Está no forno a 1a. edição do livro "Resenhas", de Mhario Lincoln. Muitas análises de poemas e livros.
Serão 100 resenhas publicadas neste Facetubes, desde sua primeira edição.
Por: Mhario LincolnFonte: Mhario Lincoln
22/07/2024 às 20h10Atualizada em 22/07/2024 às 20h23
Arte de capa: MHL
RESENHAS: George Orwel e outras frases.
*Mhario Lincoln
Vez por outra converso com George Orwell e tento entender sua perspicácia política e social. Abro a obra distópica, "1984" e volto a pensar seriamente em temas como totalitarismo, controle governamental e manipulação da verdade. Com Orwell encontro algumas explicações em seus insights profundos sobre esses temas: o poder, a liberdade e a natureza humana.
Por isso, o revisito quando preciso aprofundar minhas elocubrações. Desta feita, sublinhei algumas frases para estudos posteriores e, finalmente, conclui esses estudos e me encorajei para compartilhá-los nas redes.
A primeira frase, para mim, é um imã:
1 - "Até que não tenham consciência de sua força, não se rebelarão, e até depois de se rebelarem, não serão conscientes. Esse é o problema"
Essa frase carrega consigo uma profunda reflexão sobre o poder e a consciência humana. Destaca a importância da consciência da própria força, como um pré-requisito para a rebelião efetiva contra regimes opressivos. No entanto, ela também aponta para um paradoxo: mesmo após a rebelião, pode ser difícil para as pessoas manterem essa consciência e permanecerem vigilantes.
Por isso, levei em consideração, nesse caso, a dinâmica entre poder, submissão e consciência, pois acredito também que a consciência da própria força é um catalisador para a luta. Uma vez que as pessoas se tornam cientes de seu próprio poder e das injustiças que enfrentam, podem se unir e lutar contra a opressão. Ai vem a dúvida: será mesmo ou a manutenção dessa consciência é um desafio imenso?
Capa.2 - "Ver o que temos diante de nossos olhos requer uma luta constante"
Essa frase destaca a importância da consciência e da observação da realidade ao redor. As pessoas geralmente são cegas para as injustiças e para graves problemas na própria sociedade em que fazem parte. Orwell lembra a luta tona-se necessária para manter os olhos abertos para enfrentar a realidade, mesmo que isso seja difícil.
Então, "ver o que temos diante de nossos olhos", implica, igualmente, em reconhecer e não negar as verdades incômodas ou inconvenientes, desafiantes das crenças ou das ideologias preexistentes. Isso "requer uma luta constante", porque a compreensão do mundo e dos acontecimentos ao redor, não vêm facilmente. Ela só pode ser conquistada com muito esforço.
3 - "O Grande Irmão está te observando"
Vou me estender um pouco mais nessa frase porque esse livro me deixou estonteado, na época. A frase é também distópica e blá, blá, porque retrata um mundo totalitário no qual o governo exerce controle absoluto sobre a vida dos cidadãos, como já disse, incluindo vigilância constante e invasiva. Mas não foi só George Orwell que tratou do assunto. Aldous Huxley em "Admirável Mundo Novo", apresenta uma sociedade futurista na qual as pessoas são condicionadas, desde o nascimento, a aceitar o controle governamental e a falta de privacidade como algo normal.
Outro pensador que aborda questões relacionadas à vigilância e ao poder estatal é Michel Foucault. Embora não seja um romancista, Foucault explorou extensivamente a natureza do poder e as formas pelas quais ele se manifesta nas sociedades. Em suas obras, como "Vigiar e Punir" - começa com uma narrativa capaz de revirar estômagos. É 1757, e as ruas do centro de Paris se enchem com os gritos de pavor do parricida Damiens - e "Microfísica do Poder", (coletânea de artigos, entrevistas e debates, onde são discutidas questões relacionadas entre outras, à prisão, à justiça, ao Estado, ao papel do intelectual etc). Foucault analisa o surgimento de sistemas disciplinares e de controle social, nos quais a vigilância desempenha um papel crucial.
CONCLUSÃO
Enfim, essas reflexões acabam levando a considerar a importância do empoderamento coletivo, bem como a necessidade de uma vigilância crítica contínua para evitar a dominação e a submissão. E mais: a importância da consciência é um elemento chave para a mudança e que a luta contra a opressão requer uma busca constante pela própria força e uma resistência persistente contra as tentativas de enfraquecimento da consciência coletiva.
*Mhario Lincoln é presidente e fundador da Academia Poética Brasileira
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alcina maria silva azevedoHá 8 meses Campinas- SPDominação e submissão! Eis a questão! Belos pensamentos que poderiam colocar um fim a essas correntes governamentais, mas é preciso que isso se manifeste coletivamente.