lava a alma/ Desabafa no pranto e soluça no encanto”.(Págs. 79).
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Reflitam sobre isso e tentem alcançar a profundidade aqui revelada por uma alma que deseja "(...) dar uma revoada em meu destino (págs. 97)", mesmo porque na “corrida dos anos, uma infância mal sentida,/ com as ausências que eu sofria./ Na orfandade em que vivia (Págs. 85)”.
Mas desse sofrimento surgiu uma mulher que é "(...) capaz de carregar o mundo/(...) Transbordando amor/ depois da dor". (Págs. 83). E que por várias vezes teve que se livrar de hipócritas: “Hipócrita é aquele que bate palmas/para todos, principalmente se esses/ estão em destaque/ Ele ou ela nunca diz: NÃO pra/ ninguém, pois morre de medo de dar sua opinião, teme a verdade” (Págs. 75).
E completa Alcina de forma direta como ela é em todas as suas ações: “Cuidado com gente muito boazinha (...) ”Agrada a todos/ elogia sem analisar/Não manifesta o pensar./ Tem um sorriso fingido./ Pensamento escondido./ É aquela cobra que deseja atacar./ É aquele bonzinho/Que traça o caminho./ Para poder te enganar”.
A autora é ainda corajosa em sua poética, in "Enfrentando Tabus", quando fala de amantes, nesse contraponto tão importante em quaisquer que sejam as manifestações amorosas, onde o amor e a paixão se contorcem numa luta incontida e infindável dentro da alma humana. e diz:
"(...) o social não decide/ Pois nada me impede/ De viver este amor./ E há o livre arbítrio/ que me dá o direito/ De sofrer esta dor./ Uma dor gostosa/ Que se faz poderosa/ No pranto e no amor". (Às págs. 72).
E por ter essa coragem e ser destemida, enche-se de certeza sobre qual troféu irá receber ao final. "Meu troféu é a minha história./ Minhas lutas me dão glória./ Quem deseja me governar./ Faça as malas e vai passear!/ Sou doce, mas também sou brava./ Não nasci pra ser escrava!". (Às págs.69).
Destarte, bendita sejas vós, Alcina Maria, por sua coragem de versificar seus sentimentos. Doe a quem doer!
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Curitiba, 19/20 de fevereiro de 2023
*Mhario Lincoln é Presidente da Academia Poética Brasileira.
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Ficha Catalográfica:
Editoração: IGM
Compilação e Revisão: Nauza Luza Martins.
Editor responsável: Gercimar Martins
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